Água e a Responsabilidade Social.
Por: Silas José Da Silva José • 5/4/2016 • Trabalho acadêmico • 2.956 Palavras (12 Páginas) • 311 Visualizações
Introdução/Resumo
O tema água está sempre presente em debates que envolvem População-Planeta. Sendo um assunto que há muitos anos vem sido discutido, soluções e novas ideias para que o crescimento de grandes metrópoles e o consumo de agua seja equilibrado são apresentadas, mas infelizmente isso só fica no papel. A falta de organização faz com que sejam gastos milhões de reais retirados dos cofres públicos para uma solução que é apenas temporária. Agora a grande questão é como solucionar e evitar um novo efeito Cantareira.
A água no mundo.
A água é extremamente vital para a manutenção do planeta, e dos seres que nele habitam. Mesmo cobrindo cerca de 75% da superfície terrestre, 97% está em estado liquido concentrado nos oceanos, mas apenas 3% é água doce. Esses 3% estão distribuídos em rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera, nesses pontos a água é acessível. O restante se encontra em geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos, mas ainda não há tecnologia suficiente para ter acesso a esses pontos.
Na América Latina há a maior quantidade de agua doce do mundo, totalizando aproximadamente um terço dos recursos hídricos renováveis. Na lista de países que possuem a maior quantidade de água, três se encontram na América Latina: Brasil (primeiro), Colômbia (terceiro), Peru (oitavo). Mesmo sendo tão abundante em agua, a má distribuição hídrica resulta em crises de escassez, principalmente nas metrópoles que precisam de uma grande demanda para suprir a necessidade da população.
O Brasil é dotado de uma grande quantidade de água doce, cerca de 12% de toda a agua doce do planeta se concentram aqui. Essa quantidade esta disponível em rios sendo a maior concentração no rio Amazonas, que é o maior em volume e extensão. Além de possuir o maior reservatório de agua do mundo o Sistema Aquífero Guarani, apesar de se estender por Paraguai, Uruguai e Argentina 2/3 dessa reserva se concentra no brasil. Mesmo sendo privilegiado com tanta abundancia em agua o país não está a salvo da escassez. A causa é a má distribuição hídrica que afetam varias regiões do país nos últimos anos.
Muita gente, pouca agua.
Decorrente do aumento da população nas últimas décadas e ao aumento da atividade econômica como a agropecuária, por exemplo, a demanda de agua consequentemente aumentou. Mesmo o Brasil sendo um potencia hídrica, a falta de agua merece sua devida atenção, pois apenas uma pequena parte do total é acessível para aproveitamento dificultando acompanhar o ritmo populacional e econômico.
Tanta abundancia em agua não é suficiente para suprir determinadas regiões que acabam sofrendo com a escassez, o que causa esse problema é a má distribuição e utilização dos recursos hídricos. A região norte é a que apresenta a maior disponibilidade sendo 68% das reservas hídricas do país onde se concentra 7% da população, diferente das regiões Nordeste e Sudeste que são as mais populosas possuem apenas 3% e 6% respectivamente, provocando uma desproporção em relação ao número de habitantes.
A região que mais sofre com a escassez é o nordeste. Sua escassez é decorrente do clima semiárido, portanto é uma causa natural. Mas a seca não atinge todo o Nordeste, mas apenas a região conhecida como “Polígono das secas” que possui uma baixa densidade demográfica. Sendo assim o problema pode ser resolvido com recurso tecnológico para que possa tornar essa terra sustentável como é o caso de outros lugares no mundo que conseguem lidar com a seca natural. Nos EUA, por exemplo, conseguem cultivar áreas imensas e com grande sucesso em regiões como a Califórnia, onde a ocorrência de chuva é sete vezes menor do que no polígono da seca, e Israel, que consegue manter um nível de vida razoável em um deserto (Nagev).
Apesar da seca ter causas naturais, seus efeitos são agravados pela “Indústria da Seca”. A Indústria da seca é um termo usado para definir o que acontece no Nordeste onde o poder público e privado aproveita a situação para pedir verba para a melhoria do local, exagerando no tamanho da região com aridez para terem seus pedidos atendidos, mas o real motivo é o desvio desse recurso em projetos superfaturados ou em favores políticos. O pouco que é realmente usado fica perdido, pois as obras são construídas em propriedades privadas e quem é beneficiado com isso são os latifundiários. Isso mostra que a falta de água não está diretamente ligado com a quantidade de habitantes, e sim com questões politicas e administrativas.
Com isso, o Nordeste teve um período de expulsão populacional, onde muitas famílias migraram para outras regiões, principalmente o sudeste em busca de uma vida melhor. Essa migração acabou resultando em uma superpopulação que se agravou pela má infraestrutura para receber os novos moradores.
São Paulo e Cantareira
Em decorrência da superpopulação de uma metrópole a produção de lixo acompanha esse crescimento, mas pesar de ter empresas especializadas na coleta e reciclagem desse material, ele não é descartado de maneira correta, indo parar em rios, bueiros e amontoados pela cidade abrigando animais e insetos que transmitem doenças como, por exemplo, ratos e baratas. Em conjunto com o lixo o sistema de esgoto também não tem um tratamento adequado sendo que de todo o esgoto produzido no país somente 38% passa por algum tratamento. Isso significa que mais da metade da população brasileira não possui acesso aos serviços de saneamento básico, resultando no despejo desse material nos mananciais.
São Paulo a maior metrópole do país atualmente sofre com a escassez de agua. Com aproximadamente 44 milhões de habitantes, a situação se encontra em estado crítico se tornando a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Até o momento várias medidas já foram tomadas como, por exemplo, o racionamento de água e a aplicação de multa para quem desperdiçar.
A agua distribuída em São Paulo pelo Sistema Cantareira que é um conjunto de represas que foi criado em 1970 com o objetivo de suprir o crescimento populacional que estava tendo. As represas estão localizadas nas nascentes da bacia do Rio Piracicaba que fica a 70 quilômetros da Capital. A Cantareira depende essencialmente das chuvas de verão, mas no último ano o índice de chuva foi muito abaixo do esperado.
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