A Anatomia do Figado
Por: j.luizfs • 19/4/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 4.438 Palavras (18 Páginas) • 525 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O estudo trata de uma revisão bibliográfica a respeito do transplante hepático e suas evoluções no decorrer dos anos. Tendo em vista sua importância para a medicina e conseqüentemente para a sociedade, pois através dele foi possível melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de insuficiência hepática, possibilitando uma maior sobrevida.
O trabalho objetiva abordar sobre um breve relato da anatomia do fígado, a fisiopatologia da cirrose, indicações e contra-indicações para o transplante hepático, bem como, seleção de doador, tipos de transplante e suas complicações.
Os trabalhos alem de discorrer sobre patologias e tratamento no transplante hepático, abordaremos também a assistência de enfermagem no pré e pós-operatório, bem como despertar a atenção do enfermeiro para um procedimento que se constitui no único tratamento capaz de curar diversas patologias hepáticas que cursam com disfunção irreversível do órgão, diferentemente do rim, onde a disfunção irreversível pode ser contornada com tratamento dialítico, no qual no fígado não há tratamento equivalente.
2 ANATOMIA DO FÍGADO
A anatomia do fígado assume características distintas, se considerados aspectos morfológicos ou funcionais.
Morfologicamente, ou seja, da maneira como o órgão é visto a laparotomia, o fígado apresenta 4 lobos, sendo dois maiores e dois menores.
Os dois lobos maiores, direito e esquerdo, são separados pela fissura umbilical na face inferior e pelo ligamento falciforme na face ântero-superior. Entre eles há uma nítida diferença de volume com acentuado predomínio do direito sobre o esquerdo.
Na face inferior do lobo direito, a fissura transversa ou biliar, região onde penetram no parênquima hepático os ramos da veia porta, da artéria hepática e os ductos biliares, delimita dois pequenos lobos, um anterior, conhecido como lobo quadrado e outro posterior, conhecido como lobo caudado ou de Spiegel.
Conclui-se que a anatomia morfológica do fígado divide o órgão em lobos, delimitados por sulcos ou fissuras, elementos anatômicos facilmente identificáveis na superfície da glândula. (TRIVIÑO E ABID, 2003, p.408).
3 FISIOLOGIA DA CIRROSE
A principal causa para levar o transplante hepático seria a insuficiência hepática na qual é causada por diversas patologias entre elas a mais comum é a cirrose hepática .
Brunner e Suddarth (2009, p. 1112).Existem vários fatores que implica na etiologia da cirrose, sendo o consumo de álcool o principal. Outro fator muito importante também e a deficiência nutricional, a redução da ingesta protéica contribuía para a desnutrição hepática. Algumas pessoas são mais suscetíveis que outras. A exposição a determinadas substâncias químicas (naftaleno clorinado, arsênico, fósforo) ou esquistossomose infecciosa, também são fatores da cirrose. A cirrose hepática alcoólica é a mais comum, caracteriza-se por necrose das células hepáticas que ocorrem durante toda a evolução da doença, elas são substituídas por tecido cicatricial, esse tecido excede o tecido hepático funcionante. A doença apresenta um inicio insidioso e uma evolução lenta, ocasionalmente durante um período de 30 anos ou mais.
4 INDICAÇÕES PARA TRANSPLANTE HEPÁTICO
Segundo Sabiston (2002),o transplante hepático atualmente é a indicação mais favorável para portadores de insuficiência hepáticas.As inovações das técnicas cirúrgicas trouxe para essa área,um enorme beneficio principalmente no tratamento do pré e pós operatório.
O principal objetivo do transplante hepático é o de proporcionar uma expectativa de vida longa e de melhor qualidade aos portadores de doenças hepática terminal. A seleção exata de pacientes que preencham esses critérios é uma tarefa difícil e inexata.
Estudos de avaliação de historia natural das doenças hepáticas demonstram que a sobrevida dos pacientes com cirrose é significativamente reduzida após o desenvolvimento de descompensação, independentemente de sua etiologia. A sobrevida em um ano de pacientes com cirrose compensada ultrapassa os 95%. Entretanto, essa percentagem é reduzida para 75% após o primeiro episodio de hemorragia digestiva alta. (COELHO, 2006, p.1571-1572).
Segundo a portaria 541 de 15 de março de 2002 os critérios mínimos para o cadastramento de receptores adultos potenciais no cadastro técnico único, doador cadáver, são os seguintes:
- Paciente portador de cirrose hepática, classificado como Child-pugh A (menor que 7 pontos), com pelo menos uma das seguintes complicações:
- Hemorragia digestiva alta, secundaria a hipertensão portal, com dois ou mais episódios distintos e necessidade de reposição sanguínea;
- Síndrome Hepato-pulmonar com manifestações clínicas;
- Encefalopatia porto-sistêmica;
- Paciente portador de cirrose hepática, classificado como Child-pugh B ou C (igual ou acima de 7 pontos),independente de complicações.
- Paciente portador de cirrose biliar primária, com prognóstico de sobrevida em um ano igual ou menor a 90% de acordo com os modelos matemáticos do King’s College hospital, Londres, Grã Bretanha, ou da clínica Mayo, Rochester, Minnesota, Estados Unidos da América.
- Paciente portador de carcinoma hepatocelular, como complicação da doença hepática crônica, restrito ao fígado com nódulo único de ate 5cm ou ate 3 nódulos de 3cm e ausência de metástases, com estadiamento obrigatório por mapeamento ósseo e tomografia de tórax.
- Paciente portador de hepatoblastoma ou carcinoma fibrolamelar quando restrito ao fígado.
- Paciente hepatopata crônico com alta suspeição de doença maligna, sem massa tumoral identificada, com alfa-fetoproteína acima de 250ng/ml ou acima de 100ng/ml com aumentos progressivos em três dosagens séricas consecutivas, mediante avaliação e autorização da câmara técnica.
- Paciente portador de polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) graus I, II e III.
- Paciente portador de outros defeitos congênitos do metabolismo, não cirrótico, mediante avaliação e autorização da câmara técnica.
Há situações em que o transplante se faz urgente e estes receptores são contemplados com a priorização:
- Insuficiência hepática aguda grave – segundo os critérios do Kings College ou Clichy.
- Não – funcionamento primário do enxerto notificado ate 7 dias após a data do transplante.
- Trombose da artéria hepática notificada ate 7 dias após a data do transplante.
- Pacientes anepáticos por trauma.
Desde a primeira grande revisão multicêntrica das indicações do transplante hepático, a maior mudança tem sido na queda do numero de transplantes realizados em doenças hepáticas malignas e no aumento de pacientes portadores de doença hepática alcoólica e falência hepática fulminante submetidos a transplante hepático.
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