Resenha sobre tuberculose

RESENHA SOBRE TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) no Brasil ainda é um grave problema para a saúde pública, visto que cerca de 70 mil novos casos são notificados a cada ano, no qual o número de óbitos chega a 4,6 mil. Segundo pesquisas o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total mundial dos casos.

A tuberculose se trata de uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculasis, que atinge principalmente os pulmões e pelo processo respiratório (inspirar e expirar) facilita a transmissão do agente patológico, já que os bacilos são lançados no ar através dos atos de falar, espirrar, tossir e outros. Após a primeira infecção o indivíduo tem uma maior chance de adoecer já no primeiro ano, porém ele pode adoecer a qualquer momento de sua vida.

A tosse é o principal sintoma da tuberculose. Em geral os indivíduos que procuram atendimento médico, com tosse por um período de três ou mais semanas são investigados para a TB (porem indígenas, presidiários, moradores de rua e portadores do HIV são investigados com um período menor do aparecimento dos sintomas). O doente também pode apresentar febre vespertina, sudorese noturna, anorexia e emagrecimento. Em crianças só é investigada após tratamento sem melhora para pneumonia, o que atrasa o diagnóstico e prejudica ainda mais o quadro de saúde do doente.

O diagnóstico é obtido através de: exame microscópico direto, cultura para microbactéria com identificação de espécie, teste rápido para tuberculose (TR-TB) e radiografia do tórax. Ressalta-se a importância do teste de HIV nesses pacientes e o teste de sensibilidade antimicrobiana.

Para o tratamento os principais medicamentos são: a isonizida (H), a rifampicina (R), a pirazinamida (Z), e o etambutol (E). O tratamento é longo (seis meses) e essencial o acompanhamento de profissionais de saúde.

Estudos realizados no Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco, mostram que após o fim da doença o paciente acaba tendo sequelas, como lesões pulmonares, que diminuem sua capacidade respiratória e o deixa mais vulnerável a outras doenças respiratórias. A pesquisa foi realizada com 96 pacientes com uma média de idade de 41 anos, aponta que 54,2% eram do sexo masculino os quais menos da metade eram tabagistas e etilistas.

Com relação às lesões decorrentes da TB a maioria dos pacientes (61,5%) apresentam lesões muito avançadas (NTA III) com total comprometimento de um ou dois pulmões, 30,2% apresentam lesões moderadamente avançadas (NTA II) onde a lesão pode estar em um ou ambos os pulmões e seu volume não excede o total de um pulmão, e 8,3% tem lesões mínimas (NTA I) que compromete uma pequena parte de um ou dois pulmões.

Com relação à capacidade respiratória, a capacidade vital forçada (CVF) em 30,2% era normal, 47,9% reduzido no grau leve, 10,4% redução moderada e 4,2% sendo graves. O volume expiratório forçado (VEF) em 40,6% era normal, 33,3% diminuído em grau leve. O Tiffenau (VEF/CVF) em 85,4% era normal, 13,5% com redução leve e 0% redução grave. Quando se analisa NTA I percebe-se que 45,2% apresentam disfunção respiratória e 54,8% não apresentam, e em NTA II e NTA III 83,3% apresentam disfunção respiratória e 16,7% não apresentam. Mostrando que a uma grande relação entre as lesões e a capacidade respiratória