IMOBILIZAÇÃO DE HEMORRAGIA NA CABEÇA

Ana Neri Educação Profissional

Curso: Técnico em Enfermagem

Disciplina: Primeiros Socorros

IMOBILIZAÇÃO DE HEMORRAGIA NA CABEÇA

São Luís – MA

2017

INTRODUÇÃO

A hemorragia é caracterizada por uma intensa perda de sangue por algum orifício ou corte, para dentro ou para fora do corpo. São classificadas anatomicamente (arterial, venosa ou capilar) ou clinicamente (externa ou interna). A hemorragia é diagnosticada através dos vários sinais e sintomas que são detectados. A maneira de contê-la depende da sua gravidade e deve ser prontamente tratada, pois em alguns casos pode ocorrer risco de morte.

HEMORRAGIA – Conceito e Classificação

A perda de sangue de sangue circulante para fora dos vasos sanguíneos é denominada hemorragia, sendo a hemostasia o controle da hemorragia. As hemorragias podem ser classificadas clinicamente como:

Hemorragia interna: sangramento de estruturas profundas, podendo ser oculta ou se exteriorizar pelo nariz e ouvidos, as medidas pré-hospitalares básicas de hemostasia geralmente não funcionam, logo a vitima deve chegar o mais rápido possível ao hospital;

Hemorragia externa: quando ocorre um sangramento de dentro para fora do corpo que pode ser visto a olho nu e podem ser controladas a partir das técnicas básicas de primeiros socorros.

Hemorragia mista: quando a vitima apresenta as duas formas de hemorragia, geralmente essa a partir de um acidente muito grave.  

A hemorragia pode ser classificada anatomicamente como:

Arterial: sangramento em jato, com coloração vermelho vivo, um sangramento grave que pode levar a morte em poucos minutos;

Venosa: sangramento continuo, de coloração escura, raramente fatal;

Capilar: sangramento continuo, discreto.

Quanto mais rápida a hemorragia, menos o corpo tolera a perda de sangue fazendo com que o coração funcione mais rápido e a vitima possa ter uma parada cardíaca, logo o socorro deve ser imediato.

SINAIS E SINTOMAS

Alguns sinais e sintomas que está ocorrendo hemorragia:

Alteração no nível de consciência ou inconsciência;

Agressividade ou passividade;

Tremores e arrepio do corpo;

Pulso rápido;

Respiração rápida e artificial;

Pele pálida fria e úmida;

Sudorese;

Pupilas dilatadas;

Fraqueza;

Sede;

Frio.  

A hemorragia interna embora seja muito difícil de diagnosticar, uma das formas é perceber se as extremidades do corpo (pés e mãos) estão arroxeadas devido à diminuição da circulação de sangue e verificar se as mucosas perderam sua cor natural e apresentam aspecto esbranquiçado. Outra forma é observar se há saída de pequena quantidade de sangue pelas narinas e ouvidos e se a vitima está com dor abdominal intensa.

CLASSIFICAÇÕES DE HEMORRAGIAS

Classifica-se a intensidade da hemorragia através do volume de sangue perdido. Em geral, o ser humano possui cerca de 7% do seu peso em sangue. Classificar hemorragia dessa maneira nada mais é que mostrar a quantidade de sangue perdido equivalente a peso que a vítima possui.

Há quatro classes para dividir hemorragia, são elas: (GUYTON 2010):

Classe 1 - a hemorragia é bem fraca com cerca de 15% do volume total de sangue, os sintomas são muitos pequenos, quase invisíveis, ocorre apenas um aumento bem leve na frequência cardíaca. Em alguns casos, a vítima nem percebe que está tendo hemorragia.

Classe 2 - é mais acentuada devido ao volume de sangue perdido, cerca de 15 a 30%, nessa fase os sinais e sintomas são mais graves. A vítima apresenta frequência cardíaca elevada e movimentos respiratórios rápidos, a produção de urina nos rins diminui um pouco, fazendo com que a vítima urine menos, sinta bastante sede e pressão do pulso diminua.

Classe 3 - é quando a vítima perde cerca de 30 a 40% do volume de sangue do corpo. Nesse estágio, a vítima apresenta níveis de consciência com certa dificuldade, há a diminuição de sangue no ápice do coração e no ventrículo esquerdo, palidez eliminação de suor frio. Para esses casos, a hidratação com soro intravenosa é indicada, mas na maioria dos casos recorre – se a transfusão. 

Classe 4 - é quando o quadro clínico do paciente é muito grave, e é necessária às vezes a intervenção cirúrgica para a sobrevivência da vítima. Nessa fase, o paciente fica completamente inconsciente, a verificação dos sinais vitais é quase imperceptível e a vítima indispõe de urina. Para apresentar esse quadro, a vítima precisa ter perdido o equivalente a mais de 40% do volume de sangue, de maneira vulgar, diz – se que a vítima está sem sangue. Além da cirurgia, é necessária a transfusão de sangue e hidratação intravenosa. 

CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR

A hemorragia se não tratada imediatamente pode levar a morte. Há maneiras de se conter a hemorragia ou pelo menos não agravar o quadro até a chegada da vitima ao médico. Nesses casos devem ser seguidos os seguintes procedimentos:

1. Exame primário: ABC da vida.
2. Controle das hemorragias externas:

Coloque luvas ou utilize panos para manipular a vitima;

Coloque compressa limpa sobre o ferimento e efetue a compressão direta na lesão;

Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque outra compressa sem retirar a primeira;

Eleve se possível, o local do sangramento acima do nível do coração com a vítima deitada;

Na persistência da hemorragia, inicie a compressão direta da artéria que irriga a região.

1. Em caso de choque - posicione o paciente com as extremidades inferiores elevadas;
2. Imobilize as fraturas exceto naqueles lugares que apresentem sinais de choque;
3. Em caso de choque transporte o paciente imediatamente para o hospital.

LESÕES NA CABEÇA

Qualquer trauma que fere o couro cabeludo, crânio ou o cérebro exige cuidados especiais. A lesão pode ser apenas uma pequena pancada no crânio ou uma lesão cerebral grave. Lesão na cabeça pode ser fechada ou aberta (penetrante).

Um traumatismo craniano fechado significa que você recebeu um golpe duro na cabeça de um objeto, mas o objeto não quebrou o crânio. Um aberto ou penetrante ferimento na cabeça significa que foi atingido com um objeto que quebrou o crânio e entrou no cérebro.