FARMACOGNOSIA
Por: Míria Dantas Míria • 27/3/2016 • Relatório de pesquisa • 1.349 Palavras (6 Páginas) • 907 Visualizações
Objetivos:
Este relatório aborda as principais características microscópicas de duas drogas tânicas: Aroeira (Schinus molle L.) e Hamamélis (Hamamelis virginiana L.). Além de identificar os tipos de taninos encontrados nas drogas citadas acima. Bem como apresentar um método experimental de caracterização de taninos, similar ao experimento realizado no laboratório, utilizando fundamentação teórica obtida na literatura.
Introdução:
Historicamente, a importância das plantas ricas em taninos está ligada ás propriedades de transformar a pele animal em couro. Durante o curtimento são formadas ligações entre as fibras de colágeno na pele animal, a qual adquire resistência ao calor, água e abrasivos.
Está capacidade dos taninos em combinar-se com macromoléculas explica a capacidade deles precipitarem celulose, pectinas e proteínas. Essas propriedades são à base da definição clássica dos taninos: substâncias fenólicas solúveis em água com massa molecular entre 500 e cerca de 3000 Dalton, as quais apresentam a habilidade de formar complexos insolúveis em água com alcalóides, gelatina e outras proteínas.
A complexação entre taninos e proteínas é a base para suas propriedades como fatores de controles de insetos, fungos e bactérias tanto quanto para suas atividades farmacológicas.
- Drogas Tânicas
- Hamamélis
Nome Científico: Hamamelis Virginiana Linné
Família botânica: Hamamelidaceae
Sinonímia: Hamamelis androgyna Walt., Hamamelis caroliniana Walt., Hamamelis corylifolia Moench., Hamamelis dentata Raf., Hamamelis dioica Walt., Hamamelis hyemalis Rani.
Parte usada: Folha
- Características microscópicas
Somente a epiderme inferior apresenta estômero, do tipo anomocitico, margeados por quatro a cinco células anexas alongadas paralelamente ao ostíolo; ambas as epidermes contem pelos estrelares de quatro a doze células unidas na base e, vista de face, mostram paredes sinuosas; o mesofilo é heterogêneo, assimétrico e firmando na parte superior por uma camada de células paliçádicas e ,na inferior, por um parênquima lacunoso fluxo; existem grandes astroescleritos, alguns do quais vão de uma a outra epiderme. As nervuras, mesmo as menores, são acompanhadas de fibras e de uma bainha cristalífera provida de cristais prismáticos.
- Dados Químicos (Tipos de Taninos)
As cascas e folhas contêm uma mistura complexa de taninos condensados e hidrolisáveis, sendo que o hamamelitanino (2’,5’-di-O-galoila-hamamelofuranose) é o principal constituinte das cascas. Outros taninos hidrolisáveis como o mono e o tri-O-galoila-hamamelofuranoses e derivados galoila-hamameloses com substituição em C-1 são conhecidos (Schiling e Keller, 1986; Haberland e Kolodziej, 1994). Proantocianidinas diméricas também foram isoladas e dientificadas (Hartisch e Kolodziej, 1996).
- Barbatimão
Nome científico: Stryphnodendron barbatimao Martius
Família Botânica: Leguminoseae-Mimosoideae
Parte usada: Casca
Sinonímia: Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville; Mimosa barbadetimam Vell.; Mimosa virginalis Arruda; Acacia adstringens Mart.
- Descrição microscópica
O periderme desta casca é muito espesso, de formação mais ou menos típica e é, freqüentemente, substituído por ritidoma. O parênquima cortical, muito desenvolvido, é constituído por células poligonais, alongadas no sentido tangencial, e cortado horizontalmente por uma zona contínua, formada de três a cinco camadas de células esclerosas, de paredes muito espessas e canaliculadas. O fíoema é formado por tecido mais denso, atravessado por estreitos raios medulares, constituídos de uma a duas fileiras de células alongadas radialmente; apresenta numerosos feixes de fibras esclerenquimáticas de paredes muito espessas, mais ou menos regularmente dispostas em séries paralelas; encerra, ainda, numerosos grupos de cinco a sete células que se destacam por seu tamanho grande. Envolvendo as fibras, observa-se a presença de bainha repleta de cristais prismáticos de oxalato de cálcio.
- Dados Químicos (Tipos de Taninos)
As cascas possuem em torno de 20% em taninos totais. Das cascas foram isolados, a partir de um extrato acetona: água, diferentes taninos condensados, entre eles: flavan-3-óis, prodelfinidinas e prorobinetinidinas (Mello etal., 1996ª, 1996b e 1999). Santos ET. AL (2002) avaliaram comparativamente a composição de taninos de três espécies diferentes conhecidas por barbatimão [Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, Stryphnodendron polyphyllum Mart. E Dimorphandra mollis Benth.]. Os resultados mostraram diferenças marcantes entre os gêneros Stryphnodendron e Dimorphandra, e também diferenças químicas entre as espécies do mesmo gênero, as quais podem ser detectadas pelos métodos utilizados.
- Teste de Identificação de taninos
c) Metódo experimental de caracterização de taninos:
– Extração
- Preparar um decocto (15 minutos) com 5 g da droga vegetal pulverizada com 100 ml de água destilada.
- Filtrar e deixar esfriar (solução extrativa A)
- Realizar os testes gerais de identificação, juntamente com uma amostra padrão positivo.
- Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio identificados, sendo que o tubo n° 4 será o branco.
- Executar as reações de identificação. Duas técnicas dando reação positiva confirmam a presença de taninos.
– Testes de identificação
Tubo 1 – Gelatina
2 ml da extração A + 2 gotas de HCl diluído + solução de gelatina a 2,5% gota a gota.
Se ocorrer formação de precipitado: reação positiva para taninos.
Tubo 2 – Cloreto férrico
2 ml da extração A + 10 ml de água destilada + 2-4 gotas da solução de FeCl3 a 1% em metanol. Cor Azul: taninos hidrolisáveis ou gálico Cor Verde: taninos condensados ou catéquico
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