O capitalismo é produto da seleção natural ou a seleção natural é produto do capitalismo

O CAPITALISMO É PRODUTO DA SELEÇÃO NATURAL OU A SELEÇÃO NATURAL É PRODUTO DO CAPITALISMO?

Esse pergunta pode parecer tola, mas chama a atenção para um aspecto da construção do conhecimento científico que é um tanto negligenciada a saber, o contexto econômico, político e social do desenvolvimento da ciência; até que ponto o homem, a sua forma de organização política, social, cultural e econômica podem servir de modelo ou de analogia para o que acontece na natureza.

Quem já leu uma das biografias de Charles Darwin (e de Alfred Russell Wallace) sabe que uma das influências mais marcantes para o desenvolvimento da teoria da seleção natural foi a leitura que ele fez do reverendo Thomas Malthus, acadêmico que escreveu sobre economia política, cuja obra An Essay on the Principle of Population (1798) aborda os problemas relacionados ao crescimento populacional, a saber fome e doenças, pois a população humana cresce em uma progressão geométrica enquanto que a produção dos alimentos cresce em progressão aritmética. Partindo desta conclusão, Malthus critica as leis assistenciais voltadas para os pobres da Inglaterra.

Darwin extrapolou o raciocínio de Malthus para explicar o princípio de seleção natural que é responsável pela mudança que as espécies sofrem ao longo do tempo, diversificando-se ou extinguindo-se.

Hoje os biólogos evolucionistas são quase que unânimes quanto à aplicação do princípio da seleção natural como mecanismo da evolução. Todavia, uma pergunta no ar:

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