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A Infecção Urinária

Por:   •  15/4/2018  •  Relatório de pesquisa  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  382 Visualizações

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Capítulo 1

A infecção das vias urinárias constitui uma das infecções mais frequentes durante a gravidez. Os microrganismos envolvidos são principalmente as enterobacterias, entre elas Escherichia coli (80% dos casos), Klebsiella ssp, Proteus mirabilis, Enterobacter ssp. Existem, além disso, outros agentes que seguem em frequência, como ser Streptococcus do grupo B e Staphylococcus coagulasa negativo (SANTOS et al., 2013).

As particulares mudanças morfológicas e funcionais que se produzem no trato urinário da gestante fazem com que a infecção do trato urinário (ITU) seja a segunda patologia médica mais frequente da gravidez, atrás da anemia. Os três fatores de maior repercussão são:

- Bacteriúria assintomática (BA) (2-11%), cuja detecção e tratamento são fundamentais durante a gestação, pois se associa a prematuridade, baixo peso e elevado risco de progressão a pielonefrite aguda (PA) e sepse.

- Cistite aguda (CA) (1,5%).

- Pielonefrite aguda (1-2%), principal causa de internação não obstétrica na gestante, que em 10 a 20% dos casos significa alguma complicação grave que põe em risco a vida materna e a fetal.

Durante a gravidez produzem-se modificações anatômicas e funcionais que aumentam o risco a sofrer uma infecção urinária. Entre elas se destacam: a hidronefrose da gravidez, o acréscimo do volume urinário nos ureteres que produz uma coluna líquida contínua que ajuda à propagação da infecção desde a bexiga aos rins, diminuição do tom ureteral e vesical que se associa a um acréscimo do volume urinário na bexiga aumentando sua capacidade vesical e diminuindo seu esvaziamento (êxtase urinário), obstrução parcial do ureter pelo útero grávido e rotação para a direita, acréscimo do ph da urina especialmente pela excreção aumentada de bicarbonato que favorece a multiplicação bacteriana, hipertrofia da musculatura longitudinal do ureter, acréscimo do vazamento glomerular que determina a presença de glicose na urina o que favorece o aparecimento dos gérmens, acréscimo do refluxo versículo ureteral, menor capacidade de defesa do epitélio do aparelho urinário baixo, aumento da secreção urinária de estrógenos e o ambiente hipertônico da medula renal (FREITAS, 2011; JACOCIUNAS e PICOLI, 2007).

Se não existem doenças concomitantes, o risco é maior nas grávidas de maior idade, multípara, e de baixo nível sócio econômico, mas, sobretudo naquelas com história prévia de infecção urinaria (ALMEIDA et al., 2009).

De 2 a 10% das grávidas sem antecedentes, desenvolvem bacteriúria assintomática e sem tratamento, 30 a 50% evoluirão a pielonefrite, esta por sua vez pode ser associado a insuficiência renal aguda, sepse e choque séptico. Aumenta o risco de parto prematuro e de recém nascido de baixo peso ao nascer. A mortalidade fetal mais alta apresenta-se quando a infecção ocorre durante os 15 dias que antecedem ao parto (HEILBERG e SCHOR, 2003).

Dessa forma, pelo exposto, a detecção e o tratamento precoce das IU nas grávidas deve ser uma prioridade.

A ITU define-se como a existência de bactérias no trato urinário capazes de produzir alterações funcionais e/ou morfológicas. Mediante a análise de urina, devemos provar a presença de bacteriúria significativa (> 100.000 unidades formadoras de colônias (UFC)/ml de um único uropatógeno coletada por micção espontânea em 2 amostras consecutivas, > 1.000 UFC/ml se coletada por sonda vesical, ou

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