FARMACOLOGIA E RISCOS DA TOXINA BOTULÍNICA NA ESTÉTICA FACIAL
Por: Carolina Guimarães • 1/12/2022 • Trabalho acadêmico • 4.659 Palavras (19 Páginas) • 93 Visualizações
FARMACOLOGIA E RISCOS DA TOXINA BOTULÍNICA NA ESTÉTICA FACIAL
Carolina Pompeu1, Josiane Manuela da Silva2, Márcia Vieira dos Santos2
1 - Unicid - Cruzeiro do Sul - Universidade Cruzeiro do Sul, Tv. Olegário Mariano, 341
Vila Monteiro, Piracicaba - SP, 13418-420
2 - Universidade Cruzeiro do Sul, Rua Achiles Audi 609, Centro, Cerquilho , SP
RESUMO
Na ciência de farmacologia entende-se que a toxina botulínica é uma neurotoxina, produzida por uma bactéria encontrada na natureza. Bactéria anaeróbica, gram positiva. Conseguindo produzir dela vários sorotipos de toxinas, que vão do A ao G. Dos quais a e b tem uso médico para várias patologias. O tipo A é também usado para tratamentos estéticos de rejuvenescimento facial. Sua ação farmacológica se dá pelo bloqueio de liberação de acetilcolina ao nível terminal pré-sináptico, através da desativação das proteínas de fusão. Dessa forma a acetilcolina é impedida de ser lançada na fenda sináptica onde não ocorre a polarização do terminal pós-sináptico. Em consequência disso a contração muscular fica bloqueada. Procedimentos que os profissionais habilitados devem ter antes, durante e após das aplicações. Para se tiver o mínimo de risco no tratamento.
Palavras chaves: Toxina botulínica A, farmacologia e rejuvenescimento facial, riscos e técnicas corretas.
ABSTRACT
In the science of pharmacology it is understood that botulinum toxin is a neutoxin, produced by a bacterium found in nature. Anaerobic bacteria, gram positive. Being able to produce from it several serotypes of toxins, ranging from a to G. Of which a and b have medical use for various pathologies. Type A is also used for aesthetic facial rejuvenation treatments. Its pharmacological action occurs by blocking the release of acetylcholine at the presynaptic terminal level, through the deactivation of fusion proteins. In this way, acetylcholine is prevented from being released into the synaptic cleft where polarization of the postsynaptic terminal does not occur. As a result, muscle contraction is blocked. Procedures that qualified professionals must have before, during and after applications. To have minimal risk in treatment.
Keywords: Botulinum toxin A, pharmacology and facial rejuvenation, risks and correct techniques.
INTRODUÇÃO
A pele é o maior órgão do corpo humano e é a que mais aparenta perdas cumu- lativas do envelhecimento. E o envelhecimento é dividido em dois tipos: O decorrente de fatores ambientais (extrínseco) sendo devido à exposição de raios ultravioletas, tabagismo, poluentes, hábitos de vida e estresse e o decorrente do amadurecimento natural das células comum a todos os seres humanos (intrínseco) (CONSALVO2, 2006).
As rugas faciais são sinais de envelhecimento, que estão na maioria das vezes associadas a fraqueza, falta de vitaminas, ausência de saúde e vitalidade. Porém, na última década, muitas técnicas para redução de rugas e linhas de expressão ganharam muita popularidade por serem relativamente não invasivas e acessíveis quando comparadas a procedimentos cirúrgicos, resultando na diminuição dos sinais de envelhecimento. Neste contexto a toxina botulínica se tornou uma das principais modalidades na estética, associada a outros procedimentos ou isoladamente (YANOFF20, 2008). No entanto, são inúmeras as aplicações desta toxina em diversas terapias, na Oftalmologia, Neurologia e Dermatologia com finalidade complementar tratamentos.
A partir de 1990, foi que a Toxina se tornou conhecida para prevenção dos sinais de envelhecimento, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou definitivamente seu uso. O Botox® se tornou o nome do medicamento de referência, então os procedimentos ficaram conhecidos por todos como “Botox”. Entretanto, no mercado há outras marcas disponíveis no mercado: Dysport, Prosigne e Xeomin (SILVA16, 2009).
A toxina botulínica se tornou um dos procedimentos não-cirúrgicos mais popular liberado em 1992 pelo Ministério da Saúde. A partir daí, deu-se inicio para uma variedade de técnicas, a era dos injetáveis, que utiliza injeções intradérmicas ou subcutâneas para promover o rejuvenescimento facial (FRANCISCHELLI NETO8, 2010).
Por apresentar uma alta margem de segurança, a utilização da toxina botulínica pode levar a efeitos adversos que podem ser de forma moderada e transitória com baixa frequencia. Segundo a maioria dos trabalhos publicados são poucos que enfatizam e caracterizam a ocorrência dos Efeitos Adversos (COTÉ3, 2005).
A TOXINA BOTULÍNICA
O Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbica Gram-positiva, formadora de esporos que são encontradas no solo, água, alimentos e fezes. As neurotoxinas produzidas por essa bactéria são de diferentes cepas e denominadas de A a H (A, B, C1, C2, D, E, F, G e H) com mais de 40 subtipos descritos. Apesar de serem diferentes antigenicamente com diferentes locais de ação nos neurônios, compartilham peso molecular semelhante e subunidade estrutural comum. As toxinas que afetam os humanos são A, B, E e F, no entanto, só surgem efeito se entrarem na terminação nervosa. Já as toxinas C e D causam a doença botulismo em aves e nos demais mamíferos (MAIO12, 2011).
Depois do primeiro grande surto na Alemanha, houve no início do século XX outro surto de botulismo importante, desta vez localizado nos Estados Unidos (EUA) durante a Primeira Guerra Mundial. A partir das amostras desse segundo surto, em 1920 o Dr. Herman Sommer conseguiu isolar a neurotoxina na Universidade da Califórnia. Durante a Segunda Guerra Mundial tentaram estudar a toxina para torná-la uma arma, esses estudos felizmente não tiveram bons resultados. Já no final dos anos 60, o Dr. Alan Scott, um oftalmologista do Smith-Kettlewell EyeResearch Institute de São Francisco, iniciou pesquisas para encontrar formas de tratamento para o desalinhamento ocular do estrabismo, em que incluía o uso da
neurotoxina (TING19, 2004).
O desenvolvimento dessa neurotoxina como remédio ocorreu nos vinte anos seguin- tes, em que tratamentos apresentaram resultados positivos pela injeção de toxina botulínica tipo A nos músculos dos olhos para o tratamento do estrabismo, possibilitando a substituição da cirurgia convencional existente. Após outros testes laboratoriais e clínicos, a agência federal de saúde Food and Drug Administration (FDA) aprovou oficialmente em 1989, o uso terapêutico de BOTOX® (Allergan Inc., Califórnia, USA) para o tratamento de distúrbios do movimento (JANKOVIC10, 2004).
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