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Educação física competitiva no Brasil

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Por:   •  30/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.678 Palavras (7 Páginas)  •  465 Visualizações

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O currículo de Educação Física empregado nos dias atuais é fruto das transformações sociais ocorridas numa sociedade capitalista, reflexo do relacionamento do homem com a sociedade. Seus conteúdos e métodos empregados, bem como as disposições legais em vigor acompanharam o processo de transformação desta sociedade como veremos a seguir.

O sistema capitalista exigia do homem habilidades que atendessem seus interesses, ou seja, a educação física surgiu a princípio para atender os interesses do sistema bem mais do que os interesses do próprio homem. Dentro destes interesses é que surgem então as tendências pedagógicas de Educação Física, onde os currículos visam disseminar as ideias das classes dominantes, detentoras dos meios de produção principal fonte de trabalho. Com o objetivo de colocar a classe dominante a assumir um pensamento e construir ações que se assemelhassem a ideologia produzida pela classe burguesa é que a educação física atua no início de sua história.

No século passado as principais escolas eram as religiosas e as militares, portanto a educação física em sua origem estava vinculada a classe médica e as instituições militares. Nessa época a palavra de ordem era defender a pátria onde se fazia necessário, homens fortes para que combatessem em defesa da nação o que fazia com que a educação física assumisse o caráter de Ginástica, assim temos como principais pressupostos da época o físico, higiênicos e eugênicos como veremos a seguir.

A “eugenia” surgiu como um movimento social, uma ação que visava o melhoramento genético da raça, ou seja, preocupados com o grande número de escravos negros e o temor da “mistura de raças” passaram a incutir em homens e mulheres a responsabilidade de manter a “pureza” e a “qualidade” da raça branca (PCN, 1997), mas uma vez veio à necessidade de um corpo saudável.

Diante da necessidade de corpos saudáveis surgem então a higenia, que foram ações conduzidas por médicos que ficaram conhecidos como higiênicos atendessem a necessidade de um novo homem, apto a sociedade, o qual deveria ser forte e ágil. Foi então que os médicos através de conhecimentos e teorias desenharam um novo modelo de homem visava atender a nova ordem econômica, política e social. Por ter sua origem marcada pela influência das instituições militares, justificava-se então, a necessidade de forjar o indivíduo forte e saudável o qual era necessário para o desenvolvimento do país.

Com surgimento de muitas doenças favorecidas pelas péssimas condições de trabalho, as excessivas jornadas, a falta de estrutura das cidades entre outros fatores, o crescimento da sociedade encontrava-se ameaçado e, a burguesia preocupada em livrar-se destas doenças e com o medo da redução na produção de riquezas em virtude do estado de saúde dos trabalhadores proveniente dos péssimos hábitos morais e higiênicos trazidos das colônias agrícolas decide educar a classe.

Passando os médicos a ser o personagem principal da história, o qual teve o dever de corrigir e melhorar o estado de saúde da sociedade, para isso impuseram mudanças nos hábitos das famílias os quais ainda mantinham velhos hábitos coloniais, esta postura os tornou conhecidos como médicos higienistas, pois, buscavam modificar os hábitos de saúde e higiene da população. Para complementar ainda estas ações precisava-se moldar o corpo saudável, robusto e harmonioso, onde a educação física desempenharia o seu papel foi aí que veio a preocupação com a inclusão dos exercícios físicos nos currículos escolares, onde em 1851 com a Reforma Couto Ferraz a Educação Física torna-se obrigatória nas escolas. Essa inclusão exigia a necessidade de se elaborar adaptações e novas propostas curriculares.

Com isso foram criadas as primeiras sistematizações sobre os exercícios físicos, o que ocasionou na implantação do que se chamou “currículo ginástico” em 1858. Este currículo era fundamentado na construção teórica da biologia e do positivismo, defendendo a ideia de formar uma geração forte e saudável capaz de suportar a longa jornada de trabalho.

Este currículo surge através dos métodos denominados Métodos Ginásticos, que tem em sua forma cultural os jogos, ginástica, dança equitação, etc., onde o professor então assumia assim o papel de educador do físico, treinando os alunos para desfies e comemorações de maneira disciplinar. Tornando a prática de educação física um mecanismo de aprimoramento do físico, e fortalecedor moral. A escola passa a ser reconhecida como meio de transmissão de ideologia eficaz, ou seja, a escola conseguia formar força de trabalho e contribuir para disseminação de cuidados higienistas e sanitaristas. Sendo, portanto, a educação física disciplina responsável pelo corpo dentro da escola, sendo suas práticas fiscalizadas e muitas vezes até ministradas pelos médicos.

A obrigatoriedade da educação física nas escolas sofreu certa resistência por parte dos pais uma vez que esta prática não possuía caráter intelectual. Por isso as turmas eram divididas por sexo e faixa etária, variando também os exercícios trabalhados. Enquanto para os meninos os exercícios deveriam estar voltados a desenvolver e motivar atitudes de liderança, coragem, força, competitividade, estas habilidades eram desenvolvidas através das práticas de corridas, esgrima e algumas modalidades de esportes que ainda estavam nascendo como o futebol, o basquete e o vôlei. Para as meninas as práticas eram voltadas para a dança, a expressão corporal, o teatro e a poesia com o objetivo de desenvolver a docilidade, sensibilidade e a flexibilidade. Esta prática contribuiu para reforçar a ideia de superioridade masculina e submissão feminina.

A partir de 1942, a educação física se torna obrigatória nas escolas não, mas como preparador de homens fortes para defender a nação, mas como preparador de mão de obra técnico para atuar nas indústrias, prevalecendo assim o ensino industrial, tendo em sua ação a responsabilidade de contribuir com o controle do trabalhador, ou seja, além do tempo de trabalho já administrado, é incorporado o tempo de não trabalho, que era entendido como o tempo de recuperação da força de trabalho, como também o seu tempo livre.

Essa ação estava vinculada a intenção de orientar a ocupação do tempo de não trabalho do trabalhador, no sentido de relaciona-lo, ainda que indiretamente, ao aumento de sua produtividade. O que se pretendia era estabelecer um processo de educação da classe trabalhadora, voltada aos valores burgueses dominantes, de forma que essa educação

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