A IMPORTÂNCIA DA FARMÁCIA HOSPITALAR NO BRASIL
Por: Lourdes Maria • 18/8/2015 • Artigo • 4.146 Palavras (17 Páginas) • 766 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA FARMÁCIA HOSPITALAR NO BRASIL
LACERDA, Marycivany
COMARELLA, Larissa
Resumo
A farmácia hospitalar é um órgão onde se desenvolve atividades ligadas à produção, armazenamento, controle e distribuição de medicamentos. Atualmente, espera-se da farmácia hospitalar e do farmacêutico, uma postura de gestão, a qual deve seguir paralela a organização e as características de cada hospital. Este artigo tem como objetivo mostrar, através de revisão de literatura, a origem e a evolução da farmácia hospitalar no Brasil e as funções e importância do farmacêutico dentro da farmácia hospitalar, sendo que este trabalha lado a lado com os médicos e enfermeiros, fazendo a dispensação de forma mais segura e trabalhando tanto na função clínica como administrativa. A farmácia hospitalar é de suma importância para garantir a dispensação correta dos medicamentos seja em atendimentos hospitalares de urgência ou em atendimentos ambulatoriais e também em ajudar a prevenir as infecções hospitalares, evitando a dispensação exacerbada de antimicrobianos, indicado a forma correta de assepsia, o controle dos gastos, estoques, uso racional entre outras coisas.
Palavras-chave: Farmácia hospitalar, Equipe multiprofissional, Infecções hospitalares.
1 INTRODUÇÃO
É necessário se observar as estruturas componentes de um sistema hospitalar com cuidado e discernimento, pois a conecção harmônica entre todos setores possibilita o funcionamento pleno e consistência no atendimento. Esse fator faz necessário à compreensão do que é farmácia hospitalar e qual sua exata atuação. Segundo Gomes (2006), pode-se definir farmácia hospitalar como:
“[...] um órgão de abrangência assistencial, técnico-científica e administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e correlatos às unidades hospitalares. A execução de suas atividades é ligada aos resultados para o paciente e não apenas aos correlacionados aos produtos e serviços”.(GOMES, 2006, p40.)
Para Cimino (1973, p30.), a farmácia hospitalar é definida como uma “Unidade tecnicamente aparelhada para prover às clínicas e demais serviços, dos medicamentos e produtos afins de que necessitam para seu normal funcionamento”.
Sabe-se que a farmácia hospitalar deve manter um relacionamento de cooperação com todos os serviços do hospital, principalmente com as funções que fazem interligações entre suas atividades, deve apresentar farmacêuticos, técnicos, e auxiliares em número suficiente para realização de todo o serviço com eficiência e segurança.
2 METODOLOGIA
Realizou-se o levantamento bibliográfico sobre o tema proposto em livros, artigos, revistas e sites científicos, que serviram de base para o referencial teórico e a discussão dos resultados sobre o tema e a importância da farmácia hospitalar, por meio de pesquisa de artigos científicos das base de dados eletrônicas, utilizando os descritores para busca de artigos: farmácia hospitalar, equipe multiprofissional, infecções hospitalares e entre outros. em português, e seus congêneres em espanhol e inglês: “serviço de farmácia hospitalar/servicio de farmacia en hospital/pharmacy service hospital” e “serviços farmacêuticos /servicios farmaceuticos/pharmaceutical services”. A seguir, a busca foi ampliada, utilizando os termos “assistência farmacêutica”, “farmácia hospitalar” e “hospital pharmacy”.
A revisão foi ampliada através de busca em outras fontes, tais como documentos governamentais, referências citadas nos artigos obtidos, fascículos e periódicos.
Os critérios para seleção, definidos foram: artigos em português, espanhol ou inglês que discutiam e/ou avaliavam atividades da farmácia hospitalar, considerando o contexto de hospitais brasileiros, independente da categoria profissional que conduziu o estudo e do referencial metodológico utilizado; para exclusão: artigos em idioma diferente do português, espanhol ou inglês, referências sem resumo ou abstract, comentários de caráter geral, estudos que abordaram Assistência Farmacêutica sem foco específico no serviço de farmácia hospitalar.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR NO BRASIL
Na idade média, a farmácia e a medicina se desenvolviam na nos conventos, nas boticas com uso de plantas medicinais para fins terapêuticos (BRASIL, 2008).
Atualmente, o farmacêutico não atua apenas como manipulador de medicamentos, este está inserido cada vez mais na equipe multiprofissional de saúde, seja na dispensação de medicamentos, na orientação de medicamentos, na análise de exames laboratoriais, nas indústrias entre outras (LARA 2009).
No período compreendido entre 1920 e 1950, intensificou-se esta descaracterização das funções do farmacêutico e as farmácias hospitalares converteram-se num canal de distribuição de medicamentos produzidos pelas indústrias (GOMES e REIS, 2003).
Em meados de 1940, a indústria farmacêutica fez com que muitos leigos começassem a manipular e dispensar, estes ocupavam o lugar dos farmacêuticos. Apenas apartir da década de 1950 as santas casas de misericórdia e os hospitais escola passaram a desenvolver os serviços de farmácia hospitalar e com isso se desenvolveram e se modernizaram (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SÃO PAULO, 2015 ), na mesma época, evidenciou-se uma fase de desenvolvimento da farmácia hospitalar, com grande enfoque na questão da fabricação de medicamentos (GOMES e REIS, 2003).
A Universidade Federal de Minas Gerais de forma pioneira, em 1975, introduziu no currículo do curso de formação de farmácia a disciplina de Farmácia Hospitalar. A partir de então, era uma questão de tempo para o ensino da Farmácia Hospitalar na Graduação se tornar uma realidade em diversas universidades (GOMES e REIS, 2003).
Na década de 1980, o Ministério da Saúde, por intermédio da Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, formalizou seu apoio à farmácia hospitalr com a criação do curso de especialização de farmácia hospitalar. Atualmente, o estágio pelo qual passa a farmácia hospitalar brasileira pode ser destacado como um período de busca por uma identidade (SANTOS, 2006).
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