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Sorgo, ingrediente alternativo para nutrição animal

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Por:   •  1/9/2014  •  Artigo  •  1.260 Palavras (6 Páginas)  •  712 Visualizações

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SORGO, INGREDIENTE ALTERNATIVO PARA NUTRIÇÃO ANIMAL

GENERALIDADES

O sorgo é uma gramínea de origem africana, pertencente à família Gramineae e de nome científico Sorghum bicolor. Situa-se em quinto lugar entre os cereais mais plantados no mundo, ficando atrás apenas para as produções de trigo, arroz, milho e cevada. Em regiões como a Ásia, África, China, Rússia e América Central os grãos de sorgo são largamente utilizados para a alimentação humana, enquanto que na América do Norte e Sul, Europa e Austrália sua produção é destinada especialmente à produção de rações. Esse cereal foi introduzido no Brasil no início do século XX, mas desde então nunca se firmou como uma cultura com características comerciais tão marcantes. Por ser visualizado como substituto do milho em seus vários usos, o sorgo teve problema para ser identificado pelos produtores e consumidores como tal. Também por ser apresentado como rústico, com sua origem em regiões semi-áridas e áridas, seria resistente a seca, foi introduzido no Nordeste como o produto que salvaria a produção agropecuária daquela região, no entanto, o sorgo é um pouco mais resistente á um estresse hídrico do que o milho, mas não é resistente à seca como se propagava, e depende de boas práticas culturais para atingir produtividades melhores, assim, teve dificuldades para se tornar um produto comercial de porte naquela região.

As informações que se possui com respeito ao sorgo, indica-o como um bom substituto do milho na produção agrícola e na alimentação animal, mas aspectos culturais que afetam o comportamento dos agentes do agronegócio do Brasil dificultam esta substituição e geram problemas de mercado para o produto. Na realidade o produtor de sorgo é quase que integrado com algumas firmas produtoras de rações, visto que nos canais normais de comercialização eles tem dificuldades de colocar o produto, pois em sua maioria no momento da colheita o produtor precisa escoar o grão direto para os consumidores por não terem espaços específicos e separados para armazenagem deste cereal. Por exemplo, os armazéns graneleiros são usados prioritariamente para estocagem de milho e soja, sendo usados apenas espaços marginais para armazenagem de sorgo. Desta forma a comercialização do sorgo ocorre de forma intensa nos meses da colheita e, por isso, passa a concentrar-se nos armazéns das grandes empresas consumidoras, restando pouco tempo para a comercialização futura. O sorgo é uma cultura marginal ao milho e depende do desempenho dele para participar no mercado. Normalmente o preço mínimo do sorgo representa 80% do preço do milho, possivelmente essa relação vem se mantendo no mercado interno e internacional. Dessa forma, a variação sazonal dos preços do sorgo deve seguir de perto o do milho, em função da utilização semelhante, sendo assim, os preços do sorgo são fortemente influenciados pelos do milho.

Ao avaliarmos a produção brasileira como um todo, nota-se que em uma década a área colhida de sorgo em grãos praticamente quadruplicou e que a produção mais que quadruplicou. Analisando os dados de 1973 até 1994, a produção cresceu a taxa média de 1,3% ao ano, representando aproximadamente um crescimento de 32,93% em um período de 22 anos, por outro lado, no período de 1995 até 2001 a taxa de crescimento média foi de 19,85 % ao ano, resultando em um crescimento aproximado de 255,1% no período de 7 anos(Tabela 01). Os dados relativos à produtividade apontam para o cultivo do sorgo sendo desenvolvidos na segunda safra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, uma vez que as produtividades destas regiões são menores que a da região Sul(Tabela 02).

Atualmente as técnicas de cultivo, variedades e sistemas de produções relacionadas ao sorgo, não constituem em fatores limitantes para a expansão da cultura do sorgo, dadas a versatilidade desse cereal quanto à sua adaptação aos diversos tipos de solos, climas, bem como as suas características de boa resistência à seca. Dessa forma o sorgo pode ser cultivado em áreas em que apresentam menor disponibilidade de água do que aquelas destinadas para o cultivo do milho. Haja vista a característica de maior resistência hídrica, o sorgo apresenta maiores opções de plantios do que o milho, sendo muito utilizado como opção para o plantio de safrinha em algumas regiões do Brasil.

O plantio do sorgo, com destaque para a região Centro-oeste, tem sua concentração no período pós-colheita de soja e milho, por isso mesmo denominada safrinha, tendo sua colheita entre os meses de julho e agosto, época em que os armazéns gerais da região estão abarrotados de grãos de milho e soja. Com o incremento da produção de sorgo nos últimos anos no Brasil e com uma perspectiva de uma produção em torno de 2.347 mton para a 2005(Tabela 03), este cereal apresenta-se como uma alternativa para a indústria de rações para suprir as necessidades

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