A Vacina Raiva Humana
Por: anandafelixxxx • 30/4/2021 • Trabalho acadêmico • 7.333 Palavras (30 Páginas) • 277 Visualizações
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E SAÚDE
CURSO DE ENFERMAGEM
RAIVA HUMANA
SANTOS
2019
RAIVA HUMANA
Composição textual apresentada à disciplina Atenção Primária em Enfermagem do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica de Santos para obtenção de nota parcial.
SANTOS
2019
Índice
1 INTRODUÇÃO 4
2 ETIOLOGIA 6
2.1 Revisão de anatomia 7
3 FISIOPATOLOGIA 7
4 TRANSMISSÃO 7
4.1 Ciclo Urbano 8
4.2 Ciclo Aéreo 8
4.3 Ciclo Rural 8
4.4 Ciclo Silvestre 8
5 SINAIS E SINTOMAS 9
6 DIAGNÓSTICO 10
7 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS 11
9 VACINA E SORO ANTIRRÁBICO 13
9.1 Profilaxia pré-exposição 15
9.2 Profilaxia pós-exposição 16
9.3 Conduta do profissional enfermeiro para a realização da profilaxia pós- exposição da raiva 19
9.4 Conduta em relação a pacientes faltosos 20
10 PAPEL DA ENFERMAGEM 21
10.1 Cuidados de enfermagem 22
REFERÊNCIAS 24
1 INTRODUÇÃO
A raiva é uma das patologias mais longevas explorada pela humanidade registrada na história desde XX a.C na Mesopotâmia, que tinha como decreto a morte dos donos dos cães raivosos cuja mordida resultasse em óbito de algum indivíduo. Os povos egípcios e hebreus relacionavam a patologia ao atributo religioso, enquanto, para os povos chineses e indus consideravam uma enfermidade que envolvia o desequilíbrio dos elementos que compunham o organismo humano. Os médicos da época eram cientistas e em sua maioria filósofos, o que propiciou diversas indagações sobre a patologia, sendo realizado pesquisas com os recursos disponíveis da época e descobertas de caráter singular de origem cultural (1,2,3).
Para a mitologia grega Homero que era um poeta da época, cita a raiva quando menciona que “Sirius” a maior estrela brilhante do céu noturno localizada na constelação de Cão Maior “Canis Majoris” exerce força maligna contra a humanidade, que estaria fortemente relacionada com cães raivosos no Mediterrâneo Oriental, Egito e Roma, citando Heitor como cão raivoso pela característica de ser príncipe de Troia e o maior guerreiro da Guerra de Troia, consideravam também que a deusa Ártemis deusa da caça, da lua e dos animais selvagens seria responsável por curar e combater os efeitos da raiva por ser considerada padroeira dos caçadores (4,1).. Após, Hipócrates conhecido como “pai da medicina” pelo seu potencial em diagnosticar doenças e ser membro de uma família que praticava cuidados com a saúde de geração em geração, foi responsável por escrever um livro “Ares, Água e Lugares” relatando a influência do meio ambiente e a enfermidade, sendo característico do povo grego a correlação do homem grego e a natureza. Cogitou-se a possibilidade que a enfermidade poderia ser transmitida por um verme que se alojava na língua dos cães tendo como medida a retirada do freio da língua dos cães onde se acreditava-se estar o verme, com o crescimento populacional das cidades medievais associado aos problemas sanitários, surgiram epidemias diferentes, entre elas a raiva, com a invasão de animais raivosos nos povoados e vilas. Os romanos descreveram a capacidade infecciosa da saliva dos cães raivosos, chamando o material infeccioso de veneno, que provém da palavra latina “virus”. Como medida terapêutica a Grécia antiga realizava cauterização de feridas causadas por animais raivosos até a descoberta da vacina (5,6).
Em 500 a.C Demócrito conhecido como “pai da medicina moderna” responsável pela criação da teoria atomista e no conceito de universo infinito relatou a primeira descrição da enfermidade na Grécia, que ele chama de “mit enim hydropho-biam” esse “incendium nervorum”, onde posteriormente Aristóteles filósofo grego fundador da física, metafísica, leis da poesia e do drama, música, lógica, retórica (linguagem de comunicação eficaz e persuasiva), governo, ética, biologia, economia e zoologia (biologia animal) em conjunto com outros filósofos da época descreveram a propagação da raiva pela mordedura de cães, afirmando a sua transmissibilidade aos outros animais, com exceção, porém, do homem. Somente na Escola de Alexandria, houveram as primeiras observações precisas da raiva humana, que a classificou desde logo a mais cruel de todas as doenças exercendo maiores preocupações populares (2,7).
Na França, em 1271, houve um ataque de lobos raivosos com óbitos de 30 pessoas por mordeduras infectadas, havendo outro surto de raiva na Espanha em 1500 e em Paris em 1614. Em Londres entre os anos de 1752-1762 foi ordenado o sacrifício de todos os cães o que se aplicava uma taxa de recompensa por animal morto resultando em um massacre onde 900 cães foram mortos em um único dia, tornando-se um problema de saúde pública importantíssimo da época. Em meados dos séculos XIX, foi descoberto o ser microbiano por Pasteur que iniciou uma pesquisa através da inserção da saliva contaminada de um menino doente em um coelho, não havendo êxito (1,5).
Em 24 de janeiro de 1881, o isolamento de um microrganismo, semelhante a forma de número “8”, cujo diâmetro aproximava-se de meio a um micrômetro era capaz de atacar o sistema nervoso central e que a inoculação intracerebral era o meio mais eficaz de se transmitir a raiva, sendo denominado como vírus rábico. Pra comprovar a tese foi realizado uma experiência com três cães inoculados em 1881, dos quais dois morreram de raiva e um se curou depois de manifestados os primeiros sintomas, re-inoculado um ano depois, não contraiu a raiva, onde impossibilitou o óbito de pessoas contaminadas pelo vírus da raiva, através da vacina criada por Pasteur (4,8).
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