Prevenindo Riscos ocupacionais no trabalho em saúde
Por: kulynycz23 • 28/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.133 Palavras (9 Páginas) • 575 Visualizações
Prevenindo riscos ocupacionais no trabalho em saúde
Os técnicos de enfermagem, assim como a grande maioria dos profissionais de saúde, encontram em seu trabalho situações de risco à própria saúde, a que chamamos de riscos ocupacionais. O risco mais comum dentro de uma instituição de saúde é o biológico; porém, dependendo do setor em que trabalha, o profissional pode estar igualmente exposto a riscos químicos e físicos.A prevenção e avaliação dos riscos relacionados ao trabalho em saúde são regidas em nosso País pela Portaria Ministério do Trabalho (MTE) n. 485, de 11 de novembro de 2005 (DOU de 16 de novembro de 2005 – Seção 1), e pela Norma Regulamentadora n. 32 (NR 32)– Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.
A chamada Norma Regulamentadora NR 32 determina que todos os serviços de saúde mobilizem para seus funcionários um programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA), que, além do previsto na NR 9, deve conter, no mínimo, a identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, e a avaliação do local de trabalho e do trabalhador em relação a esses riscos.Segundo a NR 9, os riscos estão agrupados de acordo com sua natureza e segundo a padronização das cores.
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Esses cuidados visam a assegurar que todo trabalhador de saúde tenha condições de realizar seu trabalho com segurança. Isso implica o compromisso do empregador em oferecer condições seguras de trabalho, o que inclui: fornecimento, sem ônus para o empregado, de vestimentas adequadas e confortáveis ao trabalhador de saúde em risco de exposição a agentes biológicos; disponibilização de locais apropriados para armazenamento de roupas limpas e para a deposição de roupas usadas; fornecimento de Equipamentos de Proteção individual (EPi), descartáveis ou não, e em número suficiente nos postos de trabalho; conservação e higienização dos materiais e instrumentos de trabalho; fornecimento de recipientes e de meios de transporte adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos; e capacitação dos trabalhadores. Cabe ao trabalhador de saúde zelar pelo uso correto e racional dos EPI e das vestimentas útil.
Riscos de exposição ocupacional em oncologia
Proteção radioativa. A radioproteção tem como objetivo proteger o paciente e a equipe dos efeitos nocivos da radiação ionizante. Os perigos da radiação são conhecidos praticamente desde que se começou a usá-la na indústria e na medicina. Foi a partir da experiência adquirida ao longo desses anos que se desenvolveram e continuam a ser desenvolvidas normas que regulamentam o uso das radiações nos diferentes campos.Existem normas específicas de proteção radiológica para um serviço de radioterapia. O plano de radioproteção desse serviço deve abranger diversos aspectos, desde metodologias de monitoração ambiental e individual, o controle de qualidade dos equipamentos até procedimentos para enfrentar situações de emergência e a atualização dos funcionários. Acidentes com radiação. Existem basicamente dois tipos de acidentes envolvendo a radioatividade: exposição excessiva e contaminação. Em caso de exposição de pessoas sem contaminação, só é possível tratar sintomas imediatos, como queimaduras ou outras lesões.
Nos casos de contaminação (derramamentos, vazamentos), há cinco passos a serem seguidos:isolar a área contaminada para evitar exposição de pessoas;
1.retirar do local as pessoas não contaminadas e não necessárias ao trabalho de descontaminação;
2.descontaminar pessoas atingidas pelo material radioativo;
3.descontaminar as superfícies atingidas;
4.delimitar e isolar a área, se restar contaminação. 5.Para a descontaminação das pessoas, é importante que o processo de limpeza não cause maiores danos. Ao descontaminar a pele, devem-se utilizar água e detergentes neutros e não esfregar a pele com força. Se houver contaminação interna, é recomendado o uso de substâncias quimicamente semelhantes ao contaminante para acelerar sua eliminação pelo organismo.
Em casos de descontaminação de superfícies, o princípio é o mesmo. Não usar produtos ou processos abrasivos, pois a alteração da superfície pode facilitar a penetração do material radioativo. Podem-se também usar substâncias quimicamente semelhantes ao contaminante, de modo a competir com ele pela ocupação da superfície.
Proteção aos resíduos químicos. Os quimioterápicos são agentes químicos que produzem resíduos que oferecem risco à saúde do trabalhador. O risco de exposição aos resíduos de quimioterápicos pode ocorrer em qualquer fase, desde o preparo, a administração e o descarte dos mesmos. O técnico de enfermagem na unidade de quimioterapia tem as funções de: puncionar acesso venoso periférico com dispositivo adequado; preparar e administrar antieméticos; controlar a infusão e os sinais vitais; observar os sintomas e comunicar ao enfermeiro os efeitos adversos decorrentes da infusão do quimioterápico. É fundamental que todos os profissionais envolvidos sejam adequadamente informados, treinados e supervisionados no cumprimento das medidas de proteção.
A quimioterapia deve ser preparada por pessoal especializado, farmacêutico ou enfermeiro; toda a manipulação deve ser realizada em fluxo laminar vertical; na ausência de capela, é necessário o uso de protetor facial, óculos de proteção e máscara com filtro de alta eficiência, avental de manga longa e punho ajustado, preferencialmente descartável e de utilização restrita à área de preparo; e o uso de luvas descartáveis não estéreis.O risco de exposição durante o preparo do quimioterápico vai desde a aspiração da solução do frasco-ampola, a reconstituição da droga e a abertura do frasco, até a retirada do ar da seringa que contém o quimioterápico.
Reconhecendo riscos de acidentes com produtos químicos, biológicos e radioativos e cuidados com o ambiente em oncologia
Classicamente, os resíduos sólidos são classificados em dois grupos: resíduos da classe I e resíduos da classe II.Os resíduos da classe i,denominados perigosos, são aqueles que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem implicar riscos à saúde e ao meio ambiente. Esses resíduos são assim classificados por possuírem uma ou mais das seguintes propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenecidade. Dentre os resíduos perigosos, estão os resíduos biológicos e os metais pesados. Ambos expõem pessoas e ambiente a risco de contaminação potencialmente perigoso.Os resíduos classe iisão denominados não perigosos. Por esse motivo, a legislação brasileira é bastante específica e completa no tema sobre manejo de resíduos nos serviços de saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 306, de 7/12/2004, trata especificamente desse tema. Essa RDC contempla também as obrigações do serviço de saúde sobre a saúde ocupacional e o treinamento dos funcionários em relação ao tema.
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