FARMACOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM SOBRE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Por: ma1530 • 2/10/2016 • Trabalho acadêmico • 3.354 Palavras (14 Páginas) • 731 Visualizações
- INTRODUÇÃO
As doenças vasculares ou circulatórias do SNC constituem a terceira causa de morte nos países desenvolvidos, sendo responsável por boa parte dos óbitos na população acima de 30-40 anos (BOGLIOLO, 2006).
Além disso, sua incidência aumenta com o avançar da idade, de 100 a cada 1000 habitantes com idade superior a 45 anos para 1.800/100.000 em indivíduos com idade superior a 85 anos. Tais doenças representam a principal causa de admissão hospitalar, sendo responsáveis por 50% dos distúrbios neurológicos encontrados num hospital geral. É uma doença que constitui grande fator de morbidade pelo efeito cumulativo das lesões. A expressão doença cerebrovascular denota qualquer anormalidade do cérebro causada por alteração na parede dos vasos e acidente vascular cerebral, atualmente designado como acidente vascular encefálico (AVE), é o termo clínico aplicado a esses distúrbios (BOGLIOLO, 2006).
“Dentre as doenças crônico-degenerativas, as cerebrovasculares constituem a terceira causa de morte no mundo, precedida pelas cardiopatias em geral e o câncer. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) - isquêmico ou hemorrágico, transitório ou definitivo – é a doença cerebrovascular que apresenta maior incidência, tem maior morbidade e resulta em incapacidades.” (PERLINI, 2005).
O AVE é um déficit neurológico focal decorrente da interrupção do fluxo sanguíneo em um vaso cerebral. Pode ser provocado por trombos ou êmbolos (AVE isquêmico) ou por hemorragia dentro do tecido cerebral (AVE hemorrágico) (PORTH; KUNERT, 2004).
Entre os principais fatores de risco para o surgimento da complicação estão a idade, sexo, presença de doença cardíaca, hipertensão, níveis altos de colesterol, tabagismo, AVE anterior e diabetes mellitus (PORTH; KUNERT, 2004).
“O termo acidente vascular encefálico (AVE) é usado para designar o déficit neurológico (transitório ou definitivo) em uma área cerebral secundário a lesão vascular, e representa um grupo de doenças com manifestações clínicas semelhantes, mas que possuem etiologias diversas: AVC hemorrágico (AVCh) compreende a hemorragia subaracnóide (HSA), em geral decorrente da ruptura de aneurismas saculares congênitos localizados nas artérias do polígono de Willis e a hemorragia intraparenquimatosa (HIP), cujo mecanismo causal básico é a degeneração hialina de artérias intraparenquimatosas cerebrais, tendo como principal doença associada à hipertensão arterial sistêmica (HAS); Este conjunto de doenças representa grande ônus em termos sócio-econômicos, pela alta incidência e prevalência de quadros sequelares” (RADANOVIC, 2000).
As doenças cardiovasculares têm grande importância para o Sistema de Saúde no Brasil, pois há estimativa de que faça representação de 8,2 % das internações e 19 % dos custos hospitalares do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) (RADANOVIC, 2000).
O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes exames demonstram a localização e o tamanho da hemorragia (SAMPAIO; ALVES, 2012).
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirurgicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação. O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial, complicações como crises convulsivas e infecções (SAMPAIO; ALVES, 2012).
A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é uma parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente, somente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico. Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um plano terapêutico individualizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a qualidade de vida do paciente (SAMPAIO; ALVES, 2012).
- CASO CLÍNICO
- HISTÓRIA
P.U.R., 65 anos, sexo masculino, chegou ao PS trazida por familiares com história de redução do nível de consciência após referir forte cefaléia. É fumante, portador de hipertensão arterial há 14 anos, obeso e faz uso de bebida alcoólica diariamente em doses moderadas.
- EXAME FÍSICO:
Torporoso; pupilas anisocóricas (D>E) fotorreagentes; escala de coma de Glasgow de 8; afebril; descorado 2/4+; FC: 50bpm; PA: 230x140 mmHg; FR: 40 rpm; apresentando movimentos ventilatórios bilateralmente, com roncos difusos à ausculta; hemiparesia à esquerda; cianose de extremidades. Foi entubado, colocado em ventilação mecânica, encaminhado para tomografia computadorizada de crânio.
- EXAMES LABORATORIAIS REALIZADOS:
hemograma, gasometria arterial, sódio, potássio, uréia, creatinina.
- EXAMES DE IMAGEM:
- CT de crânio que revelou hemorragia intracraniana com invasão do sistema ventricular, desvio da linha média e edema cerebral.
- RX de tórax, que revelou infiltrado em bases bilateralmente.
- MEDICAMENTOS PRESCRITOS, TODOS EV:
- Nitroprussiato de sódio
- Manitol
- Midazolan
- Fentanil
- Dexametasona
- Fenitoína
- QUESTIONAMENTOS:
Em relação às drogas prescritas:
- Descrever a indicação de cada fármaco e a relação deles com o quadro descrito acima: Acidente vascular encefálico hemorrágico;
- Montar uma tabela com o grupo farmacológico, mecanismo de ação e efeitos colaterais de cada fármaco;
- Descrever os principais cuidados de enfermagem para o preparo e a administração de cada fármaco;
- Monte um plano de cuidados de enfermagem para o paciente, relacionado às medicações em uso.
- INDICAÇÕES E RELAÇÕES
- NITROPRUSSIATO DE SÓDIO
Indicação: Emergências hipertensivas (ex: hipertensão maligna), encefalopatia, AVE, insuficiência cardíaca descompensada, insuficiência valvar mitral ou aórtica grave, manejo hemodinâmico no intra e pós-operatório de cirurgias cardíacas (GUIA DE REMÉDIOS, 2014).
Relação com o quadro clínico: Usado neste caso para diminuir a pós e a pré-carga por conta do AVE hemorrágico e para dilatar as artérias diminuindo a pressão arterial (GUIA DE REMÉDIOS, 2014).
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