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VENDO VOZES: uma nova concepção para a surdez

Por:   •  16/6/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.615 Palavras (7 Páginas)  •  243 Visualizações

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Universidade Federal do Ceará

Centro de Ciências

Departamento de Física

VENDO VOZES:

uma nova concepção

para a surdez

Discente: João Moisés de castro

Matrícula: 428255

Curso: Licenciatura Física

Turma: 2018.1

Disciplina: Língua Brasileira de Sinais (Libras)

Docente: Natália dos Santos Almeida

Horário: 18:30 – 20:30

Fortaleza, Ceará

2019

O QUE MUDOU NA MINHA CONCEPÇÃO SOBRE O SUJEITO SURDO E SUA CULTURA

“...É considerado surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada. E é considerado parcialmente surdo todo aquele que a capacidade de ouvir, apesar de deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Entre os tipos de deficiência auditiva estão a condutiva, mista, neurossensorial e central.”

       Acima temos a definição “exata” que a ciência dá para uma indivíduo denominado surdo, contudo, comumente, a parte da sociedade que se caracteriza, ou melhor, se encaixa nesta definição, é tratada de forma singular, perdendo características de um ser comum e passando, literalmente, a ser uma definição de uma deficiência/doença.

Para entendermos e termos uma melhor concepção do surdo, precisamos primeiro nos desarmar de nossos preconceitos e olhar para o surdo não como um deficiente, mas sim como um indivíduo diferente. Afinal, se refletirmos sobre o conceito da palavra deficiência, nós perceberemos que todos, em alguma área de nossa vida, seja física, emocional, familiar, profissional e outras, temos algum tipo de deficiência e nem por isso somos rotulados de deficientes.

Há um grande dilema na concepção da surdez, pois por um lado, somos iguais, tendo os mesmos direitos e deveres um para com os outros; contudo, há a necessidade de um tratamento diferenciado, um grande exemplo para dar início é o quesito educação, um tema que será abordado posteriormente; más a questão é, de que forma trataremos eles a partir de hoje? De forma a tratar como se não nos afeta, não temos nada a fazer, não nos preocuparemos e “vida que se segue”… Ou será que trataremos os mesmos como especiais?

       Partindo disso, e dessa reflexão, adentraremos em alguns aspectos importantes para compreender e como entender como é, pelo menos teoricamente, o que limita e se distancia muito da realidade prática, da “sobrevivência surda” no cotidiano. A começar por um dos principais desafios que o indivíduo surdo enfrenta que é a sua formação escolar/acadêmica. Um dos temas mais debatidos no âmbito educacional brasileiro é a política de educação inclusiva, que define a obrigatoriedade de as escolas públicas oferecerem o acesso à educação de qualidade para todos os alunos, contudo, levaremos para algo mais próximo da realidade, a começar pela acessibilidade a educação para surdos, que sim houve um grande aumento no Brasil, porém, nota-se que há uma falha na formação psicológica e emocional na vida profissional deles. Pois nota-se (através de estatísticas) uma certa relutância a estudar em escolas públicas, o que resulta num número pequeno, em proporção a população surda e a população não surda, tornando-se comum casos de isolamento, por parte da população surda, por falta de interação e convivência.

Em 2015 estava em pauta o programa que dava duas opções para resolver a questão da educação inclusiva ni Brasil, a primeira opção era de escolas para surdos e como segunda opção, a inclusão e obrigatoriedade da educação inclusiva nas escolas públicas. Faremos uma reflexão, sabemos que o país optou pela segunda opção, contudo, se pensarmos que a primeira opção tenha sido votada e eleita, e as escolas para surdos fossem abertas, seria muito interessante, se após isso, colocássemos uma parcela não surda nestas escolas, o que aconteceria, qual seria a experiência destas pessoas a, desde de criança, se deparar com um mundo “diferente”, que não utiliza o mesmo modo de comunicação natural como o seu, seria realmente fascinante, porém, não é necessário uma experiência tão elaborada como essa para entender e compreender o cotidiano do surdo e seus desafios na educação, basta treinar mais algo que faz falta no dia a dia, a empatia.

       Prosseguindo com a nossa compreensão do viver surdo, é notório tratarmos aqui, além da educação como peça chave para o desenvolvimento profissional, emocional, psicológico e social na vida deste, será a convivência familiar, tratando de dois casos, quando a família é formada por integrantes surdos, e quando uma este nasce num lar onde só ela tem esta característica, onde nos concentraremos no segundo caso, pois esse chama mais atenção, como o exemplo do filme “Sou surda e não sabia”, onde colocaremos em pauta alguns contextos e aspectos escolhidos e observados pelo autor deste presente documento.

“ Se pesquisarmos no dicionário Aurélio a palavra ‘comunicação’ diz respeito ao ‘Ato ou efeito de comunicar (se); transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionados; a mensagem recebida por esses meios; a capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas’ ”

Por outro lado sabendo que a Libras traz a verdadeira comunicação, a maioria das famílias não tem o conhecimento pleno da Libras em sua profundeza, não sabendo que, para os surdos, a Libras significa a língua materna.                                                                     Apesar de a família ser presente na educação do filho, haverá muitas dificuldades de comunicação com o filho surdo. Família que tentam incluí-los na escola regular; nas salas de recursos; nas salas especiais, mas, sem sucesso. As famílias se sentem completamente fragilizadas diante dessa situação, sem saber a quem recorrer e como proceder. É uma sensação de impotência, pois a vemos que essas coisas não deveriam ser desta forma.

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