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Doenças Bacterianas

Por:   •  16/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.992 Palavras (12 Páginas)  •  277 Visualizações

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Botulismo

Clostridium botulinum

Características

  1. Bacilo anaeróbico
  2. Provoca um quadro de intoxicação grave, causado pela toxina botulínica
  3.  Ingestão dos esporos ou da toxina.
  4. Solo - alimentos enlatados, em vidros ou embalados a vácuo, conservas e embutidos

Sintomas

  1. Pode variar de algumas horas para pouco mais de uma semana após a ingestão.
  2. Tontura, visão dupla, boca seca, aversão à luz, queda da pálpebra e dificuldade para urinar e evacuar são os principais.
  3. Dependendo da quantidade ingerida, dificuldades de falar, engolir e se locomover podem se manifestar; assim como paralisia dos músculos respiratórios, o que muitas vezes é fatal.
  4. Além disso, há o risco do paciente desenvolver pneumonia, o que também pode levar a óbito.

Diagnóstico

  1. Análise dos sintomas e do histórico alimentar dos dias anteriores.
  2. Exames específicos que acusam a presença da toxina no organismo – e/ou nos alimentos ingeridos suspeitos –confirmação do diagnóstico em casos em que esse se apresenta inconclusivo após os dois procedimentos citados serem realizados.

Tratamento

  1. Geralmente com a aplicação de soro antibotulínico
  2. Não raras as vezes, é necessário que a pessoa acometida seja internada, para que fique em observação.
  3. Antibióticos não são eficazes para esse caso.

Prevenção

  1. Não adquirir nem ingerir alimentos cuja lata ou tampa se apresentem estufadas ou enferrujadas;
  2. Não adquirir nem ingerir alimentos cujo conteúdo líquido se apresente turvo;
  3. Só consumir mel de procedência conhecida;
  4. Ferver alimentos enlatados antes do consumo, (a toxina é destruída à temperatura de 65 a 80º C por 30 minutos; ou à 100 º C por 5 minutos).

Cólera

  1. Bactéria: Vibrio cholerae

Características

  1. O período de incubação é de aproximadamente cinco dias.
  2.  Ingestão da água e alimentos contaminados por fezes de indivíduo portador da doença, sem o devido tratamento.
  3. Mãos que tiveram contato com a bactéria ou mesmo moscas e baratas podem provocar a infecção.
  4. Esses últimos podem funcionar como vetores mecânicos, transportando o vibrião para a água e para os alimentos.
  1. A cólera afeta, principalmente, locais onde o saneamento básico é precário.
  2. A bactéria sobrevive por até cinco dias em temperatura ambiente e é resistente ao congelamento.
  3. No ambiente marinho, vive bem em temperaturas entre 10 e 30°C.
  4. Entretanto, não resiste a temperaturas acima de 80°C e tampouco à exposição ao cloro.

Sintomas

  1. Diarréias agudas de aspecto semelhante à água de arroz
  2. Vômitos
  3. Em casos mais acentuados, câimbras, perda de peso intensa e olhos turvos.

Diagnóstico

  1.  isolamento e identificação do vibrião nas fezes do paciente

Tratamento

  1. A reidratação é essencial e é, na maioria dos casos, o único método necessário.
  2. Entretanto, a visita ao médico é indispensável, caso seja necessário, prescrever antibióticos.
  3. Medicamentos antidiarréicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação da bactéria por diminuírem o peristaltismo intestinal.

Prevenção

  1. Fervura ou cloração de água e alimentos antes de sua ingestão
  2. Evitar o uso de gelo em bebidas
  3. Vacinas possuem restrições de uso - apenas como medida complementar, em casos de risco de infecção elevado, em pessoas cujas secreções ácidas estomacais são reduzidas.
  4. Medidas de saneamento e higiene pessoal

Salmonelose

  1. Salmonella sp.

Características

  1. Infecções causadas por salmonelas (vários sorotipos), como a gastrenterite.
  2. Ingestão de alimentos contaminados pela bactéria Salmonella enterica.
  3. Carnes, aves, leite e ovos são os principais alimentos com potencial de causar a infecção; embora folhagens, verduras e frutas mal lavadas também possam propiciar a contaminação.

