Características da Idade Média
Por: Tomé Paulo Simango Jr. • 14/8/2018 • Trabalho acadêmico • 3.766 Palavras (16 Páginas) • 341 Visualizações
Características da Idade Média
A partir da queda do Império Romano do Ocidente, a Europa entra num longo período de transição entre o mundo romano e uma nova mentalidade que servirá de base a formação dos estados modernos.
Acrescenta – se, porém, que as características da civilização romana perdurarão, quase inalteráveis, até aos fins do século VII. Nesta época consideramos dois períodos: Alta Idade Média – Séculos. V – VIII.
e Baixa Idade Média :
1ª.fase – séculos. IX – XI.
2ª.fase – séculos. XII – XV.
Na Alta Idade Média (1º período), a riqueza estava na posse da terra, daí que possamos considerar essa sociedade como exclusivamente agrária.
Caracterização da Sociedade Feudal desde o seu aparecimento ao seu desenvolvimento
O regime feudal veio substituir o esclavagismo. Ao suprimir – se o regime económico da sociedade esclavagista desaparece também a sua super estrutura. As concepções dos esclavagistas deixaram de ser dominantes na sociedade e o Estado esclavagista foi substituído pelo Estado Feudal.
As concepções dos feudais começaram a corresponder as instituições políticas e jurídicas do regime feudal, cuja base foi a propriedade feudal sobre a terra, submetendo a população camponesa até então livre.
Mas como surgiu a sociedade feudal na Europa Ocidental?
O período histórico denominado Idade Média inicia – se no século V, quando a civilização Grego – Romana de Ocidente é ameaçada pelas invasões dos povos «bárbaros» – Normandos, ao norte da Europa, Hunos, Eslavos e Turcos a Oriente – e Árabes oriundos do norte de Africa que ocuparam a península Ibérica e parte da França, que conquistam ao Império romano todas as vastas regiões da Europa Ocidental. É o período das invasões.
Mas no século VIII, Carlos Magno, rei dos Francos, empreende um conjunto de lutas contra os povos conquistadores.
O papa de então vê em Carlos Magno um poderoso protector, um aliado e a forma de expandir a religião Cristã.
Aqui terá origem o poder da Igreja na Idade Média, já que Carlos Mago distribuirá por elementos da sua família e por cavaleiros fiéis, parcelas do território conquistado.
O governo das parcelas – leis, moeda, direitos e deveres e sucessão – é autónomo e detido por quem lá governa: É o Feudo.
É no feudo que se afirmam as classes sociais que irão caracterizar toda a idade média. Assim, os senhores feudais, a sua ascendência, constituem a nobreza.
Aos membros da Igreja que administram e garantem os direitos do Feudo perante o Papa, chama se Clero.
E o povo é toda a espécie de homens e mulheres anexados pela conquista do Feudo ou a ele vindos em pedido de protecção do senhor, jurando – lhe vassalagem e entregando a sua vida e a dos seus familiares.
Ideologicamente, através das teorias teocráticas que dão uma justificação teológica ao regime feudal e traduzem as pretensões dos papas ao domínio do mundo, o Clero foi assumindo um poder cada vez maior no Feudo. No aspecto económico esse domínio expressava. -se através de que «tudo o que existia no mundo a Deus pertencia e, desta forma, considerando – se a igreja o representante de Deus na terra, alegava ter direito a 10 por cento de tudo o que nela fosse produzido.
A parir da segunda metade século X, apoiando se no seu poderio cada vez maior, a igreja dirige os seus esforços para acabar com a dependência do Clero relativamente ao poder secular dos senhores Feudais e ao estabelecimento da autoridade papal ilimitada.
A escolástica foi a corrente dominante na filosofia medieval – e o seu principal representante São Tomas de Aquino (sec. XIII) cujo principal objectivo era demonstrar por um raciocínio lógico formal a autenticidade dos dogmas cristãos.
«A filosofia está ao serviço da teologia» Eis o princípio básico da escolástica seguida pelas Tomisistas.
- Apoia se em Aristóteles para defender a desigualdade natural;
- Considera os camponeses a camada inferior da população não podendo tomar parte na direcção do Estado;
- Fundamenta a inamovibilidade do regime feudal e incita os cidadãos a obediência;
- Considera que a monarquia é a melhor e mais cultural forma de governo; e
- Exige a exterminação das heresias.
As comunidades estabelecidas em redor de um senhor, que as protegia, fechavam – se sobre si próprias. Além da Nobreza, a Igreja desempenhou um importante papel da agregação dos povos, que nela viam um elemento unificador.
Na Baixa Idade Média (2ºPeriodo), acabadas as invasões e a inerente falta de segurança, a paz permitiu um progresso agrícola, um aumento demográfico e uma maior abertura entre as regiões, ou seja, um certo apogeu.
Progressivamente as Cidades passam a ser centros vivos, activos e, por isso, a economia agrária sucede a economia urbana. Surge aqui o desenvolvimento comunal associativo, as grandes feiras e começam a se preocupar com a instrução.
Há um renascimento económico e aparece um novo grupo social – a burguesia (artesãos, comerciantes) – que vai imprimir uma dinâmica bem diferente.
Se até esta altura predominou o regime Feudal, a partir de século XI – XII, nascem outras instituições sociais, económicas.
No século XIV tornam – se evidente alguns sinais de decadência (contradições sociais, agravamento económico, desequilíbrios demográficos, lutas pelo poder e também catástrofes como: fome, pestes, guerras; que acentuaram a depressão desta época.
A igreja de Roma começava a enfrentar sérios problemas (Cisma do ocidente e, mais tarde, a reforma), que lhe abalaram o poder, o prestígio, como prenúncio de um novo período.
Consideram – se (1453) – conquista de Constantinopla pelos Turcos /Queda do Império Romano do Oriente – e (1492) – descoberta da América – como as marcas cronológicas que indicam o fim da Idade Média.
A Educação Medieval
Ao atribuir a pessoa humana um valor sagrado, o Cristianismo vai ter como consequência directa que os sistemas educativos não se limitassem a formar cidadãos para o Estado, mas para si e para Deus.
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