Problemas psiquiátricos
Por: Herbert Santana Rodrigues • 22/9/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 6.380 Palavras (26 Páginas) • 288 Visualizações
Introdução
Existem muitos distúrbios psiquiátricos que podem levar a quadros emergenciais. Apesar do assunto geralmente ser de domínio apenas do médico, a intenção deste trabalho é dar uma visão geral dos principais quadros que podem ser encontrados. Para informações mais detalhadas, devem ser consultados os livros especializados.
- Problema Psiquiátrico
Os distúrbios psiquiátricos, agudos ou crônicos, acarretam intenso sofrimento aos seus portadores e aos que com eles convivem. Livrar-se de tabus e preconceitos é o primeiro passo para minimizar tamanho sofrimento, e isso se faz também quando se aumentam os conhecimentos acerca desses problemas. Um segundo passo é encaminhar essas pessoas na busca de ajuda especializada, para que possam receber as devidas orientações e tratamento (medicamentoso e/ou psicoterápico), quando necessário.
- Psicoses Agudas
2.1 Diagnóstico
São distúrbios de início abrupto, que afetam o juízo da realidade no indivíduo. Ocorre deterioração de suas funções ocupacionais, sociais e até do nível de higiene. O comportamento desorganiza-se, pode haver crenças bizarras, alucinações (como ver ou ouvir pessoas quando não há ninguém por perto), discurso incoerente, além de agitação, hiperatividade e redução do autocontrole. Pode haver também extremos de euforia, tristeza ou raiva.
Há riscos de violência, com danos a si próprio ou outrem, e atividades impulsivas.
2.2 Conduta
Perceber atentamente ideações suicidas, sem menosprezá-las, abordando o assunto de modo a descobrir tentativas anteriores ou futuras. Lembrar-se de que abordar o assunto claramente não induz o paciente ao ato.
Abordar o indivíduo de forma calma e sistemática, a fim de reduzir sintomas como agressividade, ansiedade e agitação. Permitir que a pessoa expresse sua raiva, dentro de limites. Nunca responder a agressões, ou confrontar o indivíduo.
Encaminhar a pessoa, com acompanhante, para ajuda especializada (médico psiquiátrico).
Diversas situações e doenças podem se apresentar como psicoses agudas pela primeira vez ou como recaídas de quadros já estabelecidos. As principais são:
- Abuso de alucinógenos ou anfetaminas.
- Abstinência ao álcool ou barbituratos.
- Esquizofrenia: nesta doença ocorre aumento ou redução da atividade motora. É difícil entender o que a pessoa diz, pode haver tristeza ou ansiedade, inapropriação ou “apagamento” da expressão afetiva. Podem haver alucinações (especialmente auditivas) e delírios, que são alterações do pensamento, como, por exemplo, achar que os vizinhos estão querendo mata-lo, ou que estão inserindo ideias em sua mente.
- Desordens afetivas (episódios maníacos ou depressivos): na mania há predomínio de euforia, alegria excessiva, variabilidade do humor; comportamento, fala e pensamento acelerados (difíceis de acompanhar), redução do sono e da fome, hipersexualidade, associada à redução do senso critico (há casos de pessoas que foram abusadas sexualmente nesse estado), realização de atos impulsivos (como sair fazendo compras, gastando além do disponível); ideias de grandiosidade e superioridade, necessidade de falar. Os pacientes sentem-se muito bem durante as crises, sendo dificilmente convencidos de que estão alterados. Podem provocar brigas, por se sentirem corajosos e serem facilmente irritáveis. Há piora do quadro com o uso concomitante de drogas ou álcool.
- Na depressão ocorre nítido rebaixamento do humor, com sentimento excessivo de tristeza, apatia, perda do prazer em atividades outrora prazerosas (anedonia), redução da libido (desejo sexual), diminuição da “energia” e da capacidade de concentração, cansaço, além de sintomas orgânicos, como alterações do apetite e sono (geralmente redução), dores musculares. Essas alterações, associadas à baixa autoestima e sentimentos de culpa, geralmente presentes, acarretam frequentemente ideias e tentativas de suicídio, que devem ser atentamente observadas.
- Estados paranoides: presença de delírios, geralmente persecutórios (pessoas que acham que estão sendo perseguidas), sentem-se injustiçados, mas as funções intelectuais estão mantidas. Ciúmes mórbidos: crê-se que o(a) parceiro(a) o(a) trai ou pretende trair, chegando a extremos para provar e impedir a infidelidade. Mais comuns em indivíduos do sexo masculino, que se tornam hostis, violentos. Perigo para ocorrência de homicídios e/ou suicídio.
- Psicose simulada: com objetivos, por exemplo, de evitar ser preso, errando propositadamente nos testes de avaliação do estado mental.
- Distúrbios Relacionados com a Ansiedade
3.1 Diagnóstico
A ansiedade é uma emoção extremamente estressante, com sentimentos de apreensão e desespero, sem entendimentos da causa dessas sensações. O problema parece superar as capacidades do individuo de resolvê-lo, e este sente necessidade de ajuda imediata. É difícil dormir, agir racionalmente, concentrar-se. A pessoa permanece em alerta constante, temendo o perigo. Frequentemente sente impaciência, medo, irritabilidade, obsessões, compulsões e fobias. Por isso, é difícil ficar sozinho ou descansar.
Os sintomas físicos mais frequentes são: suadouro, palidez, boca seca, “no na garganta”, náuseas, dores abdominais, diarréia, tensão muscular, cansaço, tremores, palpitações, dor no peito, taquicardia (palpitações), respiração rápida e tonturas.
3.2 Conduta
Conversar e observar o individuo são atitudes fundamentais para detectar causas físicas (outros problemas orgânicos ou doenças) que ponham em risco imediato a vida da pessoa. Ainda que descartadas essas causas orgânicas, não se deve jamais menosprezar os quadros, já que trazem intenso sofrimento a quem os vivencia. Reassegurar ao individuo que seus sintomas físicos e angustia devem-se a uma doença (ansiedade), e não por outras causas, pode aliviar sua angustia. Deve-se orientar a pessoa a respirar fundo, dentro de um saquinho de papel, fechar os olhos e tentar relaxar a musculatura (pode aliviar os sintomas). Afastar a pessoa de locais, animais ou outras situações que possam estar desencadeando o quadro.
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