Sintomas

  1. Entre 12 e 72 horas após o contato do organismo com a bactéria, as pessoas infectadas têm cólicas abdominais, febre e diarréia.
  2. Bebês, crianças, idosos e pessoas com a imunidade comprometida a diarreia pode se apresentar muito frequente e intensa, e/ou com sangue
  3. Podem ter septicemia

Diagnóstico

  1. Análise dos sintomas e do histórico alimentar dos dias anteriores.
  2. Em situações que se fazem necessárias, pode ser solicitado exame de fezes específico para diagnosticar a presença das bactérias.

Tratamento

  1. Geralmente, a manifestação da doença não ultrapassa uma semana e é curada naturalmente.
  2. Em casos mais graves pode ser necessária a internação e uso de remédios específicos, prescritos pelo médico

Prevenção

  1. Ingerir somente leite pasteurizado ou de procedência confiável;
  2. Evitar a ingestão de alimentos de origem animal, ou derivados, que não tenham se submetido ao calor – principalmente ovos;
  3. Lavar bem os alimentos antes de servi-los;
  4. Sempre adotar medidas de higiene, como lavar as mãos, principalmente antes de preparar ou servir alimentos;
  5. Sempre lavar os utensílios de cozinha após sua utilização em alimentos crus.

Leptospirose

  1. Leptospira sp.

Características

  1. A Leptospirose é o nome genérico de um grupo de doenças infecciosas causadas por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira
  2. Contato direto com animais infectados (ratos ou outros animais) ou com água contaminada por sua urina
  3. Período de incubação varia de 10 a 20 dias.

Sintomas

  1. Febre, calafrio, dor de cabeça, mal-estar, vômito, dor muscular, dilatação do fígado, hemorragias digestivas, lesões na pele, problemas respiratórios e conjuntivite
  2. Duram de alguns dias (até três semanas)
  3. Podem ser confundidos com sintomas de gripe ou de dengue.
  4. Existem casos de doentes assintomáticos ou que desenvolvem uma forma grave com constante hemorragia e falência renal, podendo levar à morte. 

Diagnóstico

  1. O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos.
  2. O diagnóstico final é confirmado por meio de testes sorológicos como ELISA e PCR

Tratamento

  1. Antibioticoterapia
  2. Reposição hidroeletrolítica,
  3. Assistência cardiorrespiratória,
  4. Acompanhamento do volume urinário e da função renal é fundamental para se indicar a instalação de diálise peritoneal precoce, o que reduz o dano renal e a letalidade da doença.

Prevenção

  1. Identificação de focos de água contaminada, geralmente coincidentes com períodos chuvosos intensos, com ocorrência de enchentes;
  2. Educação sanitária da população;
  3. Combate aos roedores, por exemplo, tratamento do lixo

Tétano

  1. Clostridium tetani.

Características

  1. É uma doença infecciosa e não contagiosa, causada pela toxina da bactéria Clostridium tetani (Gram-positiva anaeróbica)
  2. Penetra no organismo via lesões da pele
  3. A bactéria pode ser encontrada no ambiente em forma de esporos, causando o tétano em pessoas de qualquer idade.
  4. O período de incubação pode atingir aproximadamente três semanas, sendo que, quanto menor o período de incubação, maior será a gravidade da doença.

Sintomas

  1. Um dos primeiros sintomas dessa moléstia é a dificuldade em abrir a boca e engolir.
  2. Irritabilidade, cefaleia, febre e deformações fisionômicas no rosto são sintomas que podem vir em seguida.
  3. Provoca espasmos nos músculos voluntários, principalmente os do pescoço.
  4. Os músculos respiratórios podem ser atingidos, causando a morte por asfixia.

