A CONSTITUIÇÃO DA TEORIAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Por: guiydias • 9/4/2018 • Resenha • 560 Palavras (3 Páginas) • 1.644 Visualizações
Guilherme Dias Souza
Profº Ms. Lucas T
A CONSTITUIÇÃO DA TEORIA PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA (BRACHT V. et al,) Cadernos Cedes, ano XIX, nº 48, Agosto/99
Resenha
Concebendo o sentido que a educação corporal teve (e está tendo). Fala-se em uma educação integral, relacionando o mental e o corpóreo. O corpo seria objeto “subordinado” à racionalidade.
Tais teorias “do projeto de modernidade” não reservam ao corpo papel principal. Ressalto assim, que a corporeidade foi, ao decorrer da história, negligenciada; e que oje, se busca uma recuperação da “dignidade” referente ao entendimento do corpo, que anterior e atualmente sofre intervenções de acordo com as necessidades da sociedade. Frente á essa deficiência na dignidade, pensa-se que o corpo precisa ser alvo de educação, já que este se iguala, segundo o autor, á educação de comportamento.
Num segundo momento, o autor aponta como ocorreu a constituição da EF. A instalação da prática pedagógica emergente nos séculos XVIII e XIX, inicialmente foi influenciada pela instituição militar e pela medicina, e através dos anos foi se ressignificando.
Sendo que, “o nascimento da EF se deu [...] para cumprir a função de colaborar na construção de corpos saudáveis, [...] foi também legitimado pelo conhecimento médico-científico do corpo que [abordava a importância da] intervenção sobre o corpo.” (Valter Bracth)
Aos poucos, no século XX saímos do enfoque racional do corpo, para o enaltecimento do prazer corporal, com enfoque psicológico. Dando ênfase á esportifização.
A pedagogia da EF incorporou, sem mudar seus princípios básicos, essa nova técnica corporal, agregando o esporte em virtude das intersecções sociais novos significados. Ditando o corpo (máquina) com vista em seu melhor funcionamento orgânico.
Em terceiro momento, Bratch nos apresenta a critica sobre os paradigmas da aptão física e esportiva nos anos 80.
Era a aptidão física (pensada para a capacidade produtiva da nação) e o desporto (como contribuição que traria para afirmar o país em meio das nações desenvolvidas e em prol da própria aptidão física) os paradigmas que orientavam a EF nesse período.
É importante ressaltar que até o advento do esporte nos anos 70, o teorizar da EF era de caráter pedagógico, entretanto, sustentado fundamentalmente pela biologia.
Apesar da prática pedagógica da EF atual ainda resistir às mudanças nos paradigmas citados, existem novas propostas alternativas, que devem ser alternativas, como é o caso da ideia de oportunização de experiências ás crianças, e próximo a essa abordagem, a educação psicomotora.
E como o autor propõe, talvez devêssemos fazer menção a um movimento de atualização de tais paradigmas, levando em consideração a promoção da saúde. Com vista nesse sentido, devemos perceber que a EF se liga diretamente á cultura de movimento proposta pela sociedade; o que é importante que o objeto da EF, o movimentar-se humano, seja visto não como algo apenas biológico, mecânico, mas também como algo histórico-social, que precisa de uma mudança no referencial imposto pela visão social para entender o movimento humano.
As propostas pedagógicas ainda hoje, recebem desafios, devido á privatização, e individualização, da saúde promovida pelo Estado, que permite iniciação esportiva sem depender da EF escolar.
Quanto á uma leitura adequada da realidade, é preciso se pensar sobre uma diferenciação daquilo “que corresponde ao corpo e o que corresponde inapreensível ao homem” (Le Breton 1995, p. 152)
Sendo assim, os desafios ainda hoje, são complexos, e como diz Tomaz T. da Silva (1993, p. 137) a respeito da critica na educação: “não creio que haja presentemente alguma resposta fácil a esse importante desafio”.
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