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O CONDICIONAMENTO OPERANTE: MODELAGEM DE COMPORTAMENTO CANINO

Por:   •  7/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.655 Palavras (7 Páginas)  •  1.467 Visualizações

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CONDICIONAMENTO OPERANTE: MODELAGEM DE COMPORTAMENTO CANINO

Carla de Almeida Vitória

FURB – Universidade Regional de Blumenau

RESUMO

O presente trabalho apresenta a descrição a cerca da pesquisa realizada nos fundamentos do método experimental, a qual obteve como sujeito desta, um cão. Tal pesquisa objetivou a aprendizagem de um determinado comportamento valendo-se do condicionamento operacional de Skinner, bem como a técnica de modelagem e a utilização de reforço positivo. Tal comportamento objetivado foi caminhar com a guia no pescoço e sempre ao lado da tutora, eliminando por consequência, ações como puxar fortemente a guia, andar à frente da tutora e engasgar por conta do apertamento no pescoço. Para tanto, foi utilizado o procedimento de caminhar, parar e reforçar somando-se a alguns comandos de voz como “vamos”, “senta”, “fica” e “junto”, de forma que, o cão fizesse associação destes em relação ao comportamento desejado.

Palavras-chave: condicionamento operante, modelagem, reforço positivo.

  1. INTRODUÇÃO

O comportamento animal é constituído por fatores variados de respostas que são apresentados pelo animal em relação aos estímulos que este recebe do meio em que vive e de todos os elementos a cerca deste, ou seja, todos os estímulos recebidos por ele, seja por alterações do ambiente ou por peculiaridades do mesmo, são traduzidos em suas reações, mais especificamente conceituando, traduzidos em comportamentos.

Tais conceitualizações a cerca do comportamento animal derivou de observações realizadas em laboratórios. Grande parte dos estudos a respeito da aprendizagem, com maior ênfase para o comportamento, se deu através de uma compreensão behaviorista (NOLEN-HOEKSEMA et al., 2012).

Diante deste contexto, postula-se que comportamento são reações expressadas em relação a estímulos recebidos. Os estímulos, por sua vez, são caracterizados como todo e qualquer aspecto a cerca do meio ambiente onde se vive – clima, estrutura, ruídos, luz, pessoas, interação, etc. ou alguma alteração em seu organismo – e, através da percepção destes, venha por consequência ser a causa de um conjunto de respostas.

A estrutura física, tratando-se de comportamento animal, especificamente neste caso tratando-se de cães, mostra-se como um limitador ao grau de desenvolvimento alcançado, pois, cada raça (ou mistura delas), ao longo do tempo, garantiu sua sobrevivência a partir de modificações orgânicas, fatores físicos e comportamentos adequados que levassem a sua reprodução.

Assim sendo, é de grande importância que se leve em conta as variabilidades e oscilações apresentadas rotineiramente vividas pelos cães. Para Nolen-Hoeksema et al. (2012), “ quando o comportamento desejado é totalmente novo, é necessário condicioná-lo aproveitando as variações naturais das ações dos animal”.

O presente estudo foi realizado dentro dos parâmetros do método experimental e buscou pela modificação de comportamento de um cão, onde a variável independente são os reforços oferecidos e o comportamento coloca-se como a variável dependente, a qual sofrerá alterações de resposta, devido ao tipo de reforço recebido.

 Objetivando, desta forma, demonstrar fatores resultantes da técnica de modelagem, segundo Nolen-Hoeksema et al. (2012, p.229), “ essa técnica...trata de reforçar apenas as variações na resposta que vão em direção desejada pelo pesquisador”.

  1. MÉTODO
  1. Sujeito

O estudo apresentado utilizou-se da técnica de modelagem aplicada a um cão, macho, oito anos de idade, castrado e sem raça definida. O cão é um pet de apartamento, entretanto, sua convivência se estende frequentemente ao contato com outros cães de raças diferenciadas em local que não o apartamento.

  1. Local

Tal modelação de comportamento se deu em um experimento de campo, ou seja, realizado ao ar livre, numa rua residencial, onde havia a presença de outros cães na vizinhança. O treinamento também foi realizado na garagem de um prédio, ou seja, um ambiente fechado e isolado de interferências significativas conforme vídeo apresentado.

  1. Procedimento

O comportamento modelado objetivado foi fazer com que o cão andasse com a guia no pescoço calmamente e junto à pessoa de domínio da guia, eliminando em consequência, o comportamento de puxar forçadamente, bem como andar rápido e à frente de seu tutor. Segundo Martin (2009, p. 145), “o modificador de comportamento começa por reforçar uma resposta que ocorre com freqüência superior a zero e que se pareça, pelo menos remotamente, com a resposta final desejada”.

Assim sendo, o procedimento realizado para a técnica de modelação foi a utilização de uma guia simples, mais especificamente, uma corda com uma laçada para encaixe da cabeça do cão, laçada esta utilizada na parte superior do pescoço do cão para evitar enforcamento, bem como o treino de andar com o cão e parar após algumas passadas fazendo, neste momento, o reforço positivo, neste caso, somente carinho para o cão quando da apresentação do comportamento desejado.

  1. Descrição

No primeiro momento, sem que houvesse treinamento ou mesmo qualquer tipo de reforço, o cão, já com a guia, puxou forçadamente, ficando à frente de sua tutora e farejando o chão, causando apertamento no pescoço, fazendo com que o cão se engasgasse, tal operação foi realizada em dois lugares diferentes em bairros residenciais.

Num segundo momento, foi realizada a fase de treinamento. A guia foi apresentada ao cão e em seguida colocada no mesmo, a tutora deu o comando de voz “vamos” e o cão andou olhando para os lados e puxando a guia forçadamente, entretanto, com menos frequência que a primeira vez supracitada. Após algumas passadas a tutora parou e deu o comando de voz para que o cão se sentasse, o comando foi emitido três vezes e fazendo movimentos com o dedo indicador. O cão sentou-se e recebeu reforço positivo da tutora, neste caso, carinho.

Ainda neste dado momento, após a pausa e o reforço positivo, a tutora deu o comando de voz “vamos” para recomeçar a caminhada, neste momento o cão deu um pequeno salto a frente, puxando novamente com força a guia. Sua tutora segurou a guia com força, fazendo com o cão permanecesse ao lado dela e dizendo a palavra “não”; o comando de voz para que o cão se sentasse foi dado novamente. O cão sentou-se e o reforço foi realizado.

A caminhada recomeçou com mais um comando de voz “vamos”, mas desta vez, o cão hesitou por poucos segundos e começou a caminhar devagar junto a sua tutora. Após oito passadas, realizaram uma nova parada, ao recomeçar a caminhada o cão deu um toque mais forte à frente, no entanto, com menos intensidade que vez anterior. A tutora segurou a guia e usou a palavra “não”, desta vez não houve o reforço.

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