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O papel da família na iniciação do uso de drogas nos jovens

Por:   •  17/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.516 Palavras (23 Páginas)  •  517 Visualizações

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1 - INTRODUÇÃO

A adolescência constitui um período no ciclo vital para inicio do uso de drogas, seja como mera experimentação, consumo ocasional, indevido ou abusivo, tanto para utilização das drogas licita e ilícitas permeia a cultura da adolescência à velhice e no caso do Brasil o álcool, fumo e maconha. 1

As drogas cumprem funções importantes para os adolescentes, tanto do ponto de vista social quanto pessoal. Os comportamentos de enfrentamento de risco são funcionais, intencionais, instrumentais e dirigidos para o desenvolvimento normal do adolescente. Tais atitudes como: fumar, beber, dirigir perigosamente ou exercer atividade sexual precocemente visa a serem respeitados pelos seus pares; conseguir autonomia em relação aos pais; repudiar normas e valores da autoridade convencional; lidar com a ansiedade, frustração e antecipação do fracasso; afirmação rumo à maturidade e à transição da infância para o estágio adulto. 1

A precursão do uso de drogas por adolescentes deve ser analisada fatores e conceitos que servem de diálogo com diferentes contextos sociais como família, escola, comunidade e a mídia. 1

Alguns estudos chegam a sugerir que o cigarro e o álcool funcionam como ponte para o uso de drogas cada vez mais pesadas. Outro aspecto a ser considerado é o risco que constitui a família com a relação ao uso de drogas, reforçando a iniciação dos jovens; pois as relações familiares constituem um dos fatores mais relevantes a serem considerados. 1

Mas há adolescentes que não são passivos ou controlados por influências familiares ou sociais e nem por determinações externas. São participantes ativos no processo de formação de vínculos e de transmissão de normas. Quando estes possuem objetivos definidos e investem no futuro apresentam probabilidade menor de usar drogas; porque o interfere com os seus planos.  1

Outros fatores relacionados a parentais incluem: ausência investimentos nos vínculos que unem pais e filhos, envolvimento materno insuficiente, práticas indisciplinares inconsistentes ou coercitivas, dificuldades de estabelecer limites aos comportamentos infantis e juvenis e tendência a superproteção, educação autoritária associada a pouco zelo e pouca afetividade nas relações, monitoramento deficiente, aprovação do uso de drogas pelos pais, expectativas a idade inapropriadas ao comportamento infantil, conflitos familiares sem desfechos de negociação. 1

As relações familiares necessitam de competências interpessoais de seus membros para que sejam desenvolvidas convivências satisfatórias proporcionando um ambiente de proteção diante de situações ameaçadoras. Da mesma forma esta ausência de competência pode gerar conflitos familiares e até mesmo constituir uma rede fatores de risco que propiciem comportamentos vulneráveis, como o uso de substâncias pelos membros que encontram se fragilizados, sendo estes filhos adolescentes. 2

As competências interpessoais que mencionamos são habilidades sociais envolve a cultura, idade, sexo e situações socioeconômicas de cada indivíduo e é referida em estudos de técnicas para aumentar a expressão dos indivíduos: expressão verbal de emoções; expressão facial das emoções; emprego da primeira pessoa ao falar; concordar ao receber atenções; cortesias ou elogios; expressar desacordo; improvisação e atuação espontânea. 2 

Os pais, por sua vez, deveriam utilizar de habilidades educativas, como estabelecer normas e exercer seu papel com autoridade, exigindo e demonstrando respeito, estabelecendo diálogo, interesse e participação na vida de seus filhos, bem como ter conhecimento de seus grupos de pares, visto que a família é a rede de apoio fundamental para a recuperação de usuários de drogas. 2

Algumas famílias de adictos procuram transferir esta responsabilidade criando comportamentos mecânicos sem uma construção de relação de confiança. Muitas vezes a constituição de família observa-se pais ainda imaturos na forma de relacionar com os filhos apresentando-se mais adolescentes que os mesmos na posição de amigos e não como educadores, figuras de autoridade, confiança, respeito com o adolescente. 3;4

A definição de qual melhor tratamento ainda é muito discutida, mas o cuidado da família é a melhor forma de ajudar os jovens. 3;4

O envolvimento em grupos é considerado o maior precursor e fator de risco do uso de substâncias quando os amigos são considerados modelos de comportamento. 5 

A escola embora seja um agente transformador é um ambiente propício a condição de uso de drogas, tendo em vista que é um alvo do assédio de traficantes e repassadores de substâncias proibidas. 5

A disponibilidade e a presença de drogas na comunidade de convivência têm é vista como facilitadora do uso de drogas, uma vez que o excesso de oferta naturaliza o acesso. 5

No que se diz aos fatores estressantes da vida, como a morte, doenças ou acidentes entre membros da família e amigos; mudanças de escola ou residência; separação; divorcio ou novos casamentos dos pais; problemas financeiros na família podem influenciar o uso abusivo de drogas quando associados a outros fatores predisponentes, incluindo-se disposições individuais. 5

Evidências têm mostrado que até mesmo em ambientes que submergem o adolescente em fatores de risco, muitos destes passam ilesos quanto ao uso se estiverem sob influência destes mecanismos. O estudo dos fatores de risco e proteção para o consumo de drogas resulta em especial interesse, pois estes são fundamentais para o planejamento e desenvolvimento de programas de prevenção eficazes baseados na modificação. 6

Esta análise e identificação são fundamentais, não só para determinar os objetivos dos programas, mas também as populações, os grupos ou os indivíduos que se encontram em situações de alto risco em relação ao consumo de drogas e que precisam de intervenções específicas. Considerando que a maioria dos programas de prevenção ao uso de drogas ainda são ineficazes, o presente estudo teve como objetivo avaliar, entre adolescentes e jovens em situação de risco social (de baixa condição socioeconômica, expostos ao consumo e tráfico de drogas em seu local de moradia), quais seriam os motivos que teriam os afastado do uso experimental de drogas ilícitas, enfatizando-se, dentre eles, o papel da informação e de seus meios de divulgação.6 

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