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Resenha do Documentário: Ilha das Flores

Por:   •  23/1/2018  •  Resenha  •  447 Palavras (2 Páginas)  •  2.824 Visualizações

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FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO AMBIENTE – PROCISA

RESENHA DO DOCUMENTÁRIO

ILHA DAS FLORES

Professor: Pollyana Álvaro Ferreria Spósito

Disciplina: Políticas Públicas de Saúde

MestrandA:  Márcia Maria Silveira

Ponte Nova

 2017

          O título do documentário “Ilha das Flores”, deveria ser outro, “Encontro Marcado com a Miséria”, como bem dito pelo Doutor e Mestre em Educação João Luís de Almeida Machado (2012). Acredito que escolheram este título para nos atrair a atenção e assim assistirmos o documentário, pois caso já na chamada do filme, nos deparássemos com a palavra miséria, pouquíssimos iriam  fazê-lo.

        O documentário é baseado em fatos reais, acontecidos em Porto Alegre. Retrata a sociedade de consumo na qual estamos todos inseridos atualmente. O dinheiro movimentando o mundo e ditando as regras, definindo quem merece ou não ter dignidade.

        No documentário é descrito o processo de produção, consumo, descarte e desperdício de alimentos, no caso em questão, os tomates. Retrata ainda a total segregação, humilhação e alienação do ser (humano) que “vive” na ilha dos porcos e não das flores, onde o principal objetivo é o lucro. É o retrato do sistema capitalista de desigualdades sociais e ausência de políticas públicas para acabar com a miséria e consequente fome. A falta de políticas públicas, inclusive, não diminui a responsabilidade dos outros cidadãos que cruzam os braços aceitando a desgraça humana.

        Assistimos ao dramático cotidiano da população da Ilha das Flores (porcos), local de destinação do lixo - é o que mostra o filme – que se submetem à situação humilhante e vexatória de dividir os restos do lixo com os porcos. A situação consegue ser pior, esses seres humanos, disputam o que não passou no “teste de qualidade” para consumo dos porcos.

        Fica claramente demonstrado no curta, que os porcos tinham sua representação social, enquanto tinham dono, e os outros seres (humanos), sequer podiam se manifestar ou se fazer representar, pois eram comandados pelo desejo primitivo de matar a fome. Unicamente matar a fome. E o que me intriga, é que eles eram considerados “livres”. Como assim? Livres do quê e para o quê? Que liberdade é essa que não permite que os indivíduos enxerguem além de suas amarras?

        Parecem animais, indo para o abate, em fila indiana, esperando passivamente pelo que lhes é oferecido no final da fila, pois não lhes resta outra alternativa, senão a de esperar pelo prêmio que merecem.

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