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Resumo sobre mecanismos de dor neuropática

Por:   •  20/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  675 Palavras (3 Páginas)  •  352 Visualizações

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A dor é uma sinalização diante de uma situação ou perigo iminente, sendo uma resposta adaptativa. É definida como “uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão” pela International Association for the Study of Pain (IASP). O prolongamento desta dor indica lesão tecidual e leva ao processamento anormal de informação sensorial pelo sistema nervoso (Jarvis & Boyce-Rustay, 2009). A dor crônica é uma neuropatia recorrente, que leva a uma redução da qualidade de vida além de consequências negativas no âmbito social e econômico. Os medicamentos atuais são restritos por problemas tais como efeitos secundários que limitam a dose, a tolerância, e o potencial de dependência (King and Vetter, 2014).

Dor neuropática é aquela associada a uma lesão ou doença no sistema nervoso (Mann, Currier, Quiroz, & Manji, 2012). O dano celular causado por variações na temperatura ou ação mecânica libera compostos como ácidos e capsaicinas que são captados por receptores morfologicamente diferenciados, denominados nociceptores presentes em filamentos Aδ (mielinizado) e fibras C (não mielinizado) (Brandão, 2008). Os estímulos nocivos que causam dor são reconhecidos por tais terminais de fibras nervosas aferentes especializadas. Esses neurônios são pseudounipolares e apresentam um único axônio com um ramo periférico que termina na pele ou vísceras e um ramo central que termina na medula espinhal. Os terminais periféricos destes neurónios são enriquecidos com canais especializados e receptores que transduzem estímulos mecânicos, ou produtos químicos endógenos e exógenos em estímulos elétricos, por meio da geração de um potencial de ação.

Desta forma os terminais periféricos são responsáveis pela conversão do estímulo ambiental em atividade neural, ou seja, transdução mecânica. Esta transdução é mediada por canais de íons e receptores especializados presentes nestes nociceptores, que não apenas os traduzem, mas também os transmite a neurônios presentes no corno dorsal da medula espinhal. Estes estímulos geram um potencial de ação, que percorre todo o axônio e promove a aberturas de canais de cálcio (do tipo N), levando ao seu influxo e consequentemente a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica e condução do impulso nervoso. O principal neurotransmissor liberado por fibras C é o glutamato (L-Glu), assim como na maioria de neurônios excitatórios (Julius & Basbaum, 2001). Os receptores de L-Glu podem ser do tipo metabotrópicos, quando estão acoplados a proteína G e mensageiros secundários, ou ainda receptores ionotrópicos, que são mais comuns, neste caso são dependentes da ligação de íons para seu funcionamento. Estes últimos são do tipo NMDA (N-metil D-Aspartato) e AMPA (alfa-amino-3-hidroxi-metil-5-4-isoxazolpropiónico), ou ainda, do tipo cainato (Purves, Augustine, Hall, Mcnamara, & White, 2010).

A lesão tecidual citada acima resulta na liberação de mediadores pró-nociceptivos que sensibilizam terminações nervosas periféricas caracterizando a sensibilização periférica, mas também ocasionam alterações neuroquímicas e fenotípicas de neurônios sensoriais além de aumento na excitabilidade do corno dorsal da medula espinhal neurônios, configurando a sensibilização central. Esta ultima pode ser produzido pela atividade em fibras sensoriais primárias não-nociceptiva (Boyce-Rustay et al., 2009).

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