Determinação do THC
Por: jucelenecn • 12/10/2015 • Relatório de pesquisa • 1.470 Palavras (6 Páginas) • 375 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
Daniela Pizza Freitas
Gabriela Pandini Silote
Luciana Pereira Moura
Paloma de Oliveira Neves
RELATÓRIO AULA PRÁTICA V
IMUNOENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DE THC
VITÓRIA
2013
1. INTRODUÇÃO
O consumo de substâncias psicoativas é uma característica comum à maioria das civilizações. De modo geral, essas substâncias foram e ainda são utilizadas em diversas épocas e culturas com finalidades terapêuticas, religiosas, lúdicas e para obtenção do prazer. A Cannabis sativa L., conhecida popularmente como maconha, é uma das plantas mais antigas que o homem tem conhecimento, com relatos de uso há mais de 4.000 anos.
É uma planta complexa que contém aproximadamente 480 substâncias químicas diferentes, distribuídas em 18 classes químicas. Dentre essas substâncias, destacam-se os óleos essenciais, flavonoides, açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, compostos nitrogenados e terpenofenóis. A atividade farmacológica da planta está associada à classe terpenofenólica, composta por mais de 60 canabinoides, os quais não são encontrados em outras espécies vegetais. Eles são os responsáveis pelos efeitos da planta e classificados em dois grupos: os canabinoides psicoativos (por exemplo, Δ8-tetraidrocanabinol, (-)-Δ9-trans-tetraidrocanabinol (Δ9 - THC) e o seu produto ativo, o 11-hidroxi-delta-9-tetraidrocanabinol) e os não psicoativos (por exemplo, canabidiol e canabinol). Dentre todos os canabinoides contidos na Cannabis sativa L., o Δ9 -THC é, reconhecidamente, o principal composto químico devido ao seu pronunciado efeito psicoativo.
A maconha, constituída por fragmentos secos e prensados da planta Cannabis sativa L, possui como principais vias de administração no ser humano a oral e a inalatória (pulmonar).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra: Urina
2.1. Materiais
a) Dispositivo teste selado em envelope de alumínio. Contém:
- 0,5 µg de anticorpo de rato anti-THC conjugado coloidal de ouro;
- 1,0 µg de sintético químico BTG-THC conjugado;
- 4,0 µg de imunoglobulina de cabra (IgG) anti rato.
b) Eppendorf com amostra de urina;
c) Conta gota descartável.
2.2. Método
O TESTE DE MACONHA (THC) é um imunoensaio de ligação competitiva, em tira, rápido, qualitativo, para a determinação de 11-nor-Ä-9 THC-9-Ácido carboxílico (THC) em urina humana. É indicado para uso profissional e laboratório. O teste fornece apenas dados preliminares que poderiam ser confirmados por outros métodos como a Cromatografia Gasosa / Espectrometria de Massa (CG/EM).
2.2.1. PROCEDIMENTO
1. O dispositivo foi removido do envelope antes de iniciar o teste.
2. Rotulou-se o teste com o nome do paciente ou número de identificação.
3. Todos os materiais utilizados no teste foram colocados em um recipiente próprio para coleta de materiais bioperigosos.
4. As amostras e outros materiais utilizados atingiram a temperatura ambiente antes do procedimento do teste.
5. O teste foi colocado em uma superfície plana, e adicionado 2 gotas de urina na cavidade (S) do dispositivo.
6. O resultado foi lido entre 4 e 7 minutos após a aplicação da amostra.
2.2.2. FUNDAMENTO
Este ensaio é um one step de fluxo lateral, imunoensaio cromatográfico. O dispositivo de teste inclui: Um pad colorido conjugado que contém mistura de anticorpos monoclonais anti-THC e conjugado coloidal de ouro. Membrana de nitrocelulose que contém uma região de teste (linha T) e uma região de controle (linha C). A linha T é coberta com antígeno de THC-BTG e a linha C é coberta com anticorpo de IgG de cabra anti-rato.
O teste é um imunoensaio cromatográfico de ligação competitiva. O THC na amostra de urina compete com o antígeno de THC-BTG pelo anticorpo monoclonal anti-THC marcado com ouro coloidal.
Quando uma amostra de urina é aplicada na cavidade do teste, a urina migra por ação capilar pela tira de teste. Se o THC presente na amostra estiver abaixo do nível de cutoff 50ng/ml, o pad colorido com anticorpos anti-THC conjugados se ligarão aos antígenos de THC-BTG cobertos na membrana (a linha T) e formando uma faixa colorida, indicando um resultado no reagente.
Se o nível de THC presente na amostra de urina for igual ou maior que 50ng/ml, formará um complexo com os anticorpos de anti-THC no bloco conjugado. Como resultado, nenhuma linha se desenvolverá na região T durante o teste, indicando então um resultado reagente. A linha C é coberta com anticorpo de cabra anti-rato conjugado coloidal de ouro que deve se Iigar formando uma linha colorida indicando a presença de THC.
2.2.3 INTERPRETAÇÃO
NÃO REAGENTE (Negativo): Duas linhas coloridas aparecem na região controle (C) e na região teste (T) do dispositivo de teste. Isto indica que os níveis de THC é menor que 50ng/ml. Qualquer linha, mesmo fraca na região de teste deve ser considerado não reagente.
[pic 1]
REAGENTE (Positivo): Somente a linha C aparece visivelmente na janela do dispositivo indicando que os níveis de THC presentes na amostra é igual ou maior que os valores de cutoff que é de 50ng/ml.
[pic 2]
INVÁLIDO: Se não existir uma linha colorida visível na área controle (C), o teste é inválido. Então é recomendado nestes casos, repetir o teste com um novo dispositivo de teste.
[pic 3]
A leitura deve ser realizada entre 4 e 7 minutos, desconsiderar resultado após este tempo.
O Teste de imunoensaio para determinação de THC é um teste de triagem qualitativo para caracterizar a presença de THC na urina em amotras com valores iguais ou superiores a 50 ng/ml, não pode determinar a concentração ou o nível de intoxicação, um segundo método analítico deve ser usado para obter um resultado confirmatório como Cromatografia a Gás ou Espectrometria de Massa.
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