A Necessidade à negação: a percepção da crise epistemológica na Educação Física a partir da compreensão docente
Por: EduardaVivas16 • 28/11/2017 • Resenha • 767 Palavras (4 Páginas) • 290 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
Eduarda Silva Vivas
Da necessidade à negação: a percepção da crise epistemológica na Educação Física a partir da compreensão docente
Os autores Carneiro, Assis e Bronzato, iniciam o texto do título acima, publicado na Revista Brasileira de Ciência e Movimento, em 2016, refletindo sobre a crise, suas potencialidades e limitações. Primeiramente eles apontam que a contemporaneidade vive um momento de crise generalizada, em todas as diferentes culturas e civilizações. A partir dessa questão questionam se a crise é exclusiva desse tempo, ou se, de algum modo sempre existiu.
Pode-se afirmar que a crise é algo inerente ao ser humano, uma especificidade histórica, espacial que atinge uma população, futuramente pode vim a atingir outras, principalmente nessa sociedade interconectada de hoje. Esse mal-estar contemporâneo que atravessa fronteiras tem impacto também na esperança humana, engendrando um forte gral de ceticismo, um estado de destruição e descontinuidade, um esgotamento das possibilidades de crescimento.
Porém a crise não salienta somente aspectos negativos, há a possibilidade de novas ideias e questionamentos de todas as ordens. Pensando sobre essa perspectiva, os autores resolveram fazer uma pesquisa, para verificar se a crise, especificamente na Educação Física, foi parte indispensável no processo de produção de conhecimentos e saberes na área, investigando o nível de conhecimento histórico da crise pelos professores, e suas concepções sobre a mesma.
A crise tem muito a nos dizer, ela realiza o papel da limpeza, separa e depura os elementos que se inseriram ou intrometeram no componente original, e para ser compreendida, precisa de uma decisão. Na esfera pessoal ela é um elemento indispensável do desenvolvimento humano, já na esfera coletiva ela é decisiva para o todo.
Alguns comportamentos humanos perante a crise se distinguem por considera-la uma catástrofe, esses são os apocalípticos, os saudosistas recorrem às formulas do passado, o futurista já observam apenas soluções futuras, não agindo e aproveitando o presente, há também os escapistas que negam e fogem da crise, não permitem que verdades e convicções próprias sejam desestabilizadas. Os responsáveis e conscientes buscam tematizar as forças positivas da crise, articulando passado, presente e futuro, esses deveriam ser o modelo a se seguir/ser.
A Educação Física no Brasil surgiu oficialmente em 1851, durante seu percurso sofreu influência militar, da ciência médica e dos modelos ginásticos europeus. Após a II Guerra Mundial a esportilização passou a ser o centro de atenção das aulas de Educação Física, descaracterizando o ambiente escolar, formando atletas não pessoas. No final dos anos 70, começo dos anos 80, pelo momento social-político, e a necessidade de qualificação da área, houve a implementação de conteúdos das ciências humanas.
A perspectiva da Educação Física passa a ser como prática social, como resultado dessa crise epistemológica vieram os apoios governamentais para sugestões pedagógicas, os Parâmetros Curriculares Nacionais, currículos dos estados, entre outros. As mudanças ainda são genuínas, em grande medida se apresentam em planos discursivos, quando deveriam abranger o plano da prática, mas, sem dúvida elas já caracterizam mudanças, como vimos, a diversos comportamentos diante de uma crise.
A pesquisa, cujo objetivo foi cita acima, foi realiza em diferentes cidades do interior do estado de São Paulo, por um dos autores desse texto. Os integrantes foram selecionados pela diferença de tempo de formação e tempo de magistério, o instrumento utilizado foi um questionário semiestruturado. Infelizmente puderam perceber que nem todos os entrevistados sabem do contexto histórico da crise epistemológica, além de ter comportamentos apocalíticos e escapistas, que se quer, reconhecem a crise, um lamento grande, pois a partir dela que a produção epistêmica e campo curricular se desenvolveram.
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