Resumo Diabetes

RESUMO

O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS

Para a OMS o conceito de saúde vai bem mais além do que simplesmente a ausência de doenças, devendo a saúde ser entendida e compreendida como o estado de bem-estar físico, mental e social e não tão somente o simples fato de não apresentar uma doença. Logo, é compreensível que o bem – estar social compreende inúmeros aspectos que envolvem a nossa vida em sociedade, enquanto grupo social, mas é acima de tudo, ter reconhecido os direitos constitucionais e humanos, como parte inerente ao convívio do ser humano e ao próprio individuo.

Desse modo a busca pela construção da integralidade da atenção à saúde, pressuposto e preceito apregoado pela Constituição Federal no que concerne a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), traz exposto em seu bojo a preconização da necessidade de haver uma interdisciplinaridade no atendimento e no oferecimento de oportunidades ao individuo que tenha doença crônica. Dessa maneira o SUS preconiza o trabalho multidisciplinar aos indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis. Nessa linha de raciocínio, é relevante destacar o papel desempenhado pelos profissionais de educação física na lida com esses indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis, pois a Educação Física, todavia, é reconhecida como área de conhecimento e de intervenção acadêmico-profissional que, via de regra, está envolvida na promoção, prevenção, proteção e reabilitação em saúde dos sujeitos.

Entre as doenças crônicas que acometem o individuo e são passíveis de intervenção profissional do educador físico, podemos mencionar o diabetes mellitus (DM), devido à complexidade do tratamento, logo essa patologia exige uma atuação multidisciplinar de qualidade aos pacientes diabéticos tendo em vista, evidentemente, a melhoria do controle metabólico e, sobretudo, a postergação e/ou prevenção as possíveis complicações agudas e crônicas decorrentes do agravo desta patologia.

O diabetes mellitus é uma patologia muito complexa e oferece ao seu portador uma gama de ramificações danosas, caso não haja o controle, dentre essas ramificações podemos mencionar o surgimento de outras patologias, como a retinopatia diabética, doenças renais, auditivas, dentre outras. Sendo que, o não controle dessa doença impossibilita o indivíduo que a tenha, uma vida com qualidade. Logo é extremamente necessário que o paciente diabético, desenvolva novos hábitos de vida, no que concerne, a alimentação, a atividade física, ou seja, que tenha uma vida mais regrada e controlada.

Para tal, a educação física é essencial, pois ela incentiva ao indivíduo que pratique uma atividade física visando a melhoria da qualidade de vida e, por conseguinte, da saúde e bem-estar do indivíduo. Nessa direção, é necessário que os profissionais de saúde reforcem aos indivíduos com diabetes a importância da adoção de adequado plano alimentar, da prática de exercício físico regular e do uso correto de medicamentos, quando necessário.

Na sociedade atual, existem inúmeras evidências consistentes dos benefícios da prática regular do exercício físico para a prevenção e controle do diabetes, todavia, o índice populacional representado pelos pacientes diabéticos que praticam alguma atividade física é muito baixo, o que possibilita vários questionamentos a respeito, do porque ainda há esse receio em se sair do sedentarismo para uma vida na qual haja regularmente a prática do exercício físico, como um hábito salutar e de inúmeros benefícios a saúde do indivíduo. Nesse sentido, é possível inferir que, os profissionais que atendem os pacientes com doenças crônicas ainda não se encontram plenamente capacitados para tal.

Desse modo, infere-se ainda que a capacitação dos profissionais, sobretudo, de Educação Física no atendimento à população nos diferentes níveis de atenção à saúde constitui-se um desafio para a qualificação da atenção em diabetes na rede pública de saúde. Assim, nessa vertente, argumenta-se que a capacitação do profissional de educação física para atuar junto aos indivíduos com diabetes deve, principalmente, contemplar o conhecimento sobre a doença, suas complicações, e os possíveis exercícios físicos que podem ser praticados por estes indivíduos especificamente.

Ressalta-se que as atividades físicas cotidianas ou a prática de exercícios físicos regulares minimizam e retardam a degeneração natural dos músculos, de tendões, ligamentos, ossos e articulações, proporcionando dessa forma, músculos mais fortes, maior flexibilidade nas articulações e assim mantendo o equilíbrio e a coordenação motora, permitindo desse modo maior mobilidade e independência, ou seja, no caso do diabetes, retardam o surgimento de doenças físicas que podem ser agravadas ou surgirem em virtude dessa doença crônica.

Enfatiza-se ainda que a prescrição dos exercícios físicos deve ser feita com embasamento em evidências científicas quanto ao tipo, frequência, duração e intensidade do exercício, de acordo com as diretrizes do American College of Sports Medicine, do European College of Sports Sciences, da American Diabetes Association, da American Heart Association e da Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD (BERTAZONE, 2015).

Além dessas evidências baseadas nas diretrizes da SBD, devem ser levados em conta principalmente a individualidade de cada paciente, sobretudo, no que concerne ao controle metabólico e as complicações crônicas já instaladas, assim como as de natureza externas relacionadas ao horário, ao tipo de calçado, à auferição da glicemia, à correção de hipoglicemia, entre outras.

Ao considerarmos a multidisciplinaridade no atendimento de pacientes diabéticos, vale destacar que nesse sentido, o papel do educador físico na equipe multiprofissional é fundamental, pois a ele é relegado a orientação quanto ao exercício físico adequado tendo como base o quadro clínico de saúde dos indivíduos com diabetes. A este profissional cabe a função de prescrever os exercícios físicos recomendados ao indivíduo diabético, sendo que essa prescrição é realizada e baseada nas evidências científicas, cabe a este profissional também enfatizar que a prática regular de exercícios físicos, além de se constituir em um dos pilares do tratamento do diabetes, traz e propicia benefícios à manutenção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população de forma geral.