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Gripe

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Por:   •  15/3/2015  •  2.985 Palavras (12 Páginas)  •  233 Visualizações

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1 - O que é a gripe?

A gripe é uma doença respiratória aguda, geralmente autolimitada, causada pelo vírus influenza. Caracteriza-se por apresentar distribuição universal e ocorrer em surtos ou epidemias, com grande impacto na saúde pública.

2 - Quais são as diferenças entre gripe e resfriado?

Apesar de serem entidades clínicas distintas, gripe e resfriado são frequentemente confundidos. O resfriado pode ser provocado por diferentes vírus respiratórios (rinovírus, adenovírus, parainfluenza e até mesmo o vírus influenza, entre outros) e, clinicamente, caracteriza-se por apresentar, predominantemente, sintomas de vias aéreas superiores, como coriza, obstrução nasal, prurido nasal, dor de garganta, conjuntivite, podendo ocorrer tosse. Os pacientes apresentam pouco ou nenhum comprometimento sistêmico.

A gripe é provocada exclusivamente pelo vírus influenza e, além de apresentar os sintomas de vias aéreas superiores e inferiores em maior intensidade que o resfriado, caracteriza-se por repercussão sistêmica importante, com comprometimento do estado geral.

3 - Quais são os agentes etiológicos da gripe e do resfriado?

Os agentes etiológicos da gripe e do resfriado estão ilustrados na tabela 1.

Tabela 1. Agentes etiológicos da gripe e resfriado

Gripe

Resfriado

Influenza A

Influenza B

Influenza C

Rinovírus (40%)

Coronavírus (10%)

Parainfluenza, Influenza, Vírus sincicial respiratório, Adenovírus (10% a 15%)

Outros vírus: rubéola, varicela, enterovírus (5%)

Vírus desconhecidos (20% a 30%)

Streptococcus beta-hemolítico (5% a 10%)

4 - Como é a estrutura do vírus influenza?

O vírus influenza pertence à família Orthomyxoviridae, caracterizando-se por ser de tamanho médio (80 a 120 nm), encapsulado e de forma esférica ou filamentosa. São vírus cujo material genético é constituído de RNA de fita simples e segmentado. O RNA é envolvido por uma membrana interna de proteína não glicosilada (matriz proteica) e um envelope externo lipídico, pelo qual se projetam as glicoproteínas de superfície (hemaglutinina e neuraminidase).

O vírus influenza é classificado em A, B ou C de acordo com a antigenicidade do RNA e da matriz proteica. O vírus influenza tipo A tem subtipos determinados pelas glicoproteínas de superfície – hemaglutininas (H1, H2 ou H3) e neuraminidases (N1 ou N2).

5 - Qual o papel das glicoproteínas de superfícies (hemaglutininas e neuraminidases) na infecção pelo vírus influenza?

As glicoproteínas de superfície, principalmente as hemaglutininas, são responsáveis pela indução da resposta humoral à infecção pelo influenza. Além do caráter de antigenicidade, a hemaglutinina é a molécula que possibilita a adesão dos vírus às células do hospedeiro, enquanto a neuraminidase tem a função de hidrolisar a mucoproteína que recobre as células, permitindo a replicação viral.

6 - Quais são os principais tipos de modificações que os vírus influenza podem sofrer?

São elas:

"antigenic drift"

"antigenic shift"

7 - O que é "antigenic drift"?

"Antigenic drift" são pequenas variações antigênicas do vírus influenza, que acontecem frequentemente, em geral anualmente. São resultados de mutações de pontos do genoma viral, com consequente modificação da sequência de aminoácidos que compõem as glicoproteínas de superfície, principalmente a hemaglutinina. Essas modificações ocorrem com os vírus influenza A e B e têm como resultado o surgimento de uma nova variante viral, capaz de escapar da imunidade estimulada por uma infecção ou vacinação anterior. Em função da seleção natural, esse novo vírus passa a ser o predominante e advém uma nova epidemia de gripe.

8 - O que é "antigenic shift"?

"Antigenic shift" são grandes variações antigênicas do vírus influenza, que ocorrem em intervalos irregulares de dez a 40 anos. São resultados da completa substituição de um ou ambos segmentos do genoma viral que controlam a produção das glicoproteínas de superfície. Isso ocorre quando um determinado animal (por exemplo, o porco) é infectado por vírus influenza humano e de outra espécie (por exemplo, influenza de ave), de tal maneira que há uma recombinação entre os diferentes materiais genéticos e o surgimento de um vírus totalmente novo. Essa modificação somente acontece com o vírus influenza A, que é o único com grandes reservatórios animais (aves, porcos, cavalos etc). Como não existe imunidade contra este novo vírus influenza, a doença se dissemina de forma rápida e tende a atingir dimensão mundial, resultando em uma pandemia. A chamada gripe suína, provocada pelo Influenza H1N1, é um exemplo típico desta variação antigênica.

9 - Qual o impacto da gripe sobre a morbimortalidade da população infantil?

A gripe apresenta um impacto significativo na morbidade e na mortalidade de uma determinada população. Ela é, junto com a pneumonia, a principal causa de descompensação das doenças crônico-degenerativas. A infecção de crianças pelo vírus influenza está associada com o aumento na freqüência dos atendimentos médicos ambulatoriais, do número de hospitalizações, com o absenteísmo escolar e afastamento temporário do trabalho dos pais ou responsáveis pela criança. Assim, podemos afirmar que o impacto econômico desta infecção é significativo.

Para exemplificar o impacto da gripe sobre a população infantil, apresentamos alguns números originários dos Estados Unidos:

O número de consultas médicas de crianças, por ano, relacionada à gripe varia de 6% a 29%.

Menos de 1/5 das crianças com gripe recebeu tal diagnóstico médico.

A

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