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FARMACOLOGIA DA OBESIDADE: RISCOS E BENEFÍCIOS

Por:   •  30/7/2016  •  Artigo  •  5.132 Palavras (21 Páginas)  •  851 Visualizações

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FARMACOLOGIA DA OBESIDADE: RISCOS E BENEFÍCIOS

Resumo: O advento da globalização trouxe tecnologia e desenvolvimento proporcionando agilidade e conforto ao mundo, no entanto, levou ao desenvolvimento da obesidade, doença refletida na inatividade corporal, consumo de fast foods e alimentos industrializados cada vez mais calóricos. O tratamento clássico desta patologia é realizado através da prática de atividades físicas regulares e reeducação alimentar. O tratamento farmacológico apresenta resultados somente em curto prazo, é indicado para pacientes com IMC maior que 30 kg/m2. No entanto vem crescendo entre pacientes obesos e com sobrepeso, por finalidade estética. Outra pratica crescente é o uso “off label”-- uso de medicamentos cuja indicação na bula é para outras patologias- mas que na pratica clínica e muito divulgado pela mídia, provocam significativa perda de peso. Muitos desses medicamentos utilizados indevidamente são drogas novas com carência de trabalhos científicos que comprovem eficácia e segurança, sendo que este uso pode causar intoxicação e danos irreversíveis para a saúde. Este trabalho possui cunho social-informativo tendo como objetivo descrever os aspectos gerais da obesidade, abordando de forma sucinta e atualizada os medicamentos farmacológicos utilizados no seu tratamento bem como fármacos que ainda não são aprovados, mas estão em fase de teste.

PALAVRA-CHAVE: Obesidade, fármacos, agentes antiobesidade.

Abstract: The advent of globalization has brought technology and development providing agility and comfort to the world, however, led to the development of obesity, inactivity reflected in body disease, consumption of fast foods and processed foods increasingly caloric. The classic treatment of this pathology is accomplished through regular physical activity and nutritional education. Pharmacological treatment has only short-term results, is indicated for patients with BMI greater than 30 kg/m2. However is increasing among obese and overweight , for aesthetic purpose . Another growing practice is to use " off label " - whose drug use is indicated in the package insert for other diseases , but the clinical and highly publicized by the media practice , cause significant weight loss . Many of these drugs are misused with new lack of scientific studies supporting drug efficacy and safety, and this use may cause poisoning and irreversible damage to health. This work has social - informational nature aiming to describe the general aspects of obesity, addressing briefly and updated pharmacological drugs used in their treatment and drugs that are not yet approved form but are in a test phase.

KEYWORD: Obesity, drugs, antiobesity agents.

1  INTRODUÇÃO

A obesidade tem sido apontada como a mais importante desordem nutricional, sendo considerada uma epidemia mundial tendo em vista o aumento exponencial de sua incidência (OMS - Organização Mundial da Saúde, 2011). Esta patologia está associada ao desenvolvimento de muitas doenças da sociedade moderna, denominadas síndromes metabólicas tais como, a intolerância à glicose, resistência à insulina, hiperinsulinemia, dislipidemia (baixos níveis de HDL e altos níveis de VLDL) e hipertensão, a maior prevalência está para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo2, (NELSON; COX, 2011) em consequência ao aumento do índice de massa corpórea visceral, o que provoca uma resistência a passagem do hormônio insulina pelo mesmo (SARTORELLI; FRANCO,2003).

Nos últimos anos vem crescendo entre pacientes obesos ou com sobre peso o uso “off label” - uso de medicamentos cuja indicação na bula são para outras patologias mesmo sem garantias de se obter benefícios terapêuticos - (OPS - Organização Pan-Americana da Saúde, 2005) mas que tem se mostrado eficazes tanto na experiência clinica médica como em alguns trabalhos científicos, na redução de massa corpórea. Sendo que o uso de medicamentos para tal fim não foram aprovados pelas agências reguladoras por existirem trabalhos científicos insuficientes ou inconclusivos que comprovem a eficácia para este tratamento (CITEM - Centro Integrado de Terapia Nutricional, 2012).

O tratamento medicamentoso é indicado para pacientes com IMC - Índice de Massa Corpórea - maior que 30 kg/m2 quando as mudanças dietéticas por si só não resultam em redução de massa corpórea adequada (ABESO, 2010). Assim o uso de medicamento deve sempre visar auxiliar o tratamento dietético e não servir de estrutura fundamental do tratamento (BORGES et al., 2006). No entanto seu uso é comum entre pacientes com sobrepeso, só por finalidade estética, para o emagrecimento, sendo que para a ANVISA (2011) este uso pode causar intoxicação e danos irreversíveis para a saúde. São inúmeros os estudos que mostram que as ações de drogas utilizadas para o tratamento da obesidade podem interferir negativamente no metabolismo celular (TEIXEIRA; ROCHA, 2006).

Desse modo, este artigo descreve os aspectos gerais da obesidade e oferece uma visão da terapêutica atual bem como de medicamentos que já foram extensamente utilizados, mas que atualmente não são disponiveis ou não são mais considerados como agentes antiobesidade, relatando também fármacos que ainda não são aprovados para este uso, mas estão em fase de teste.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada a busca dos dados nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SCIELO, em português e inglês, por meio dos seguintes descritores: farmacologia da obesidade, obesity, combinados entre si. Foram usados também livros, site da ANVISA, textos recentes, considerando a relevância e o valor informativo do material e alguns artigos-chave selecionados a partir de citações em outros artigos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A era da globalização trouxe muitas tecnologias proporcionando agilidade e conforto ao mundo, no entanto, ao longo de sua evolução acentuou o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde e um dos principais foi a obesidade (FRANCISCHI, 2000), doença que é refletida do modelo de comportamento da sociedade atual: o qual é  baseado na inatividade corporal: sedentarismo, estresse, acomodação devido as facilidades tecnológicas como televisores com controle remoto, elevador, vidro elétrico, aparelho celular, banco online, computador, consumo de fast foods  (comida rápida), e alimentos industrializados cada vez mais calóricos e também  um alto estresse causado por uma tensão psicológica imposta aos profissionais que são a cada dia mais workaholic - expressão em inglês que significa pessoa viciada em trabalho. Tudo isso gera comodismo e indolência promovendo o sedentarismo (FERNANDES, 2013).

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