POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI INFETADAS COM VIRUS DO DENGUE
Por: Kristinak • 10/10/2016 • Artigo • 1.658 Palavras (7 Páginas) • 463 Visualizações
CONTROLO DE PRAGAS
POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI INFETADAS COM VIRUS DO DENGUE
[pic 1]Catarina Rôla nº7; Kristina Korinets nº13; Marta Pinto nº17 (12ºC)
Introdução
Este artigo trata o controlo das populações do mosquito Aedes aegypti, na medida preventiva de transmissão da doença do Dengue. Abordará um pouco da sua história e contextualização e técnicas destinadas ao controlo do mesmo.
Existem diversas doenças causadas por vírus, transmitidas por mosquitos vetores, sendo exemplo destas o Dengue, Febre-amarela e Malária. Estas causam um impacto significativo da mortalidade humana. Os mosquitos vetores são aqueles que são infetados pelo vírus, resistem à replicação do mesmo no seu interior e são capazes de o transmitir a um hospedeiro, sendo esta capacidade denominada competência vetorial. O controlo dos mosquitos vetores é maioritariamente voltado para a utilização de inseticidas e outros químicos contra o mosquito adulto, no entanto, estes métodos revelam-se não sustentáveis a longo prazo, devido à resistência e seleção artificial causada pelos produtos químicos, bem como o impacto negativo causado por estes no ambiente e ecossistemas. Desta forma, tanto a descoberta como a aplicação de novas técnicas alternativas é necessária.
Características do mosquito Aedes Aegypti
Aedes aegypti teve origem em África e desde então, foi transportado globalmente em todo o tropical, subtropical, e partes do mundo temperadas, por meio de atividades comerciais e marítimas globais. Não conseguem viver em regiões frias. Este é de tamanho pequeno, possuindo, em média, 0,5 cm de comprimento e cor preta com manchas (riscas) brancas no dorso, pernas e cabeça. O mosquito macho alimenta-se de frutas ou outros vegetais adocicados.[pic 2][pic 3]
Trata-se de um mosquito doméstico e vetor, transmitindo portanto doenças (entre estas, o Dengue) aquando infetado pelos vírus das mesmas. A transmissão da doença do Dengue é levada a cabo pela fêmea da espécie, uma vez que é a responsável pelo contato entre mosquito-hospedeiro, pois as fêmeas precisam de realizar a hematofagia (alimentação com sangue) importante para o desenvolvimento completo dos ovos e sua maturação nos ovários, deste modo, estas vivem dentro ou perto de domicílios e outras construções frequentadas por pessoas, porque aí dispõem de mais alimento e mais locais para desovar.
Controlo de Vetores
Os mecanismos de adaptação e de dispersão do inseto exigem a combinação de diversos métodos e técnicas para inibir o crescimento da sua população. Cada fêmea vive de 30 a 35 dias. Nesse período, faz de quatro a seis posturas, podendo dar origem a até 1.500 mosquitos e os ovos são distribuídos por inúmeros criadouros, garantindo, assim, a dispersão da espécie e sua preservação. Além disso, os ovos resistem em ambientes secos por até 450 dias, permitindo que aguardem o retorno da humidade e do calor para que eclodam.
O controlo da Doença do Dengue faz-se através da utilização bioinsecticidas, mosquitos geneticamente modificados e transgénicos e bactérias que infetam insetos.
Utilização de Bioinsecticidas
Existe uma nova geração de bioinsecticidas, que são capazes de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti, sem consequências para a saúde quer humana quer animal, consistindo na substituição dessas substâncias por produtos biológicos. Entre estes produtos está a bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis (Bt) que por volta de 1976 era usada exclusivamente no controle de insetos-pragas na agricultura, mas que atualmente iniciou-se o seu uso no controle de vetores de doenças.
A bactéria B. thurigiensis produz uma endotoxina que, ao ser ingerida pela larva de A. aegypti causa danos no seu trato gastrointestinal, provocando a sua morte. Outro fato importante é a possibilidade da Bt ser usada juntamente com produtos químicos para aumentar a eficiência do controle.
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia inventou este ano, um bioinseticida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti - o Inova-Bti. O Inova-Bti é um líquido que pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água ou tenha potencial para ser um criadouro do Aedes aegypti. Basta aplicar 1 gota para cada litro de água, diretamente no criadouro, e dentro de 2 a 3 horas causa a morte apenas das larvas e não do mosquito adulto. A bactéria não é tóxica para as pessoas nem para animais domésticos e é de fácil aplicação, podendo ser manuseado pela própria população. Todos os testes laboratoriais e de eficácia já foram concluídos pela Embrapa, mas antes de ser comercializado, o produto precisa ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Utilização da Bactéria Wolbachia
Uma das técnicas utilizadas no controlo das populações do mosquito Aedes aegypti e portanto, da transmissão de doenças, é recorrendo à introdução na bactéria Wolbachia nas populações no mesmo, neutralizando a transmissão do vírus, tanto para os hospedeiros como para as gerações seguintes.
Ela interfere na reprodução dos insetos, para se beneficiar.
O uso da bactéria Wolbachia é uma alternativa natural, segura e autossustentável para o controlo de doenças virais. Um grupo de cientistas do projeto: Eliminar a Dengue Desafio Brasil, verificou que, se um macho com Wolbachia se cruzar com uma fémea sem essa bactéria, os ovos que ela produzir não vão originar descendentes. Caso contrário, se um macho sem Wolbachia se cruzar com uma fémea com Wolbachia, ela produz um número normal de ovos, todos com a mesma bactéria que a fémea. Quando dois insetos com Wolbachia se cruzam, ocorre exatamente o mesmo, assim o número de indivíduos portadores da Wolbachia aumenta rapidamente até que quase todos os insetos dessa população tenham a bactéria. [pic 4][pic 5]
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