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Insulinoma Canino

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Por:   •  19/3/2013  •  8.433 Palavras (34 Páginas)  •  1.343 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Insulinomas são tumores de células das ilhotas pancreáticas que secretam uma quantidade

excessiva de insulina, causando hipoglicemia, de ocorrência incomum em cães e rara em gatos.

Existe uma predisposição desses tumores em cães de meia-idade a idosos e em raças médias a

grandes como, por exemplo, Setter Irlandês, Pastor Alemão, Retriever do Labrador, Poodle

Standard e Boxer (OGILVIE, 1996). Trata-se de tumores de crescimento lento, que comprimem o

parênquima pancreático adjacente. São em geral precisamente delineados e encapsulados e,

embora malignos em sua maior parte (cerca de 90% em caninos). A pancreatectomia parcial é

freqüentemente paliativa, prolongando o tempo e a qualidade de sobrevida. Os sinais clínicos são

atribuíveis à hipoglicemia e incluem tremores musculares, fraqueza muscular, ataxia,

embotamento mental, desorientação, colapso e/ou convulsões (OGILVIE, 1996; FOSSUM,

2002).

O uso de glicose pelo Sistema Nervoso Central (SNC) é feito por difusão e não é insulinadependente,

ou seja, durante episódios hipoglicêmicos a captação de glicose é conseqüentemente

baixa. Além disso, a glicose é o primeiro recurso utilizado pelo SNC para obtenção de energia,

pois ele não pode utilizadar ácidos graxos ou corpos cetônicos bem como outros tecidos (por

exemplo, tecido nervoso periférico) (STEINER; BRUYETTE, 1996).

A gravidade das lesões cerebrais irreversíveis que a hipoglicemia pode gerar direciona à

procura por tratamento rápido e eficaz. Como o prognóstico após retirada completa da neoplasia

produtora de insulina é bom e proporciona longo período livre da doença, a cirurgia deve ser

considerada assim que possível (THEILEN; MEDEWELL, 1979).

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Anatomia e Fisiologia

2.1.1 Anatomia e Histologia do Pâncreas

O pâncreas é um órgão em forma de “V” situado ao longo do duodeno. Está composto

primariamente de ácinos pancreáticos, os quais secretam enzimas pancreáticas que são

importantes na digestão. Essas enzimas constituem a parte exócrina do pâncreas e são liberadas

na luz intestinal através do sistema de ductos pancreáticos. Dispersas pelo pâncreas estão

pequenas (cerca de 0,3mm de diâmetro) ilhotas de células que são estruturalmente diferentes

daquelas dos ácinos. O tecido das ilhotas apresenta um arranjo celular de cordões irregulares

ramificados entre um rico complexo capilar. Quatro principais tipos de células são encontrados

nas ilhotas: células alfa produtoras de glucagon, células beta produtoras de insulina, células delta

produtoras de somatostatina e células F nas quais se encontra o polipeptídeo pancreático

(DICKSON, 1996). Também existem células secretoras de amilina, hormônio peptídico

freqüentemente secretado ao mesmo tempo que a insulina e composto de 37 resíduos de

aminoácidos, que é o maior componente protéico dos depósitos amilóides das ilhotas de pacientes

humanos e felinos diabéticos com diabete mellitus tipo 2., células delta produtoras de

somatostatina e células F, nas quais se encontra o polipeptídeo pancreático (NELSON, 1997).

Embora as secreções endócrinas das células das ilhotas afetem os tecidos alvo através do

corpo, é importante notar que o efluente venoso pancreático passa através do fígado antes de

atingir a circulação principal. Assim, o fígado, em virtude das concentrações aumentadas de

hormônios pancreáticos que passam através dele, torna-se o principal órgão alvo (DICKSON,

1996).

As ilhotas correspondem à cerca de 1-2 % do peso do pâncreas. As células β são as mais

comuns na estrutura das ilhotas, correspondendo entre 60 e 75% das células, tendendo a

localizar-se no centro das ilhotas, estando cercadas por células α (segunda mais comum,

respondendo por cerca de 20% das células) e por células δ e PP, menos comuns (GUYTON;

HALL, 2002). Os grânulos secretórios das células β são caracterizados por uma quantidade de

insulina dentro de uma vesícula secretória, mantendo um nítido halo entre a membrana da

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vesícula e o seu conteúdo. Dentro das células a insulina forma polímeros e complexos com o

zinco; e a variação no tamanho destes complexos, é o motivo da diferença entre diferentes

espécies no tamanho destes grânulos (GANONG, 1999).

2.1.2 Insulina: síntese e secreção

A determinação da estrutura exata da insulina por Sanger e colaboradores em 1955

permanece como um marco na bioquímica das proteínas. As moléculas de insulina contém duas

cadeias de aminoácidos unidas por duas pontes dissulfeto com uma terceira ponte na cadeia A.

Há 51 aminoácidos e o peso molecular é de, aproximadamente, 5.700 (DICKSON, 1996).

A molécula de insulina é sintetizada primeiramente como

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