AS LIMITAÇÕES DO MODELO BIOMÉDICO
Por: Lucas Silveira • 11/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.046 Palavras (5 Páginas) • 2.184 Visualizações
CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO
Lucas Câmara da Silveira – 8055844
PORTFÓLIO - CICLO 3
Campos dos Goytacazes
Abril/2018
Atividade no Portfólio
O texto e palestra escolhida versam sobre o tema do "modelo biomédico", perpassando as críticas a certa concepção e abordagem da doença, as fundamentações teóricas que deram origem à crítica e a emergência de medicinas alternativas ao modelo que fazem parte do cenário contemporâneo mais diverso das práticas e dos saberes médicos.
Baseado na leitura dos textos e reflexão sobre a palestra selecionada faça um texto de até três páginas respondendo as seguintes perguntas:
1) Quais são as limitações do modelo biomédico?
2) O que é o fenômeno da medicalização?
1 AS LIMITAÇÕES DO MODELO BIOMÉDICO
Segundo Justo (2010) o modelo biomédico encontra-se particularmente vulnerável às restrições orçamentais, por consequência da variação dos seus custos serem sistematicamente superiores às variações do PIB. Tornando-se uma das razões das limitações do modelo biomédico.
Corroborando com as ideias do autor acima, Barros (2002) afirma que os custos envolvidos nas novas tecnologias médicas para cujo enfrentamento os indivíduos ou o serviço público de saúde se sentem cada vez mais impotentes é um problema adicional.
É útil lembrar que o estudo de Aguiar (2008, p. 803) afirma que: “As limitações do modelo biomédico em fornecer explicações e, principalmente, orientar a ação no cuidado à saúde da população brasileira evidenciam-se no cotidiano das práticas dos serviços públicos e privados”.
Segundo Barros (2002) existem evidências dos limites da tecnologia médica, uma evidência apontada pelo autor é que a prática médica habitual enfrenta críticas, já a outra evidência consiste no incremento na busca de estratégias terapêuticas estimulada pelos anseios de encontrar outras formas de lidar com a saúde e a doença.
A respeito do comportamento, Barros (2002) declara:
O modelo biomédico estimula os médicos a aderir a um comportamento extremamente cartesiano na separação entre o observador e o observado. Proclama-se a necessidade de um 'distanciamento objetivo', visto como uma qualidade que cabe preservar ou mesmo incrementar, por mais que seja inerente ao ato médico uma interação inescapável e mais ou menos intensa entre médico e paciente e que esta interação seja fundamental para o sucesso terapêutico. A intensificação da divisão do indivíduo em pedaços contribui sobremaneira para dificultar a valorização do todo (P. 79).
De acordo com Caprara e Franco (1999) de acordo com a concepção biomédica a doença pode ser interpretada como um desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Este modelo se fundamenta em uma perspectiva mecanicista, considera os fenômenos complexos como constituídos por princípios simples, isto é, relação de causa-efeito, distinção cartesiana entre mente e corpo, análise do corpo como máquina, minimizando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais.
Portanto, podemos dizer que a perspectiva deve ser sempre nas peculiaridades dos pacientes e não nas suas coisas em comum entre eles. “O problema central do modelo biomédico não reside em uma espécie de maldade intrínseca que o caracterizaria, mas no fato de que ele é demasiado restrito no seu poder explicativo, o que implica em óbices importantes para a prática de médicos e pacientes” (BARROS, 2002, p.81).
2 O FENÔMENO DA MEDICALIZAÇÃO
Podemos dizer que embora sejam parecidas, medicação e medicalização que têm origem semelhante, mas seus significados são muito diferentes. Medicação pode ser definido como o ato de medicar ou ainda, tratamento mediante o uso de medicamentos. Nos capítulos a seguir explicarei e exemplificarei o conceito de medicalização.
A medicalização pode ser conceituada como sendo algo suspeito derivado da criação ou incorporação de um problema “não médico” ao aparato da Medicina (ROSE, 2007 apud, CARVALHO, 2015).
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