ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

        ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Desde o início da humanidade, o homem através de suas atividades gera resíduos. Antes da Segunda Guerra Mundial, esses resíduos sofriam decomposição mais facilmente. Porém, nas últimas décadas, este quadro se alterou, o lixo se tornou outro, surgiram novos tipos de materiais e o volume a cada dia tende a aumentar.

        Na medida em que a quantidade e a variedade de resíduos aumenta, os problemas causados pela geração, acúmulo e destinação inadequada de lixo são consequentemente mais urgentes e evidentes. Isso acontece porque as cidades não possuem espaço para o descarte correto, além de não possuírem tecnologias como incineração e usinas de triagem e compostagem. Cabe ressaltar, que quanto mais desenvolvida econômica e tecnologicamente uma sociedade, mais resíduos sólidos por habitante ela produz. Dessa forma, quanto mais cresce e se desenvolve uma região, maiores são os desafios.

        Na era dos descartáveis, as embalagens de bebidas e alimentos, feitas principalmente de alumínio, plástico ou papel, passaram a ser produzidas em larga escala, substituindo os recipientes que até pouco tempo eram totalmente reutilizáveis, como garrafa de cerveja e de refrigerantes feitas de vidro. Para Rodrigues e Cavinatto (2005) esse tipo de lixo reflete basicamente o modo de vida moderno e agitado das cidades, em geral, quanto mais rica e industrializado for uma região, maior será o consumo de descartáveis.  

        De acordo com Alencar (2005) a produção de lixo aumenta assustadoramente em todo o Planeta. Cada habitante típico de uma cidade produz cerca de 1 Kg (ou quilo?) de resíduos por dia. Ao colocar o lixo para o recolhimento pelo lixeiro ou jogá-lo em terrenos baldios, os seres humanos resolvem seu problema individual, não se dando conta de que as áreas de depósitos de detritos das cidades estão cada vez mais escassas. Além disso, o armazenamento de materiais em terrenos baldios favorece o desenvolvimento de insetos e ratos transmissores de doenças. Vale salientar que o acondicionamento correto do lixo visa a atender aspectos sanitários, como controle dos vetores, proteção dos solos e da água e manutenção de moradias, estabelecimentos industriais, vias públicas e áreas verdes limpas, livres de contaminação.

        Existem diferentes tipos de lixos e formas específicas para o seu acondicionamento. O lixo originado nas residências é denominado doméstico ou domiciliar e resulta de atividades cotidianas, devendo ser colocado em sacos plásticos de polietileno com capacidade máxima de mil litros. Outra categoria de detritos urbanos é o lixo industrial, resultante da operação das fábricas, contém resíduos sólidos muito diversificados envolvendo lixo orgânico e inorgânico, que exigem pré-tratamento na fonte antes de serem coletados. Além desses, as cidades geram resíduos de saúde, conhecidos por lixo hospitalar, descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias e casas de saúde. A coleta desse tipo de lixo deve ser feita separadamente, por veículos específicos, para evitar a contaminação. Por fim, ainda existe o lixo radioativo oriundo da radiologia de hospitais e clínicas de raio-x. Assim como de usinas nucleares e de alguns processos industriais, esse tipo de lixo deve ser isolado da coletividade em recipientes e abrigos especiais (subterrâneos).

        Em todas as fontes geradoras podem existir diferentes tipos de resíduos. Por exemplo, em uma residência podem ser gerados tanto resíduos comuns como resíduos perigosos. Daí a necessidade da coleta seletiva em todas as origens do lixo (ALENCAR, 2005).

A coleta seletiva consiste na separação dos matérias(matéria ou materiais?) já na fonte produtora para que possam ser posteriormente reciclados. Para que se tornem uma realidade, porém, é necessário informar e orientar a população a acondicionar separadamente os diferentes tipos de materiais e que os órgãos responsáveis pela coleta a realizem de modo seletivo, encaminhando os resíduos a um centro de triagem. (OLIVEIRA; CARVALHO, 2004)

        Nesse sentido, é preciso diminuir a produção de rejeitos e aumentar a reutilização. Somente assim, será possível reduzir os impactos ambientais negativos decorrentes da geração de resíduos sólidos.)

        A questão ambiental é um dos temas mais importantes da atualidade, e por isso,  precisa ser discutido por toda a sociedade. Além da discussão, é imprescindível que sejam realizadas ações em todos os níveis, tais como: individual, empresarial, governamental, local, regional, nacional e internacional. Assim, cabe destacar o grande papel da educação na formação de cidadãos conscientes, que colaborem para a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável. Segundo Três (2005), cabe aos seres humanos buscar formas de viver de maneira mais harmoniosa possível com o Planeta, de forma a permitir a reconstituição da natureza e não a sua extinção, através da minimização dos impactos ambientais.

        Sendo a educação um ponto crucial, sobressaem-se as escolas como espaços privilegiados na implementação de atividade que propiciem a reflexão da temática ambiental. Dentro da escola é preciso encontrar meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência para consigo, para a sua própria espécie, para com os outros seres vivos e o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos. Souza (2000) diz que a escola dentro da educação ambiental deve sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e demais espécies que habitam o Planeta, auxiliando-o a analisar criticamente os princípios que têm levado à destruição inconsequente dos recursos naturais.

        A escola é o espaço indicado para a discussão e aprendizado de vários temas da atualidade importantes na formação dos cidadãos. Para isso, é necessário que a comunidade escolar reflita sobre a educação ambiental, sobre seus objetivos e formas colocá-la em prática. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2005), o convívio escolar é decisivo na aprendizagem de valores sociais e o ambiente escolar é o espaço de atuação mais imediato para os alunos. Com isso, as instituições de ensino devem ser organizadas de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar o conhecimento sobre o meio ambiente para compreender a sua realidade e atuar sobre ela. O exercício da participação em diferentes instâncias (desde atividades dentro da própria escola, até movimentos mais amplos referentes a problemas da comunidade) é também fundamental para que os alunos possam contextualizar o que foi aprendido (Ministério da Educação e Cultura, 2000). Dessa forma, o papel do educador em relação às práticas ambientais é fundamental, ele tem o poder de induzir mudanças de valores e comportamentos dentro e fora da sala de aula, reinventando e incentivando as inovações pedagógicas.