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O Futuro Da Humanidade

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Por:   •  6/10/2013  •  2.400 Palavras (10 Páginas)  •  1.002 Visualizações

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A CURY, Augusto Jorge. O futuro da humanidade: a saga de Marco Polo. Rio de Janeiro: Sextante, 2005. Arquivo em PDF – 159 páginas.

O romance escrito por Augusto Cury em 2005 relata a história de um jovem estudante de medicina, Marco Polo. O mesmo vive um dilema jamais presenciado por professores do Curso, o jovem estudante encontra-se frente a uma discursão onde, ao se deparar com a forma fria como os corpos estendidos são analisados, entra em debate com professores, no qual não tem a mínima importância sobre tais corpos. O protagonista resolve ir em busca da história de vida destes que ali se encontram.

Em sua trajetória, Marco Polo encontra Falcão, um poético, o qual seria o personagem fundamental para ajuda-lo nesta longa jornada que acaba de iniciar. O jovem, conhece através de Falcão, uma realidade jamais presenciada pelo mesmo, a vida de um mendigo. Passados algum tempo, vem a tona a real história do poeta Falcão, o qual era um renomado professor de filosofia, depois de passar por problemas psiquiátricos, resolve abandonar a família a morar nas ruas, com o intuito de que seus familiares não sofressem com seus delírios, história essa, que o jovem estudante percebe se repetir em outros casos dos moradores de ruas.

O romance começa a tornar-se mais impressionante ainda, quando Marco Polo, consegue convencer Falcão a descrever os corpos que analisara em suas aulas de anatomia. Frente aos corpos ali estendidos, o mendigo impressiona-se ao rever vários de seus amigos, no entanto, de todas as identidades, a que mais desperta atenção é a do corpo de um professor de medicina, que teria perdido toda a família em um acidente, em profunda depressão, larga a vida acadêmica e, assim como Falcão, vira morador de rua, a mais impressionante parte do romance é quando descobre-se que, aquele estendido tratava-se ainda, de um dos fundadores da Universidade, deixando o professor de Marco Polo em estado de choque, tratava-se de seu maior ídolo, seu professor no tempo de sua formação acadêmica.

Durante toda a trama, Marco Polo, o protagonista, procura resgatar pessoas emocionalmente debilitadas e que vivem à margem da sociedade, ensinando-as a valorizar-se, inserindo-as aos poucos na sociedade dita “normal”. Marco Polo procura mostrar aos outros, que no campo das emoções não existem verdades absolutas, tudo é relativo. Com idéias revolucionárias e inovadoras, Marco Polo procura questionar o diagnóstico e o tratamento das doenças da alma. A doença psíquica não deve ser vista como algo estanque, que subsiste por si mesma, sendo necessária uma análise profunda sobre os fatores que a condicionam, como genética, meio ambiente, etc.

A obra faz um confronto entre Psiquiatria e Psicologia, mostrando que ambas têm a mesma importância no tratamento do doente Psiquiátrico, sendo que uma complementa o sentido da outra. O autor deixa bem claro que qualquer pessoa pode desenvolver doenças psíquicas, porém a maneira como esta se manifestará em cada um, dependerá muito de como este individuo se preparou emocionalmente para os embates da vida. Para o autor, a maneira como o individuo encara a vida os elementos que o mesmo elege como importantes para a sua felicidade, são fatores determinantes para que o individuo possa ou não ser plenamente feliz e contribuir decisivamente para o futuro da humanidade.

Não lhes cabia no imaginário o que os esperava. Queriam ser heróis da vida, aliviar a dor e prolongar a existência, mas o currículo insensível da medicina os abalaria, sem nenhum preparo, com a imagem grotesca da morte. O sonho de se tornarem heróis da vida receberia um duro golpe. Iam se deparar com corpos despidos, dispostos sequentemente, como animais. (CURY, 2005, P. 04)

De repente, cinquenta metros à sua frente, viu mais um mendigo abordando as transcuntes num local movimentado. Tentava conseguir uns trocados para uma possível refeição noturna. Tinha barba longa a branca. Seus cabelos eram revoltos como os de Einstein zombando do mundo, mas parecia que ele zombava era do banho. A pele seca, sem brilho, desidratada, roçada pelo tempo. Vestia uma casaco preto, remendado com tiras brancas. Cheirava azedo cítrico. (CURY, 2005, P. 09)

Precisava ser ousado e criativo para percorrer os solos intangíveis da alma humana e caminhar ao indecifrável território da emoção. Após viajar em seus pensamentos e fazer anotações sobre os fatos ocorridos, uma luz brilhou. Teve uma ideia incomum para romper as barreiras e distâncias entre ele e o mendigo pensador: “Preciso tornar-se um deles”, imaginou. (CURY, 2005, P. 12)

Marco Polo estava boquiaberto com as revelações de Falcão sobre o poeta da vida. Relatou que ele sabia transformar as coisas simples num espetáculo aos

seus olhos. Fazia da aurora um momento de meditação. Considerava o orvalho da manhã como pérolas anônimas que por instantes aparecem e logo se dissipam. Cantava quando as gotas de chuva umedeciam a terra. Era apaixonado pela vida, pela natureza e pelo Autor da existência. (CURY, 2005, P. 21)

Vocês podem calar a minha voz, mas não os meus pensamentos. Vocês podem acorrentar o meu corpo, mas não a minha mente. Não serei plateia dessa sociedade doente, serei autor da minha história. Os fracos querem controlar o mundo; os fortes o seu próprio ser. Os fracos usam as armas; os fortes as ideias. (CURY, 2005, P. 29)

O medo de enlouquecer sempre perturbou o ser humano. O fato de perder o juízo, não discernir a realidade, desorganizar o pensamento, romper com a consciência de si mesmo e do mundo angustia milhões de pessoas de todas as sociedades. (CURY, 2005, P. 31)

Nestes capítulos iniciais, o autor vem de início, trazer a história do jovem estudante de medicina Marco Polo, que, inconformado com a forma fria no qual os corpos do laboratório eram tratados, começa a procurar saber da história de vida de cada um dos corpos ali estendidos para estudo. Nesta trama, o jovem encontra o Falcão, ao qual tem muito a contar sobre tais corpos. Não foi nada fácil para Marco Polo conseguir a confiança de Falcão, no entanto, com atos e ações o jovem estudante ganha vai além da confiança mesmo, ganha seu respeito, lhes contando sobre seu passado e o que teria levado a morar nas ruas, bem como a história de outros corpos que ali se encontrava. Apesar de ser ficção, a trama nos passa a lição de que, como futuros profissionais não devemos olhar para o paciente somente pela patologia, mas vê-lo como um todo.

Houve momentos em que Falcão pensava em desistir da vida. Felizmente, ele e o Poeta reuniram suas ruinas e ajudaram-se mutuamente a sobreviver ao demônio da culpa. Saíram pelas estradas, dormiram ao relento e viajaram juntos para o epicentro dos

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