FUNDAMENTOS DO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO POR AGENTES
Por: LTrevizan • 12/9/2018 • Trabalho acadêmico • 3.791 Palavras (16 Páginas) • 750 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO
- UNIRP
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
MICROBIOLOGIA
FUNDAMENTOS DO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO POR AGENTES
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2014
INTRODUÇÃO
O termo microrganismo reúne vários táxons de organismos unicelulares microscópicos viventes na natureza como células isoladas ou em agregados celulares que abrange os grupos das bactérias, arqueas, fungos, protozoários e vírus. Os vírus apesar de não serem considerados vivos possuem certas características de células vivas por causarem doenças em humanos, animais e plantas, portanto são estudados como microrganismos.
Os microrganismos foram os primeiros seres vivos a colonizar a terra, estima-se que os primeiros microrganismos surgiram a mais de 3,5 milhões de anos em um período geológico em que a Terra passava por grandes transformações geológicas e químicas, e quando a atmosfera ainda não tinha oxigênio. A ação de processos metabólicos microbianos ao longo de milhões de anos resultou na formação de uma atmosfera rica em oxigênio, permitindo o surgimento e evolução de novas formas de vida aeróbias, organismos multicelulares complexos, plantas e animais superiores.
Hoje os microrganismos são considerados os mais versáteis e diversificados organismo vivos existentes em relação as suas exigências nutricionais, pois nem sempre necessitam de certos tipos de complexos contendo carbono como nutrientes, podendo crescer com poucas substâncias inorgânicas como sua única exigência nutricional, mas existem também os microrganismos que necessitam de compostos orgânicos complexos semelhantes aos animais superiores, sem esquecer que todos os organismos vivos possuem algumas necessidades semelhantes para sobreviver como o carbono, água e nitrogênio. Além das exigências químicas os microrganismos precisam de um meio físico apropriado para seu crescimento, existindo várias diferenças de necessidades com relação ao meio físico entre um e outro. Entretanto há quatro condições principais que interferem seu crescimento que são o pH, a atmosfera gasosa, a pressão osmótica e a temperatura.
Levando em consideração seu crescimento acelerado ou sua periculosidade, o controle dos microrganismos é um assunto abrangente e de inúmeras aplicações práticas que envolvem toda a microbiologia e não apenas aquela aplicada à medicina. O controle científico do crescimento microbiano começou somente há cerca de 100 anos. Pasteur levou os cientistas a acreditarem que microrganismos eram a causa possível de doenças. Na metade do século XIX iniciou as primeiras práticas de controle microbiano em procedimentos médicos como lavagem das mãos e técnicas cirúrgicas assépticas, como esterilização, destruindo todas as formas de vida microbiana, incluindo endósporos que são formas de vida mais resistentes, esterilização comercial onde ocorria o uso do calor para matar os microrganismos patogênicos sem necessariamente degradar os produtos, desinfecção com o intuito de destruição dos patógenos vegetativos não formadores de endósporos, anti-sepsia que tem a mesma definição da desinfecção, porém é dirigido ao tecido vivo, entre outras técnicas.
O manuseio efetivo dos microrganismos nos laboratórios, no lar, nos hospitais e nas indústrias depende totalmente do conhecimento de como inibi-los de seu meio, esta abordagem da microbiologia é denominada de “controle de microrganismos”, onde podemos encontrar vários agentes físicos e químicos para manter os microrganismos em níveis aceitáveis, mas a escolha do melhor agente depende em parte se você quer destruir ou remover todos os microrganismos presentes, destruir somente certos tipos ou simplesmente prevenir a multiplicação dos que estão presentes neste meio. Neste trabalho abordaremos os Fundamentos do Controle do Crescimento Microbianos por Agentes Físicos e Químicos.
Fundamentos do Controle do Crescimento Microbianos por Agentes Físicos.
Os microrganismos são considerados mortos quando perde de forma irreversível a capacidade de multiplicar-se, ou seja, perdem a vida por desnaturação de proteínas na presença de calor úmido e por oxidação na presença de calor seco, portanto o calor pode ser utilizado tanto em condições úmidas como em condições secas para o seu combate. Quando uma população microbiana é aquecida sua redução ocorre de forma exponencial, ou seja, quanto maior o número de organismos presentes maior será o tempo necessário para esterilização. A temperatura elevada, por ser eficaz, barato e prático é o método mais utilizado para matar microrganismos.
Calor Úmido
Dentre os processos encontrados em calor úmido para matar os microrganismos podemos encontrar a água fervente, o vapor d’água e a pasteurização.
A fervura é um dos métodos mais freqüentes de redução do número de microrganismos matando as formas vegetativas dos patógenos, muitos vírus, fungos e seus esporos em até 15 minutos dependendo da espécie. A fervura não é um método de esterilização, mas é eficiente para tornar alimentos e água seguros para a ingestão. Mas o calor úmido requer uma temperatura maior que a fervura da água e estas temperaturas são conseguidas através das autoclaves que são aparelhos destinados a esterilizar com o uso do vapor d’água, que com a combinação de pressão, altas temperaturas e trinômio tempo eliminam todos os organismos, incluindo os endósporos por aproximadamente 15 minutos, sem esquecer que, grandes volumes de líquidos, ou ainda, materiais sólidos necessitam de maior tempo para que a temperatura necessária atinja seu interior e que levará um tempo maior para o calor penetrar em um material viscoso ou sólido do que um material fluído. A autoclave é utilizada para esterilizar meios de cultura, instrumentos cirúrgicos, seringas de vidro, soluções e outros materiais que suportam altas temperaturas e pressões.
A pasteurização foi um método realizado por Louis Pasteur que o desenvolveu em 1860 para a prevenção da perda de qualidade dos vinhos, destruindo através do calor, bactérias capazes de deteriorar a bebida, este método é utilizado até hoje. A pasteurização é um tratamento pelo calor controlado que consiste em aquecer o produto a uma dada temperatura, num dado tempo, e em seguida resfriar bruscamente matando assim células vegetativas de muitos microrganismos patogênicos ou não, prolongando a manutenção da qualidade do produto. A pasteurização não esteriliza.
...