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Líquens como Bioindicadores de Poluição Atmosférica

Por:   •  30/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  3.866 Palavras (16 Páginas)  •  116 Visualizações

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Líquens como Bioindicadores de Poluição Atmosférica nas Regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Lichens as Bioindicators of Air Pollution in the South, Southeast, Northeast and Midwest Regions of Brazil.

1Bianca Fernandes Oliveira, 2Marcelo Pisetta

Resumo

A poluição é um efeito que vem cada vez mais assombrando nossa sociedade. Pode ser entendida como o conjunto de substâncias nocivas à saúde, que em certa quantidade prejudica o meio ambiente e todas suas formas de vida. O biomonitoramento através do uso de bioindicadores é uma das ferramentas mais utilizadas para obter controle de poluentes, identificando e quantificando-os através das respostas de espécies ou comunidades. Os líquens são um dos organismos mais utilizados como bioindicadores, por estarem disponíveis no ambiente durante todo ano, terem uma distribuição ampla e demonstrarem através de mudanças visíveis o acúmulo de poluentes. Através da quantidade de líquens contidos nos caules das árvores, é possível determinar o nível de poluição. A poluição pode ser classificada em classes, em função da quantidade liquênica. A classe I indica deserto liquênico, onde há mais poluentes. Por outro lado, a classe V é a abundância de líquens onde há menos poluentes. Os estudos foram realizados em diversas regiões do Brasil, onde pode-se notar que os maiores níveis de poluição foram nos grandes centros, próximos a indústrias ou grandes metrópoles. Foi observado também a alta precisão do líquen como bioindicador, bem como sua baixa necessidade de recursos.

Palavras-chave: Poluição atmosférica; Líquens; Biomonitoramento

Abstract

Pollution is an effect that is increasingly haunting our society. It can be understood as a certain amount of substances harmful to health, which in a certain amount harms the environment and all its forms of life. Biomonitoring through the use of bioindicators is one of the most used tools to obtain control of pollutants, identifying and quantifying them through the responses of species or communities. Lichens are one of the organisms most used as bioindicators, as they are available in the environment throughout the year, have a wide distribution and demonstrate, through visible changes, the accumulation of pollutants. Through the amount of lichens contained in the stems of the trees, it is possible to determine the level of pollution. Pollution can be classified into classes, depending on the amount of lichen. Class I indicates lichen desert, where there are more pollutants. On the other hand, class V is the abundance of lichens where there are less pollutants. The studies were carried out in several regions of Brazil, where it can be noted that the highest levels of pollution were in large centers, close to industries or large cities. It was also observed the high accuracy of lichen as a bioindicator, as well as its low need for resources.

Key words: Atmospheric pollution; Lichens; Biomonitoring

[pic 1]

1Graduanda do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Paulista-UNIP. e-mail: fernandes.bianca.10@gmail.com

2Professor do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Paulista-UNIP, Doutor em Oceanografia Geológica. e-mail: marcelopisetta@hotmail.com

Introdução

Com a evolução da humanidade e o avanço da tecnologia, a poluição atmosférica se tornou um dos maiores problemas conhecidos, afetando o planeta como um todo. É definida pela presença de substâncias nocivas ou “poluente atmosférico”, que em certa quantidade afeta a composição e o equilíbrio da atmosfera, prejudicando o meio ambiente e as formas de vida.1

O desenvolvimento econômico, aumento da urbanização e consequente aumento de transportes de pessoas e bens em áreas urbanas e rurais contribuem para um aumento significativo na emissão desses poluentes, que são em sua maioria, fontes veiculares, especialmente em centros urbanos. As emissões desses poluentes são provenientes dos processos de combustão e queima incompleta dos combustíveis fósseis, que liberam gases como: óxido de carbono (CO e CO2), óxido de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), alguns sendo considerados cancerígenos, óxidos de enxofre (SOx) e partículas inaláveis (MP10).2-1

Portanto, a implementação de medidas de controle de poluição se faz necessária, principalmente nas áreas urbanas. Uma das medidas de controle de poluição considerável, é por meio de biomonitoramento.2

O biomonitoramento é um método experimental indireto, com o objetivo de identificar e quantificar poluentes por meio das respostas, da espécie ou comunidade, mediante ao estresse gerado pelo mesmo.3 Pode ser realizado de duas formas: a forma passiva, onde os organismos bioindicadores já habitam a área de estudo; ou a forma ativa, onde os organismos bioindicadores são introduzidos de forma controlada no ambiente.4

Os organismos vivos utilizados no biomonitoramento, são chamados de bioindicadores. Dentre os mais variados organismos utilizados como bioindicadores, os fungos liquenizados, mais comumente conhecidos como líquens, são os que mais se destacam, por conseguirem apresentar alterações visíveis como: alterações em sua folhagem; nos padrões de floração e alterações na frequência e na abundância de populações.4 Além de alterações visíveis mostrando sua sensibilidade aos poluentes, os líquens estão disponíveis no

ambiente durante todo o período do ano com uma distribuição ampla e um ciclo de vida longo, o que contribui para seu destaque como bioindicador.3

Os líquens são associações simbióticas entre um componente fúngico e uma população de algas unicelulares ou filamentosas, ou cianobactérias. O componente fúngico é chamado de micobionte, e a população de algas é chamada de fotobionte. As hifas do micobionte se aderem ao fotobionte formando apressórios, que possuem a função de transferir carboidratos e compostos nitrogenados do fotobionte para o micobionte. O fotobionte possui também a função de controlar a divisão celular, enquanto o micobionte oferece o ambiente adequado para sobrevivência e repassa os nutrientes absorvidos.5-6 (Figura 1)

Figura 17

[pic 2]

Esses bioindicadores apresentam diversas cores, variando do branco ao negro, passando pelo vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde.5 Assim como as cores, os líquens possuem vários tipos de talos, determinando sua forma. Sendo eles:7

Filamentoso: Mais simples nos talos, formado por filamentos frouxos e entrelaçados. Geralmente é corticícola e comum em locais sombreados.7-8 (Figura 2)

Crostoso: Possui forma achatada, muito aderido ao substrato formando crostas, não possuindo córtex inferior.1, 5-8 (Figura 3)

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