Mangás Modernos E Sua Interção Com A Turma Da Mônica
Monografias: Mangás Modernos E Sua Interção Com A Turma Da Mônica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Rafael231991 • 13/4/2014 • 4.839 Palavras (20 Páginas) • 666 Visualizações
Introdução
Enquanto vivemos na era tecnológica, onde as crianças e os jovens se perdem em mundos eletrônicos se equecendo dos livro e do hábito da leitura, os quadrinhos vêm ajudar nessa questão, os atraindo de diversas maneiras. E é esse estudo que pretendo realizar. O por que dessa ligação do público, não só jovem, adultos também, aos mangás. No mangá nos encontramos outra visão dos aspectos lingüísticos e visuais, uma diferente forma de literatura. E é uma arte que nasceu no Japão e que vem crescendo cotidianamente em todo o mundo.
A obra escolhida foi a de Maurício de Souza, Turma da Mônica Jovem. Os gibis da Turma da Mônica, foram o auge da década de 70, e os personagens mais queridos dentre muitos publicados, eram 4 (Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão). Com a invasão dos desenhos animados japoneses o mercado foi se fechando para os gibis, então Maurício de Souza, resolveu aderir a nova moda e recentemente foi lançado os mangá da turma da mônica jovem. Onde o artista, modifica sua obra antiga, para uma versão moderna (os personagens se tornam jovens) e cria sua própria visão do mangá. E são essas características que serão abordadas no artigo a seguir.
Começo da criação no Oriente
O mangá não poderia jamais ter nascido se a longa herança cultural japonesa, não tivesse sido sacudida pelos fluxos de desenhos, caricaturas, tiras de jornal e quadrinhos ocidentais. O mangá nasceu do encontro do Oriente com o Ocidente, no século XIX.
Durante o pós-guerra, o Japão, procurava se recuperar da miséria que assolava a população. E uma das formas encontradas para o trabalho e a diversão de alguns japoneses na época, foi a de desenho, com o mercado baixo e poucas expectativas dos teatros de papel, esses artistas acabaram desenvolvendo um tipo de mangá chamado de gekigá (imagens dramáticas) feito para adultos, com hisórias dramáticas próximas do real. Embora não tivessem muito rendimento, era um trabalho regular e não exigia profissionalismo para se fazer.
Os “akai hon (赤い本)” foram criados portanto. Eram livrinhos de capa vermelha, impressos em papel muito grosseiro e baratos, livrinhos de bolso. Então nessa época um mangaka, um desenhista desse tempo, chamado Osamu Tezuka, influenciado por Walt Disney e Max Fleischer cria o estilo do mangá moderno. Seus personagens possuem características próprias e diferentes do real. Características que podem ser encontradas nas faces, olhos, bocas, narizes e sobrancelhas desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressão dos personagens.
Existem teorias para o surgimento da questão dos enormes olhos dos personagens de Tezuka, uma delas é a do teatro Takarazuka. Era um antigo musical feito por mulheres onde o desenhista costumava comparecer para assistir as adaptações dos clássicos da literatura japonesa. Lá haviam holofotes que iluminavam os rostos das atrizes, fazendo com que seus olhos parecessem maiores. Porém, há outra teoria que diz que os olhos desproporcionais dos personagens foram influência dos desenhos do Walt Disney.
Outra criação feita por Osamu, são os movimentos gráficos dos quadrinhos. Os mostrando com ações cada vez mas expressivas, junto com as onomatopéias (palavras derivadas dos sons dos objetos, assim como eles são). Eram histórias compridas, como novelas e para tanto deveriam ser colecionadas em mais de uma revista, surgindo também, os capítulos.
A ordem da leitura de um mangá original do Japão, é da direita para esquerda.O inverso da ordem ocidental. Isso acontece, pois a leitura oriental antiga era realizada desse mesmo modo. No Brasil, os mangás que são traduzidos da língua japonesa para o português, continuam tendo essa mesma característica.
Outra importante avaliação do mangá é a sua acessibilidade. Por ser um quadrinho impresso em preto e branco e feito com papel reciclado, ele se torna de baixo custo e bastante acessível para toda a população.
Os mangás e os Japoneses
Hoje é impossível imaginar o Japão sem os mangás. Ele não é apenas lido por crianças e pré-adolescentes, mas também por universitários, executivos, donas de casa e até mesmo idosos. Seu público assíduo é de 40%. É incrível, mais 50% do papel usado no Japão, são para a fabricação dos quadrinhos.
“As pessoas, hoje em dia, no Japão, pensam sob a forma da linguagem do mangá.”
(LLOYD, in Mainichi daily news, 14. out. 1986.)
Cada mangá é produzido para uma idade específica. Por exemplo, um mangá infantil, apresentará histórias simples, de fácil compreensão, desenhos mais simples e arredondados e normalmente, um mundo voltado para a fantasia, sendo muito usado nas escolas japonesas como material didático. Os Sararimen, originado do termo em inglês “salary men”, são os mangás produzidos para o público adulto. Suas características serão totalmente diferentes dos que são produzidos para as crianças. Serão mostradas histórias do cotidiano de homens e mulheres, com conflitos familiares e empresariais, mostrando, portanto, um mundo mais real.
Os shoujo mangá, que são feitos especificamente para meninas adolecentes, surgiu primeiramente produzido por homens com conteúdos baseados no que eles pensavam que as adolescentes deveriam ler. Com histórias que estimulavam o autoritarismo do marido e a obediência das meninas. Em um país extremamente machista, mesmo depois do movimento sufragista dos Estados Unidos que concediam as mulheres o direito do voto, as japonesas continuavam desencorajadas de entrar no mercado de trabalho por sua submissão a casa e a família. Porém, em 1970 os mangás shoujo ganham uma nova cara, com sua primeira autora mulher Machiko Satonaka. E logo outras mulheres começaram a escrever e desenhar. Os Shoujo têm traços leves e delicados, e efeitos visuais floridos ou de formatos animados, que dedicaram total atenção aos personagens. Que contém normalmente enredos melodramáticos, romances e amores impossíveis.
Já os Shounen mangá, para meninos adolescentes sempre teve boa aceitação no Japão, com história de heróis e lutas que encantavam mensalmente os garotos japoneses. Porém foi em 1959 que essas histórias entraram de vez no mercado, depois do surgimento do quadrinho americano Batman. Houve uma maior procura por esse tipo de história e também novas editoras surgiram para a publicação.
Muitos enredos ficaram conhecidos por conter um sentimentalismo pós-guerra, isso serviu de inspiração para o surgimento dos
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