A Dermatite Irritativa de Fraldas
Por: mariroberto • 3/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.726 Palavras (7 Páginas) • 451 Visualizações
Resumo
A dermatite da área da fralda irritativa primária é a mais prevalente desse tipo, sendo provavelmente a afecção cutânea mais freqüente na primeira infância. Constitui fonte significativa de desconforto para a criança. O uso da fralda ocasiona aumento da temperatura e da umidade locais. Há conseqüente maceração da pele, que se torna mais susceptível à irritação ocasionada pelo contato prolongado da urina e das fezes. O uso de pós, óleos, sabões e pomadas irritantes agravam o quadro clínico. A melhor conduta é a prevenção que engloba um conjunto de medidas que têm como objetivos manter a superfície seca, livre de urina e de fezes, reduzir seu contato com a pele, evitar irritação e maceração, preservar a função de barreira cutânea e manter, sempre que possível, um pH ácido. O tratamento médico consiste em medidas simples, ajustadas de acordo com a gravidade e o tipo de dermatite.
As piodermites podem ser definidas como infecções cutâneas primárias provocadas principalmente por bactérias piogênicas dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus.
Dentre as piodermites encontradas na infância, destacamos, o impetigo, o ectima, a osteofoliculite, a periporite e os abscessos múltiplos dos lactentes, que são mais específicos dessa faixa etária.
IMPETIGO
Entidade bastante comum na infância e muito contagiosa, o impetigo é uma infecção bacteriana superficial da pele. Pode ser dividido em duas formas clínicas: não bolhosa e bolhosa.
A forma não-bolhosa, também inicia-se por vesícula ou pústula de parede fina, dificilmente percebida, pois logo se rompe, algumas vezes sobre base eritematosa. O exsudato purulento resseca, em seguida, formando crosta espessa amarelo-acastanhada, característica desta forma de impetigo. Quando removida a crosta, esta refaz-se rapidamente. Embora nos adultos as áreas expostas da pele sejam acometidas com mais freqüência, nas crianças, pode afetar qualquer local.
Já no impetigo bolhoso, a bolha pode alcançar mais de 2cm de diâmetro e durar até três dias. Inicia-se com conteúdo incolor, que pode evoluir rapidamente para uma pústula. Ao se romper, em fase posterior, deixa exulceração eritematosa com crosta mais fina do que na forma não bolhosa.
As lesões são, em geral, assintomáticas, podendo, por vezes, haver leve prurido ou queimação.Este tipo de infecção é freqüentemente autolimitada, regredindo, mesmo sem tratamento, em até 15 dias.
Em relação à etiologia, Finnerty & Folan e Barton & Friedman encontraram mais de 90% dos casos de impetigo causados por Staphylococcus. Atualmente se aceita a predominância da etiologia estafilocócica para as duas formas de impetigo. Talvez haja uma variação geográfica, com maior prevalência de Streptococcus em locais e épocas mais quentes.
Quanto às complicações, a glomerulonefrite é relativamente freqüente na infecção por Streptococcus, podendo levar à insuficiência renal aguda ou crônica e até à morte. A febre reumática também pode surgir como complicação do impetigo estreptocócico, embora bem mais rara.
ECTIMA
O ectima é uma infecção piogênica da pele causada principalmente por Streptococcus, porém o Staphylococcus pode ser também encontrado. Às vezes, ambas as bactérias são isoladas da mesma lesão. Caracteriza-se pelo aparecimento de uma pústula sobre base eritematosa que, com a evolução, se aprofunda, podendo atingir até o tecido celular subcutâneo. Ulcera, formando depois uma crosta espessa que, ao se curar, deixa cicatriz deprimida.
Esta forma se manifesta principalmente em ambientes com pouca higiene. Fatores como baixas condições sócio-econômicas, má nutrição e deficiência das defesas orgânicas, influem bastante em sua evolução, podendo acontecer a disseminação das lesões. Em geral, há uma solução de continuidade prévia, às vezes imperceptível. A infecção pode ocorrer em locais de picada de inseto, lesões de escabiose ou dermatose pruriginosa. As áreas mais acometidas são as pernas, coxas e nádegas e, como complicação, pode haver adenopatia regional e, quando provocada por Streptococcus, a glomerulonefrite e menos comumente a febre reumática.
OSTEOFOLICULITE
A osteofoliculite ou impetigo folicular de Bockhart é uma infecção do óstio folicular causada pelo Staphylococcus aureus, sendo bastante freqüente na infância e ocorrendo especialmente no couro cabeludo, pescoço, membros e nádegas.
Caracteriza-se por pequenas pústulas múltiplas na abertura do pelo que aparece no centro da lesão com grande freqüência. Se sofrerem escoriação, rompem-se facilmente, formando crostas que não deixam cicatrizes.
O calor, atrito, uso de roupas apertadas e quentes favorecem a instalação do quadro.
FURÚNCULO
O furúnculo é uma foliculite mais profunda que atinge também a glândula sebácea e o tecido celular subcutâneo, onde pode se formar um grande abscesso. Surge, inicialmente, como um nódulo eritematoso, doloroso, com tendência à necrose central. Pode haver adenomegalia regional.
A lesão amolece e absceda, havendo saída de pus amarelo-esverdeado espesso (carnegão). As lesões podem ser múltiplas, concomitantemente, ou se sucederem, o que caracteriza a furunculose de repetição. Já o antraz surge como uma placa de aspecto similar ao da celulite que também absceda por vários orifícios (em chuveiro). Trata-se de infecção de um grupo de folículos pilosos adjacentes com suas respectivas glândulas sebáceas numa mesma área.
Os fatores predisponentes desta forma de piodermite são: estímulos mecânicos, térmicos, actínicos, químicos, pele oleosa e baixas condições higiênicas.
PERIPORITE E ABSCESSOS MÚLTIPLOS DOS LACTENTES
A periporite e os abscessos múltiplos dos lactentes são piodermites que acometem a glândula sudorípara écrina. Quando a lesão é superficial, ocorre a periporite e, quando na profundidade, os abscessos múltiplos das glândulas sudoríparas.
A periporite pode ocorrer pela infecção secundária de lesões de miliária rubra e surge como pequenas pústulas, que evoluem para a formação de crostas melicéricas em cerca de 15 dias. Estas lesões podem progredir para os abscessos de glândulas sudoríparas, que se caracterizam por nódulos eritematosos de consistência heterogênea com áreas endurecidas e outras flutuantes, podendo alcançar o tamanho de uma noz. Essas lesões podem fibrosar e
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