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PERSPECTIVAS DE ADOLESCENTES ACERCA DAS AÇÕES DE ORIENTAÇÃO SEXUAL REALIZADAS NAS ESCOLAS

Por:   •  6/5/2018  •  Projeto de pesquisa  •  5.068 Palavras (21 Páginas)  •  355 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO[pic 1]

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

PROCESSO SELETIVO CURSO DE MESTRADO

TURMA 2018

VANESSA BITTENCOURT RIBEIRO

PERSPECTIVAS DE ADOLESCENTES ACERCA DAS AÇÕES DE ORIENTAÇÃO SEXUAL REALIZADAS NAS ESCOLAS

Plano de estudos apresentado ao PPGENF/UERJ, como requisito parcial para concorrer a uma vaga no Curso de Mestrado, área de concentração em Enfermagem, Saúde e Sociedade, na Linha de Pesquisa Saberes, Políticas e Práticas em Saúde Coletiva e Enfermagem.  Tendo como provável orientadora a Professora Dra Thelma Spindola.

RIO DE JANEIRO

2017


  1. ÁREA DE INTERESSE DO ESTUDO E MOTIVAÇÃO

Temos que aprender rápido, aprender o máximo possível, antes que o bonde passe. E a melhor forma de aprender é através da narrativa dos outros, através do conhecimento de suas vidas e de suas emoções (COLASANTI, 1986, p.77-78).

Durante minha trajetória acadêmica na Universidade Federal do Rio Grande, na Graduação em Enfermagem, cursei, ao longo do sexto semestre, disciplinas teóricas e práticas referentes à Assistência de Enfermagem à Criança e ao Adolescente I. Essas tinham como objetivo desenvolver a capacidade de apreensão, busca, aplicação e produção de conhecimentos técnico-científicos para a prestação do cuidado de enfermagem a crianças e adolescentes em nível de atenção primária de saúde. Cursei também a disciplina de Assistência de Enfermagem à Saúde da Mulher, cujo objetivo era proporcionar aos estudantes a compreensão dos fenômenos sociais que circundam a vivência feminina, entre eles, o processo saúde-doença e o trabalho da(o) enfermeira(o) na assistência à mulher, bem como oferecer a oportunidade de prestar assistência integral, sistematizada e humanizada à mulher nas diferentes etapas do seu desenvolvimento.

No transcorrer das atividades da disciplina de Prática de Assistência de Enfermagem à Criança e ao Adolescente I, participei ativamente do projeto de extensão universitária denominado “Saúde e Prevenção nas Escolas”. Esse projeto é realizado pela parceria dos Ministérios da Saúde (MS); da Educação (ME); Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Por meio da integração entre saúde-educação, o projeto reconhece a escola como o melhor espaço para a articulação das políticas voltadas para adolescentes e jovens. Seu objetivo central é a promoção da saúde sexual e reprodutiva, visando diminuir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às IST, à infecção pelo HIV, à Aids e à gravidez não-planejada (BRASIL, 2005). 

Minha participação, como acadêmica, constituiu em desenvolver ações de orientação sexual junto a estudantes da sétima e oitava série do ensino fundamental de uma escola pública municipal da periferia da cidade do Rio Grande. Os encontros ocorriam semanalmente e tinham a duração de três horas.

Sendo assim, enquanto desenvolvia atividades nesse ambiente, ouvia dos(as) adolescentes que raras eram as situações em que conseguiam dialogar sobre sexualidade com seus pais e mães, pois inúmeras são as dificuldades que ainda cercam o assunto. Também observei que quando ocorria o diálogo, acerca de questões ligadas à iniciação e às atividades sexuais em geral, este era superficial e não dirimia a curiosidade dos(as) jovens, pois pais, mães e professores(as), respondem timidamente, fazendo com que adolescentes compartilhem tais informações com amigos(as) que, na maioria das vezes, sabem tanto ou menos que eles(elas) próprios.

Em relação aos relatos dos(as) professores(as), percebi que também tinham dificuldade de conversar a respeito desse assunto, alguns possuíam um certo tabu em relação a esta temática, outros(as) não se sentiam preparados para abordarem temas como gravidez na adolescência, HIV/Aids, IST e relações sexuais, porém a figura do professor(a) é uma referência muito importante para o aluno(a).

Já na disciplina de Prática de Enfermagem à Saúde da Mulher, realizada no ambiente hospitalar, mais especificadamente na maternidade, atuei na assistência a clientes em puerpério e pude perceber um grande número de adolescentes do sexo feminino com idade entre 13 a 18 anos internadas. Nessa disciplina, para que obtivéssemos mais aproveitamento dos conteúdos ministrados, adotamos o Processo de Enfermagem como instrumento de trabalho. Conforme recomenda Wanda Horta (1979), o Processo de Enfermagem é composto por entrevista e exame-físico, e foi por meio deste que pude constatar que a maioria das jovens tinha informações sobre prevenção de gravidez/IST/AIDS. Por outro lado, pelo exame físico pude verificar várias adolescentes com algum tipo de IST (entre elas herpes, condiloma acuminado e suspeita de vaginose, entre outros). Observando a conduta dos(as) profissionais de saúde e analisando as anotações realizadas por eles no prontuário das clientes, pude verificar que tais trabalhadores(as) tinham dificuldade para discernir IST de outras patologias que acometem o períneo e a região genital. Demonstrando, assim, total despreparo para lidar com a situação, ficando sem saber como atuar e evidenciando desprezo pelo problema identificado, eximindo-se, assim, também da responsabilidade de orientação e educação em saúde.

Dessa forma, durante as atividades realizadas nas disciplinas de Prática Assistência de Enfermagem à Criança e ao Adolescente I e Prática de Enfermagem à Saúde da Mulher, percebi o quanto era importante dialogar com os indivíduos dessa faixa etária sobre sexualidade. A sexualidade está presente na vida de todo ser humano do nascimento à morte e acompanha–o na maneira de vestir, de falar, de pensar e de se relacionar com as pessoas e o mundo (ROSA, 1994; NASIO, 1994).

Sendo assim, tais reflexões me conduziram a ler sobre essa temática, e, diante da experiência que tive com os adolescentes, os profissionais de saúde e os profissionais de educação, optei por realizar a monografia de final do curso de graduação sobre esse assunto e com o título O conhecimento de adolescentes acerca dos sinais e sintomas decorrentes das infecções sexualmente transmissíveis. Essa pesquisa apontou que o conhecimento teórico dos(as) adolescentes foi expresso sob forma de informações incorretas, incompletas, preconceituosas e estigmatizadas sobre as IST. Foi possível identificar nos discursos que a maior parte dos(as) participantes associou as consequências de uma IST com a morte. No que se refere ao reconhecimento de sinais e sintomas neles(as) ou nos seus parceiros(as), o que se constatou é que o conhecimento dos adolescentes era parcial. Nenhum havia enfrentado uma IST ou apresentado sinais ou sintomas (o que atestou desconhecimento da rede de apoio); além disso, ficou nítido que não apresentavam conhecimento suficiente para classificar ou reconhecer alguma IST, considerando que a maioria citou apenas dois sinais.  

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