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NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA: “O papel da APS, potencialidades e desafios no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus”

Por:   •  17/2/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.233 Palavras (5 Páginas)  •  298 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

YASMIM COSTA MAIA

NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA: “O papel da APS, potencialidades e desafios no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus”

Vitória

2020

YASMIM COSTA MAIA

NARRATIVA CRÍTICO-REFLEXIVA: “O papel da APS, potencialidades e desafios no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus”

 

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Vitória

2020

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO[pic 2][pic 3]

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

SAÚDE COLETIVA[pic 4]

O PAPEL DA APS, POTENCIALIDADES E DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

Aluna: Yasmim Costa Maia - 2017101468

Objetivo

Realizar uma narrativa crítico reflexiva argumentando acerca do papel da APS, suas potencialidades e desafios na conjuntura atual brasileira, buscando respostas efetivas para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

No dia 12 de setembro de 1978 ocorreu a primeira conferência internacional sobre cuidados primários de saúde, deu origem a Declaração de Alma-Ata, um importante documento que influenciou a forma de se fazer saúde em diversos países (1). Tal documento explicita que saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e um direito humano fundamental (2), defendendo dessa forma a saúde como um direito de todos. No entanto nos anos que se seguiram foram adotadas estratégias em vários países que iam contra os preceitos de equidade e saúde como direito universal como foi concebido na Declaração de Alma-Ata. Nesse contexto foram adotadas no Brasil as estratégias que ficaram conhecidas como GOBI, que atendia demandas referentes a crescimento infantil, reidratação oral, aleitamento materno e imunização, e FFF que por sua vez trabalhava alfabetização das mulheres, planejamento familiar e nutrição, visando proteção a crianças e mulheres em situações específicas, sendo uma forma de APS seletiva (1)

A crescente ideia de um sistema de saúde com base numa forte APS como chave para diminuir as iniquidades e garantir saúde para todos, somado à insatisfação popular com a situação do sistema de saúde até o momento, culminou na 8°conferência nacional de saúde e na concepção do SUS, sistema de saúde pensado para se basear na APS e garantir finalmente a saúde como um direito de todos (3). Desde então Unidades Básicas de Saúde e ESF tem se espalhado pelo país e demonstrado bons resultados, tal como a redução da mortalidade por AVC, que foi 31% menor, e por doenças cardiovasculares, que foi 36% menor nos municípios com cobertura da ESF acima de 70% (4).

Atualmente vivenciamos uma pandemia causada pelo Novo Coronavírus que, de acordo com dados das secretarias estaduais de saúde, já matou mais de 150.000 pessoas só no Brasil e possui mais 457.450 pessoas em acompanhamento (5). A pandemia trouxe consigo impacto em diversas áreas, causadas pela grande quantidade de pessoas acometidas pela doença, pelo necessário isolamento social, novas situações e consequentemente novas necessidades, impactos econômicos e sociais.

Durante a pandemia do Covid-19 a APS tem desenvolvido seu trabalho baseando se em quatro eixos: (i) vigilância em saúde nos territórios, onde deve se atuar a fins de realizar o gerenciamento de risco, notificação, detecção, e acompanhamento dos casos, visando também realizar a educação em saúde a favor do isolamento social; (ii) atenção aos usuários com COVID-19, encaminhar pacientes e tratar de forma segura os casos mais leves, utilizando, sempre que possível, a nova ferramenta para atendimento on-line liberada especialmente durante a pandemia, e que tem sido de suma importância para realizar consultas e acompanhamento de pacientes sem que estes necessitem de se arriscar saindo de suas casas; (iii) suporte social a grupos vulneráveis, é necessário identificar as fragilidades especiais no território e realizar ações coordenadas, com engajamento comunitário, como o fornecimento de abrigo para pessoas em situação de rua ou violência; e (iv) continuidade das ações próprias da APS, as teleconsultas também tem sido fundamentais para garantir a continuidade dos tratamentos em usuários com demandas diferentes, mas ainda assim é um desafio preservar todas as atividades de rotina da APS que precisam ser repensadas para a adequação ao momento atual (6).

O SUS é um dos maiores sistemas de saúde universal do mundo, e tem como base uma extensa rede de APS, mas apresenta problemas de financiamento, gestão, e estruturação de serviços (7). Além dos desafios habituais destacam se na epidemia outras questões como a falta de comunicação efetiva e completa entre todos os componentes do sistema de saúde, falta de protocolos de triagem, as UBS como porta de entrada do sistema de saúde, que, nesse momento não seria o ideal devido ao grande risco de pessoas infectadas com o vírus infectarem outros pacientes com demandas diferentes (8).

Em 2018 na conferência global de Atenção Primária a Saúde em Astana, houve um retrocesso, e ameaça a existência da APS como se apresenta hoje no nosso país. Na proposta como foi aprovada o direito à saúde ficaria restrito ao asseguramento de uma cesta de serviços a ser contratada que resultaria numa cobertura segmentada, aumentando as disparidades sociais, reeditando a APS seletiva e indo contra a saúde como direito humano fundamental como concebido na Declaração de Alma-Ata (1).

Para uma melhor qualidade na Atenção Primaria à Saúde durante a pandemia seria necessária uma maior conscientização de todos da importância do SUS e seus princípios, considerando a APS como parte indissociável dele, principalmente por parte de autoridades políticas da área da saúde e outros governantes. Na prática, seria necessária uma total reorganização do sistema de saúde a começar pelo maior acesso da população às unidades de ESF, a comunicação completa entre os componentes do sistema de saúde, a adequada proteção dos profissionais de saúde, e a criação de protocolos de triagem específicos para pacientes com suspeita ou caso confirmado de Covid-19 (8). Algumas outras alternativas a serem estudadas seriam, estabelecimento de testagem em massa e o direcionamento de paciente sintomático com Covid-19 diretamente do domicílio à unidade de referência para tratamento da infecção, de acordo com a sugestão da OMS (9), que necessitaria de mais leitos (8). Dessa forma construiríamos uma APS mais forte e mais preparada para atender a população.

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