EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA DIABETES MELLITUS TIPO NA ATENÇÃO BÁSICA
Por: M.M. • 22/5/2021 • Artigo • 3.405 Palavras (14 Páginas) • 250 Visualizações
EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ATENÇÃO BÁSICA
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RESUMO: O Diabetes Mellitus é um distúrbio crônico do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Acomete cerca de 10 milhões de brasileiros em proporção similar entre homens e mulheres, chegando a atingir 25% das pessoas acima de 70 anos. O tratamento medicamentoso incorreto do Diabetes pode originar complicações crônicas da doença, como retinopatia, nefropatia, neuropatia, pé diabético, infarto do miocárdio, acidentes vasculares e infecções. As incretinas são hormônios produzidos pelo trato gastrointestinal e liberados no intestino em resposta à ingestão de alimentos, desempenhando importante papel na modulagem da atividade das células pancreáticas, potencializando a excreção de insulina, aumentando a sensibilidade dos seus tecidos-alvo. Estudos clínicos dão conta que a administração de fármacos em monoterapias ou coligados a outros medicamentos anti-hiperglicêmicos, controla o nível glicêmico e reduz o peso em pacientes com diabéticos. O presente estudo tem foco na atenção básica dada a evolução do tratamento medicamentoso indicado para portadores de DM2.
Palavras-chaves: Diabetes. Medicamento. Saúde. Atenção Básica.
ABSTRACT: Diabetes Mellitus is a chronic disorder of the metabolism of carbohydrates, lipids and proteins. It affects about 10 million Brazilians in a similar proportion between men and women, reaching 25% of people over 70 years of age. The incorrect drug treatment of Diabetes can lead to chronic complications of the disease, such as retinopathy, nephropathy, neuropathy, diabetic foot, myocardial infarction, strokes and infections. Incretins are hormones produced by the gastrointestinal tract and released in the intestine in response to food intake, playing an important role in modulating the activity of pancreatic cells, potentiating the excretion of insulin, increasing the sensitivity of its target tissues. Clinical studies show that the administration of drugs in monotherapy or associated with other anti-hyperglycemic drugs, controls the glycemic level and reduces weight in diabetic patients. This study focuses on primary care given the evolution of drug treatment indicated for patients with DM2.
Keywords: Diabetes. Medication. Health. Primary Care.
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio crônico do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Uma característica do Diabetes é a secreção defeituosa ou deficiente da insulina, que se manifesta na utilização inadequada dos carboidratos (glicose), com consequente hiperglicemia (CONTRAN, KUMAR E COLLINS, 2000).
O DM é causado na maioria das vezes pela diminuição da secreção de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans. A hereditariedade é um fator importante na determinação da doença. Isso ocorre pelo aumento da suscetibilidade das células beta à destruição por alguns vírus ou por favorecer o desenvolvimento de anticorpos autoimunes contra as células beta, causando assim a sua destruição. Em alguns casos, a hereditariedade pode causar a simples degeneração das células beta (GUYTON E HALL, 1997).
A obesidade também tem um importante papel no desenvolvimento do diabetes. Na obesidade, o número de receptores da insulina nas células-alvo por todo o corpo diminui, tornando a quantidade de insulina disponível menos eficaz na ação de seus efeitos metabólicos (GUYTON E HALL, 1997).
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD/2014), 90% dos portadores de diabetes apresentam o Diabetes tipo 2, que é pouco sintomática, podendo passar despercebida, retardando o diagnóstico e o tratamento, favorecendo a ocorrência de complicações. A presença de uma ou mais das seguintes condições sugerem a possibilidade da presença de diabetes: Familiares próximos portadores de Diabetes; Idade maior que 45 anos; Excesso de peso ou obesidade; Pressão alta; Colesterol elevado; Mulheres com ocorrências de filhos nascidos com mais de 4,0 Kg.
O Diabetes acomete cerca de 10 milhões de brasileiros em proporção similar entre homens e mulheres, chegando a atingir 25% das pessoas acima de 70 anos. A doença está se tornando a epidemia do século e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2025, a previsão é que esse número chegue a 380 milhões. No Brasil, de acordo com o Sistema de Movimento de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis, a ocorrência média de diabetes na população adulta acima de 18 anos é de 5,2%, o que representa 6.399.187 de pessoas que confirmaram ser portadoras da doença. A prevalência da doença aumenta com a idade: o diabetes atinge 18,6% da população com idade superior a 65 anos (BRASIL, 2013).
2 O DIABETES MELLITUS
Sendo um grande agravo a níveis globais o DM, é configurado como uma epidemia mundial, com um enorme desafio para todos os sistemas de saúde do mundo. A causa é atribuída ao estilo de vida pouco saudável e ao envelhecimento da população, portanto, quanto mais idosa e quanto maior for à expectativa de vida, maiores serão as taxas de prevalência do DM.
Critérios Diagnósticos para o Diabetes
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Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2014
A urbanização crescente também influência no desenvolvimento da doença a partir do momento em que a população consome mais produtos industrializados e reduz as atividades físicas. A dieta e o sedentarismo também são responsáveis pela doença, porém, a culpa não deve ser atribuída a apenas esses fatores, e sim ao próprio ser humano que em função dos avanços tecnológicos perdeu os bons hábitos de uma alimentação saudável e a realização de atividades físicas. A adoção de estilos de vida pouco saudáveis citados acima e a obesidade são também os responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes a níveis globais (BRASIL, 2006).
De acordo com as estimativas da Federación Internacional de Diabetes (FID, 2013) sobre o DM a nível mundial, a taxa de portadores da doença em 2025 poderá alcançar valores astronômicos com 592 milhões de portadores. Uma pesquisa da Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 21,6% dos brasileiros acima de 65 anos possuem a doença, porém, entre as pessoas na taxa etária de 18 a 24 anos apenas 0,6% são diabéticos, o que demonstra que a diabetes aumenta de acordo com a idade da população. Em relação às regiões, a maior índice de ocorrências foi em Fortaleza, seguido de Vitoria e Porto Alegre. Os menores índices foram registrados em Palmas, Goiânia e Manaus (BRASIL, 2012).
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