RESENHA SOBRE O CONCEITO DE ESPÉCIE
Por: Millena mota de carvalho • 20/6/2016 • Resenha • 1.281 Palavras (6 Páginas) • 1.128 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA
CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS/BIOLOGIA
MILENA MOTA DE CARVALHO
ESPÉCIE
IMPERATRIZ-MA
2016
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MILENA MOTA DE CARVALHO
ESPÉCIE
Resenha crítica apresentada ao Curso de Licenciatura em Ciências Naturais/Biologia da Universidade Federal do Maranhão - Campus Imperatriz, para obtenção de nota parcial na disciplina de Fanerógamas.
Prof.ª Rafaela Tigre
IMPERATRIZ-MA
2016
Espécie
A categoria mais fundamental da classificação biológica. Mas, será esta classificação a única forma de conceituar espécie? Se observarmos o panorama cientifico que se formou historicamente em torno dessa temática, veremos o quanto os cientistas vêm debatendo para chegar a um consenso sobre algo aparentemente tão simples, se tornando esse embate sem conclusão ao tentar decidir se esse ou aquele grupo de organismos constitui ou não uma espécie.
Desde os primórdios sabe-se que os seres humanos já nomeavam espécies, no entanto, hoje o conhecimento sobre como a vida evolui em novas formas aumentou muito, o que gerou um debate sobre as espécies e suas variáveis perspectivas conceituais. Charles Darwin em 1859 formulou da seguinte forma “... eu encaro o termo espécie como arbitrariamente atribuído, por motivo de conveniência, a um grupo de indivíduos aproximadamente semelhante”. Para exemplificar as várias concepções dessa busca por uma definição ideal Mayr em 1942 conceituou “Espécies são grupos de populações naturais, real ou potencialmente intercruzáveis, que são reprodutivamente isolados de outros grupos semelhantes”.
Sob esse ponto de vista, fica claro que não há um conceito universal para definir, identificar e caracterizar todas as espécies, Charles Darwin fez considerações a esse respeito quando disse “É engraçado ver como diferentes ideias se manifestam nas diferentes mentes dos naturalistas, quando eles falam em ‘espécies’”... “Tudo isso resulta da tentativa de definir o indefinível”.
Para traçar uma linha norteadora existem critérios para um conceito de espécie, baseados em universalidade, aplicabilidade e significância teórica. O critério da universalidade determina o monismo que determina existir uma única maneira de dividir o mundo vivo em grupos de indivíduos que são organizados por uma única hierarquia de leis, como também o pluralismo, onde não há uma visão unificada da natureza; seres vivos são vistos como uma perspectiva de um conjunto de variações sem limites muito claros. Ademais, temos o critério aplicabilidade que diz que espécies devem ser definidas levando em conta todos dados disponíveis, e por fim, a significância teórica que aponta que espécies e seus caracteres proveem evidências para chegar a uma explicação teórica sua existência.
Diante desse quadro de critérios surgiram variados tipos de conceitos de espécies, por exemplo, o morfológico, o fenotípico e o taxonômico que são baseados na similaridade geral e/ou interrupções na distribuição dos caracteres. Também podemos citar os conceitos evolutivos como o biológico, ecológico, evolutivo, reconhecimento e o de coesão que são comprometidos teoricamente com as ideias evolutivas, ou seja, uma ancestralidade comum. Além destes acima ainda é necessário ressaltar os conceitos filogenéticos, como o cladístico, filogenético e Hennigiano que baseam-se nas análises filogenéticas e considera também a ancestralidade comum.
No que tange o conceito Biológico de Espécies (CBE) temos Ernst Mayr (1977), como defensor dessa definição onde espécie é um grupo de populações naturais intercruzantes que acasalam e reproduzem entre si, e que está isolado reprodutivamente de outros grupos, uma vertente que traz vantagens relacionadas à independência evolutiva, um elemento para a diversificação, bem como, para um grupo de espécies, um critério claro e testável. Em contrapartida as desvantagens são a irrelevância para espécies assexuadas, e o fato de não poder ser aplicada a “espécies” fósseis/extintas, além de que o isolamento geográfico não permite testar o intercruzamento.
Ainda nessa discussão contempla-se o conceito Genotípico de espécies (CGE) onde “Uma espécie é um grupo característico de indivíduos que possui poucos intermediários ou nenhum quando em contato com outros grupos.” (Mallet 1995), munido de vantagens como admissão de baixos níveis de hibridização interespecífica, logo, não há qualquer menção sobre o mecanismo de especiação, encontrando uma ressalva no problema de não poder ser aplicado a populações alopatrias.
No que diz respeito ao conceito Filogenético de espécies (CFE), que preconiza o pensamento de (Cracraft 1983), “O menor agrupamento diagnosticável de um conjunto de organismos dentro do qual há um padrão parental de ancestrais e descendentes" temos alguns inconvenientes como, por exemplo: confundir história dos caracteres com história dos organismos; as classificações acabam por mudar com mais dados; e termina por criar uma “inflação” taxonômica. Por outro lado, é muito útil para alguns grupos taxonômicos cujas espécies têm pouca hibridização e são monofiléticas com sequências de DNA.
Dando continuidade a este cenário, temos o conceito de Coesão de espécies (CCE) que tem por definição de espécie a seguinte base: “A mais inclusiva população de indivíduos que têm o potencial para a coesão através de mecanismos intrínsecos coesivos." (Templeton 1989). Fazendo um adendo para definir os mecanismos coesivos, diz-se serem estes intercâmbios genéticos que estão limitados ao fluxo gênico e intercâmbios demográficos sendo estes limitados ao nicho fundamental e influenciado por deriva genética e seleção. Para este conceito encontram-se dificuldades operacionais nas quais cada cientista pode escolher enfatizar diferentes mecanismos coesivos.
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