Medicamentos psicotrópicos entre trabalhadores de enfermagem
Por: etedualcaraujo • 13/8/2015 • Trabalho acadêmico • 1.139 Palavras (5 Páginas) • 395 Visualizações
Medicamentos psicotrópicos entre trabalhadores de enfermagem
Na atualidade, as transformações do mundo do trabalho têm apontado para a necessidade de investigação e tratamento do sofrimento e do desconforto físico e psíquico apresentado pelos trabalhadores, em especial, os da saúde.Nesse sentido, o trabalho da enfermagem pode apresentar alguns elementos capazes de comprometer o processo de viver saudável dos seus trabalhadores, tornando-os mais suscetíveis à depressão e ao cansaço.Especificamente no ambiente das Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s), o processo de desgaste físico e psíquico advindo da sobrecarga de trabalho pode ser gerador de estresse, prejudicando as condições de trabalho e as relações organizacionais. Por isso, para obter conforto diante de perturbações de ordem física ou psíquica, esses trabalhadores recorrem ao uso de terapias medicamentosas, principalmente utilizando-se da automedicação.
Em particular, o consumo de substâncias psicoativas faz parte do cotidiano dos trabalhadores de enfermagem.Segundo o Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas, os medicamentos psicoativos (também denominados psicotrópicos) são substâncias capazes de atuar no Sistema Nervoso Central, deprimindo-o (a exemplo dos álcoois, barbitúricos, benzodiazepínicos e opiáceos), estimulando-o (como as anfetaminas, a cocaína e o tabaco) ou perturbando-o (como a maconha, alucinógenos, anticolinérgicos, etc). Além do uso terapêutico, essas substâncias costumam ser utilizadas para o aumento da sensação de bem estar, sem prescrição médica.Diante do exposto, deve-se atentar para os efeitos resultantes do uso dessas substâncias que podem envolver alterações na mente, no corpo e na conduta, o que traz riscos tanto para as pessoas que as utilizam, quanto para os que com elas convivem.Diante disso, a realização de estudos relacionados ao uso de drogas psicoativas por profissionais de enfermagem intensivistas é relevante, considerando que esta questão interfere, diretamente, na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores.
Além disso, não pode ser desconsiderado o fato de que, o uso de algumas medicações psicoativas, por parte dos trabalhadores de enfermagem, pode interferir no processo assistencial, especialmente em UTI’S.Face a relevância do tema, desenvolveu-se uma investigação sobre adoecimento e uso de substancias psicoativas entre trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva. fato de que, o uso de algumas medicações psicoativas, por parte dos trabalhadores de enfermagem, pode interferir no processo assistencial, especialmente em UTI’S. Face a relevância do tema, desenvolveu-se uma investigação sobre adoecimento e uso de substancias psicoativas entre trabalhadores de enfermagem de unidades de terapia intensiva.
Neste estudo foi considerado o uso de medicamentos psicoativos prescritos ou não pelo profissional médico, sendo destacados os medicamentos antidepressivos, estimulantes, antipsicóticos, ansiolíticos/benzodiazepínicos, depressores, alucinógenos, hipnóticos e analgésicos. Tendo em vista estas considerações, estabeleceu-se como questão de pesquisa: existe adoecimento e/ou uso de medicamentos psicoativos entre trabalhadores de enfermagem de UTI’s? E como objetivo, identificar aspectos relacionados ao adoecimento e uso de medicamentos psicoativos entre trabalhadores de enfermagem de UTI’s.
O uso de medicamentos psicoativos foi referido por considerável parcela dos trabalhadores de enfermagem, sendo que os antidepressivos, benzodiazepínicos e analgésicos foram as categorias citadas. Os benzodiazepínicos, que figuram como segundo tipo de medicação mais consumida pela população investigada, também são conhecidos como ansiolíticos. Esta classe de medicamentos estimula mecanismos no cérebro que, normalmente, equilibram estados de tensão e ansiedade, além de inibir os mecanismos que funcionam em excesso devido as tensões do dia-a-dia, resultando num estado de ansiedade. Em resposta a esta inibição, a pessoa apresenta maior tranquilidade e fica menos responsiva a estímulos externos. Como consequência desta ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do cérebro que se caracteriza por diminuição de ansiedade, indução de sono; relaxamento muscular; redução do estado de alerta.
Já a referência ao uso de analgésicos remete à vivência da dor pelo trabalhador de enfermagem de UTI. A incidência da dor pode estar relacionada ao processo de trabalho em unidades críticas caracterizada pelo desgaste físico, pelo alto ritmo e cargas de trabalho exaustiva para os trabalhadores, podendo acarretar no surgimento da ansiedade e do estresse. A dor, quando tratada de maneira inadequada, pode provocar efeitos danosos estando associada, por exemplo, a alterações no padrão do sono.Esta possível relação entre a vivência da dor, o uso de analgésicos e o trabalho de enfermagem em UTI’s aponta para a vulnerabilidade desse trabalhador ao sofrimento e, potencialmente, ao adoecimento laboral. Sabe-se que os trabalhadores de enfermagem representam a maior dentre as categorias de trabalhadores inseridos nas instituições de saúde. Entretanto, não têm tido a devida atenção dos gestores, no que se refere à promoção de qualidade de vida e saúde.
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