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O Aborto

Por:   •  21/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  5.037 Palavras (21 Páginas)  •  432 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho aborda sobre o aborto. Este conceito é usado para fazer referência ao oposto de nascer. Algumas sociedades, aprovam o aborto. No outro extremo, acham-se Países como Angola onde o Aborto não é permitido (salvo em questão de violação). A questão do aborto envolve aspectos morais, éticos, legais e religiosos. Escolhemos este tema, pois é um assunto polêmico, que gera discussões em toda a sociedade. A principal delas é entre a igreja e a sociedade onde cada um tem o seu ponto de vista.

Deste modo, a singularidade de cada pessoa influencia em tal prática. As vezes, pretende-se, justificar o aborto como a única saída para situações angustiantes que uma gravidez não desejada pode trazer. No entanto, a pior angústia vem depois do aborto.

Objectivo Geral: Descrever o aborto e o que as entrevistadas pensam em relação a isso (em todos os domínios do saber).

Objectivos específicos:

  • Mostar as causas e consequências com maior incidência para a prática do aborto e o nível de conhecimento das entrevistadas.
  • Mostrar percentualmente o número de abortos em mulheres casadas e solteiras.
  • Mostrar a percentagem relativa entre o aborto espontâneo e o induzido.
  • Mostrar até que ponto as entrevistadas têm o conhecimento da prática de tal acto na vertente Cristã.

Para alcançar os objectivos traçados realizamos um estudo de campo no Hospital dos cajueiros, onde se utilizou um questionário dirigido a raparigas que viveram tais acontecimentos.


Definição e conceitos

«Aborto é a expulsão espontânea ou provocada do embrião ou feto de menos de 500g de peso ou até 20 semanas de idade gestacional, quando tem pouca ou nenhuma chance de sobrevivência fora do organismo materno. A expulsão do feto após essa idade gestacional é considerada internacionalmente como parto prematuro»

                                                                                           (KATO,2003,p.2)

        De acordo com Souza (2009), abortos induzidos são aqueles que são praticados intencionalmente ou seja tendo em vista o fim da gestação e a consequente retirada do feto.

        Para Nucci (2010) aborto espontâneo, involuntário ou casual, é a interrupção da gravidez oriunda de causas patologias, que ocorre de maneira espontânea.

«Zigoto é quando o esperma e ovo se fundem dentro do útero»

(BAPTISTA,2008,p.5)

«Gestação: é a fecundação do ovulo pelo espermatozoide»

(BAPTISTA,2008, p.15). 

Capítulo I. O Aborto na História

 «A palavra aborto vem do latim ab-ortus que significa privação do nascimento a interrupção voluntária da gravidez com a expulsão do feto do interior do corpo materno, tendo como resultado a destruição do produto da concepção».

(PIERANDELI,2005,p.109)

Segundo Néia Schor e Augusta T. de Alvarenga «A decisão de interromper a gravidez não é coisa de mulheres modernas, sobrecarregadas com as obrigações da maternidade, trabalho e estudos. Aparentemente (…) em relação ao direito da mulher decidir sobre o próprio corpo. Da mesma forma que se quer proibir, hoje, já se quis obrigar o aborto em diversos momentos da história.»

Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas. Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros. Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem.

 «Se as mulheres desejavam limitar os partos, tinham de recorrer aos abortivos, cujas receitas são muito abundantes (…) O primeiro risco era, portanto, o da ferida de um útero ainda imaturo devido à juventude das esposas romanas; nesses casos os médicos recomendavam mesmo o aborto, inclusive por meios cirúrgicos (sondas).»                 

(Georges Duby e Michelle Perrot,1993, p.364-366).

«É importante lembrar que, mesmo nas sociedades em que o aborto não era tolerado, na antiguidade, não se via aí como o direito do feto, mas como garantia de “propriedade do pai” sobre um potencial herdeiro. Mesmo no Cristianismo, o aborto não foi, sempre, uma questão tratada como nos dias de hoje, São Tomás de Aquino, com sua tese da animação tardia do feto, contribuiu para que a posição da Igreja com relação à questão fosse bem mais benevolente, naquela época. Passado alguns anos a Igreja Católica declarou que a alma era parte do feto desde a sua concepção, transformando o aborto em crime»

(John M, Harvard University Press,1992).

No século XIX, a prática de proibição do aborto passou a expandir-se com toda força, por razões econômicas, já que a sua prática nas classes populares podia representar uma diminuição na oferta de mão-de-obra, fundamental para garantir a continuidade da revolução industrial. Essa política anti - aborto continuou forte na primeira metade do século XX, com exceção da União Soviética onde, com a Revolução de 1917, o aborto deixou de ser considerado um crime. Mas, na maioria dos países europeus, por causa das baixas sofridas na Primeira Guerra Mundial, o aborto continuava não sendo tolerado.

Na verdade, com a ascensão do nazifacismo, as leis antiabortivas tornaram-se severíssimas nos países em que ele se instalou, com o lema de se criarem “filhos para a pátria”. O aborto passou a ser punido com a pena de morte, tornando-se crime contra a nação, a exemplo do que ocorreu em certo momento no Império Romano. Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a década de 60, com exceção dos países socialistas, dos países escandinavos e do Japão (país que apresenta lei favorável ao aborto desde 1948, ainda na época da ocupação americana).

Na década de 60, em muitos países, as mulheres passaram a se organizar em grupos feministas que começaram a exercer uma pressão no sentido de permitir à mulher a decisão de continuar ou não uma gravidez. A primeira conquista histórica aconteceu nos Estados Unidos, há exatos 34 anos (por isso a blogagem do Naral, hoje, em celebração à data).

Segundo Roberson Guimarães (ROE v. WADE,1973 pag.113) «(...) que determinou que leis contra o aborto violam um direito constitucional à privacidade, que a interrupção da gestação no primeiro trimestre apresenta poucos riscos à saúde materna e que a palavra ‘pessoa’ no texto constitucional não se refere ao ‘não nascido’. Essas decisões liberaram a prática do aborto na América»

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