Diagnóstico

  1. Clínico-epidemiológico, não dependendo de confirmação laboratorial

Tratamento

  1. Neutralização da toxina com Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT) ou, na indisponibilidade, usar o Soro Antitetânico (SAT).
  2. Erradicação do C. tetani (antibioticoterapia)
  3.  Sedação do paciente
  4.   Limpar o ferimento suspeito com soro fisiológico ou água e sabão
  5. Internação em quarto silencioso, em penumbra, com redução máxima dos estímulos auditivos, visuais e táteis

Prevenção

  1. O esquema de vacinação, que inclui a vacina antitetânica, é uma das principais formas de prevenir a doença
  2. A vacina tetravalente (tétano, coqueluche, difteria e meningite B) é administrada em três doses, aos dois, quatro e seis meses com dois reforços pela DTP (tétano, coqueluche e difteria) aos 15 meses e entre 04 e 06 anos.
  3. Vale ressaltar que após esse esquema inicial ou para adolescentes e adultos que nunca se vacinaram contra o tétano é indicada a vacina dupla adulto DT e esta deve ser reforçada a cada 10 anos.

Hanseníase

  1. Mycobacterium leprae

Características

  1. Conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina.
  2. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, uma bactéria que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária.
  3. É capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias – a maioria das pessoas é resistente
  4. Período de incubação que varia entre três e cinco anos, 

Sintomas

  1. Sua primeira manifestação - manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo.
  2. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações.
  3. Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos
  4. Pode causar deformações no nariz e dedos, e impedir determinados movimentos
  5. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade.

Diagnóstico

  1. Clínico: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos.
  2. Exame baciloscópico – pode ser utilizado como exame complementar para a classificação.
  3. Exame histopatológico – indicado como suporte na elucidação diagnóstica
  4. Biópsia

Tratamento

  1. O tratamento e a distribuição de remédios são gratuitos (SUS), pode durar até 18 meses
  2. Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, não é necessário o isolamento do paciente.
  3. Aproximadamente 95% das bactérias são eliminadas na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas
  4. Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades normais, sem restrições.

Prevenção

  1. Não há

Tuberculose

  1. Mycobacterium tuberculosis

Características

  1. É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch 
  2. Outras espécies de micobactérias, como: M. bovis, M. africanum e M. microti também podem causar esta doença.
  3. A transmissão é direta - de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso.
  4. Maior risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação.
  5. Pessoas com sistema imune menos resistente ou comprometido estão mais propensas a adquirir esta doença, de evolução geralmente lenta.

Sintomas

  1. Afeta principalmente os pulmões. Rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc., também podem ser comprometidos.
  2. Alguns pacientes podem não apresentar os sintomas ou estes podem ser ignorados por serem parecidos com os de uma gripe.
  3. Tosse seca e contínua, posteriormente com secreção (+ de 4 semanas), sudorese noturna, cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão.
  4. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em casos mais graves.

Diagnóstico

  1. Clínico: análise dos sintomas
  2. Exames:
  3. Radiografia do tórax
  4. Microbiológico - Escarro ou secreções pulmonares caso não haja expectoração
  5. Cultivo ou a fresco, por coloração de Ziehl-Neelsen

Tratamento

  1. É feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis meses.
  2. É imprescindível que este não seja interrompido – fato que pode ocorrer, principalmente, devido aos efeitos colaterais, tais como enjoos, vômitos, indisposição e mal-estar geral.
  3. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo sistema de saúde, através de seus postos municipais de atendimento.

Prevenção

  1. vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em todos os recém-nascidos.
  2. Práticas de higiene pessoal.
  3. Tratamento e orientação aos enfermos são formas de evitar sua contaminação em maior escala.

Pneumonia

  1. Streptococcus
  2. pneumoniae

Características

  1. Inflamação dos alvéolos pulmonares, com ou sem infecção.
  2. Vírus, fungos, protozoários e bactérias são capazes de provocá-la, sendo mais comuns as pneumonias bacterianas.
  3. Afeta pessoas de todas as idades, desde que estejam com baixa imunidade.
  4. Pode se instalar quando há a inalação do patógeno (gotículas de saliva e secreções contaminadas propiciam o contágio)
  5. Ingestão de bactérias que se proliferaram na boca
  6. Condução de patógenos de outras infecções, via corrente sanguínea.

Sintomas

  1. Tosse com secreção, dores torácicas, febre alta, calafrios, dores de ouvido e respiração curta e ofegante.
  2. Em idosos, pode haver confusão mental.
  3. Não sendo tratada, acúmulo de líquidos nos pulmões e ulcerações nos brônquios podem surgir.

Diagnóstico

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