Panorama Nutricional Brasileiro
Ensaios: Panorama Nutricional Brasileiro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: isabella0003 • 26/5/2014 • 889 Palavras (4 Páginas) • 650 Visualizações
PANORAMA NUTRICIONAL BRASILEIRO
O Brasil tem passado pelo que os cientistas denominam de “transição epidemiológica” no que diz respeito ao perfil de morbi-mortalidade e invalidez da população. Este processo abrange três pontos principais:
• Substituição da maior incidência de doenças transmissíveis por doenças crônico-degenarativas;
• Aumento da morbi-mortalidade em grupos de idosos e diminuição entre a população jovem;
• Predomínio da morbidade em detrimento da mortalidade1
O perfil de “transição” também é observado no universo nutricional. A mesma se caracteriza por mudanças nos padrões dietéticos e nutricionais tradicionalmente adotados. Observa-se a redução da prevalência de desnutrição e o aumento dos casos de sobrepeso e de obesidade na população brasileira2 Tendências no Perfil Nutricional da População
,3. Este processo não ocorre de maneira homogênea devido à grande extensão territorial do país e às sabidas diferenças socioeconômicas regionais. Em algumas localidades, ainda observamos alta prevalência de quadros de desnutrição e de deficiências nutricionais3.
A deficiência de micronutrientes, ao longo do tempo, vem se destacando como importante problema de Saúde Pública. Grande parte da mesma ainda se apresenta de forma subclínica, o que respalda a denominação desse tipo de carência nutricional como "fome oculta”13. Mesmo sendo o estágio anterior ao surgimento dos sinais clínicos, a fome oculta já compromete várias etapas do processo metabólico, como alterações no sistema imunológico e no desenvolvimento físico e mental do indivíduo. De acordo com o International Life Science Institute – ILSI, uma em cada quatro pessoas no mundo é afetada pela fome oculta, sendo a maioria em países em desenvolvimento14. Atualmente, determinadas doenças provenientes das deficiências de micronutrientes como ferro, vitamina A, iodo e zinco, tornaram-se altamente relevantes.
Anemia
As anemias mais comuns existentes em todo o mundo são a ferropriva e a megaloblástica. Em nosso país, a anemia ferropriva afeta 45% das crianças menores de cinco anos e 21% das mulheres de 15 a 49 anos5. Por sua importância no crescimento e desenvolvimento, o ferro é essencial na infância, na adolescência e no período gestacional6.
A anemia megaloblástica, causada pela baixa ingestão de vitamina B12 e folato (vitamina B9), também é muito observada11. A deficiência do folato é responsável por, aproximadamente, 200 mil nascimentos prejudicados severamente em países em desenvolvimento.
Além disso, as mortes causadas por doenças cardíacas podem estar associadas à deficiência de ácido fólico, cujo efeito produz hiperhomocisteinemia5. Segundo a Unicef, as anemias em sua forma severa causam 880 mortes por ano no Brasil5. A fortificação da farinha de trigo com ferro e ácido fólico foi adotada visando reverter este quadro.
Hipovitaminose A
A deficiência de vitamina A atinge o Brasil e mais 38 países de forma endêmica5. As crianças são as mais afetadas. Na fase escolar a deficiência desta vitamina afeta entre 2,8 e 3 milhões de indivíduos em todo o mundo. Dentre as crianças brasileiras menores de seis anos, 15% apresentam deficiência de vitamina A na forma subclínica5,6.
Deficiência de Iodo
Nos países em desenvolvimento, a deficiência de iodo ainda é muito freqüente. A ingestão diminuída deste mineral está associada ao desenvolvimento de bócio simples ou endêmico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em aproximadamente 200 milhões a incidência mundial de bócio12. No Brasil, a deficiência deste mineral em mulheres grávidas causa
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