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A Depressão em doentes renais crônicos

Por:   •  22/8/2018  •  Artigo  •  6.259 Palavras (26 Páginas)  •  406 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

        Nos últimos trinta anos, o tratamento de diálise vem sendo utilizado com o objetivo de aumentar a sobrevida dos pacientes com problemas renais crônicos. O maior desafio para que trabalha auxiliando estes pacientes é tentar compreender como os fatores psicossociais durante a evolução dos pacientes, dentre eles o ajustamento, a adesão, a morbidade e a mortalidade, acabam influenciando na sua recuperação. Segundo Carvalho (2004, p. 326) “Uma quantidade imensa já foi apreendida sobre as reações fisiológicas nos pacientes de diálise. O campo do estresse tem somente iniciado a fazer conexões plausíveis entre emoções e seus mediadores biológicos”

        Dentro deste estudo surgiu um novo tipo de preocupação voltados aos aspectos emocionais dos pacientes dialisados, dentre eles um dos problemas que vem afetado a todos, independentemente de doenças, a depressão, que dentro desse grupo os estudos relativos a este distúrbio são muito contraditórios. A depressão é um distúrbio de ordem afeto-emotivo associado ao comportamento humano dentre suas manifestações psicopatológicas estão alteração de humor, falta de humor, baixa autoestima e falta de ânimo.

        Há uma incidência predominantemente elevado entre as mulheres, estimando-se que cerca de 2% a 25% das mulheres apresentaram em algum momento da vida episódio depressivo, tendo por base as cargas emocionais, primordiais, relativo à sua posição psicossocial.  Essa alta incidência acontece porque as mulheres tendem a interiorizar os sintomas, expressando sua tristeza de forma padrão, retraindo-se, esquivando-se das situações sociais e chorando.

        Dentro do campo dos pacientes com problemas renais crônicos que passam pelo processo de hemodiálise, está diretamente associada a diversas perdas, dentre elas principalmente da função renal, do bem-estar, do papel familiar, principalmente ligada ao trabalho e em especial a perda de tempo, já que sua vida está limitada e reduzida. A temática abordada neste trabalho é de primordial relevância, face aos reflexos e efeitos produzidos sobre os valores objetivos, subjetivos e sociais dos pacientes dialisados no tramite das relações humanas.  O trabalho foi desenvolvido a partir de estudos feitos por estudiosos do tema por meio de livros, artigos e pesquisas da internet pertinentes ao tema. Serão abordados temas como a fisiopatologia da depressão, seus sintomas, as diferentes causas da depressão, os aspectos do diagnóstico e o tratamento desses pacientes á que a depressão auxilia e muito a encurtar o tempo de vida dos doentes renais crônicos.

2. A FISIOPATOLOGIA DA DEPRESSÃO

        A depressão é considerada nos dias atuais o transtorno emocional que mais vem afetando a população mundial de forma crescente e alarmante, sendo considerada o “mal do século”, tendo a expectativa de atingir cerca de 15% a 20% da população mundial, pelo menos uma vez na vida, sendo caracterizada como uma perturbação nervosa em nível cerebral, desequilibrando a concentração de neuro transmissores.  De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), até o de ano de 2020, esta doença tende a ocupar o 2º lugar entre as causas de ônus gerados por doenças degenerativas e mortes prematuras (apud Teodoro, 2009).

Segundo Baptista (1999, p. 143): “Por ser considerado um transtorno de etimologia multilateral, diversas variáveis devem ser enfocadas como responsáveis pelo seu início e desenvolvimento, bem como sua remissão” Ainda, segundo o autor, existem grupos considerados “fundamentais na depressão encontram-se as variáveis biológicas, tais como os fatores endocrinológicos, influencia genética, as psicopatológicas e as socioculturais”.

Uma série de evidências mostram que ocorrem alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina), substancias responsáveis pela transmissão dos impulsos entre as células

Genes, hormônios, neurotransmissores, nutrientes celulares, substâncias químicas, autoestima, pensamentos, personalidade, crenças, reações emocionais, conflitos inconscientes, fatores socioculturais e ambientais, situações cármicas e vinculações espirituais formam uma imensa rede de intercomunicações, dando forma ao quadro depressivo. (TEODORO, 2009, P. 20)

A depressão, muitas vezes é confundida com a tristeza, já que as mesmas apresentam semelhança principalmente no que diz respeito aos seus sintomas, já que a sensação de desamparo, a falta de entusiasmo e o sentimento de impotência diante da vida sugerem o mesmo quadro. Entretanto, existem diferenças marcantes entre a tristeza e a depressão, principalmente no que diz respeito a intensidade e duração, baseada nas causas que desencadeiam os dois quadros.

A tristeza, é uma reação normal e momentânea às inúmeras situações que podem ser consideradas frustrantes, dentro do cotidiano, como por exemplo, ser demitido do emprego, ser reprovado em uma seleção, sofrer a perda de um ente querido, consideradas situações que podem causar tristeza em uma pessoa, dentro da normalidade. Mas tudo isso ocorre por um breve período, levando ao indivíduo a superar e adaptar-se a situação vivida, restaurando aos poucos a confiança e o entusiasmo, seguindo em frente. Geralmente, este período não dura mais do que 6 ou 8 semanas, não necessitando de ser tratado por medicamentos ou assistência psicoterápicas, já que a pessoa tem consciência das causas do seu sofrimento.

No que diz respeito à depressão, a mesma apresenta um quadro de tristeza mais intenso, o que leva o indivíduo à angústia, a autodesvalorização e a desmotivação, que pode durar não apenas semanas, mas meses, anos ou até mesmo a vida toda, comprometendo diretamente a vida sócio pessoal, e familiar do paciente deprimido. Para Teodoro (2009, p. 23) “as verdadeiras causas da depressão nem sempre são percebidas pelo doente e pelas pessoas com quem convive, por estarem carregadas de conteúdos inconscientes e processos psicológicos e orgânicos complexos. “, sendo necessário, portanto, que haja um acompanhamento médico e psicológico.

2.1. CAUSAS DA DEPRESSÃO

        Cientificamente, ainda não existe uma resposta concreta à causa do distúrbio depressivo, sendo estudado através de fatos e da construção das diferentes experiências e olhares, onde se procura uma explicação mais plausível para as possíveis causas deste transtorno, através de questionamentos como se a depressão tem origem orgânica, o que provocaria alterações psicológicas ou seria ao contrário, começaria com alterações psicológicas, levando ao desequilíbrio neuroquímico? Os médicos consideram que ambas as possibilidades levam ao desencadeamento da depressão

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