Interação de medicamentos com alimentos

Os alimentos podem alterar a ação farmacológica ou a biotransformação de medicamentos, podendo, portanto, alterar o uso de nutrientes, o que tem significado clínico em termos de eficácia terapêutica e manutenção do estado nutricional.

Esses distúrbios ocorrem ao longo do trato gastrointestinal, em níveis desprezíveis na boca, garganta e esôfago, maiores no estômago e fortes no processo de passagem pelo intestino.

As interações são dependentes de:

• Natureza dos nutrientes

• Base que compõem o alimento

• Propriedade do fármaco

• Tempo de trânsito nos diferentes segmentos do tubo digestivo

• Frequências de contato com as vilosidades intestinais

• Mecanismos de absorção intestinal

O volume, temperatura, viscosidade, pressão osmótica e a característica ácido básico dos alimentos irão modificar o tempo de esvaziamento gastrointestinal e as condições de solubilização, formando quelato ou complexo e, então absorver o medicamento. A morfologia celular da mucosa e a atividade das enzimas no intestino, a flora bacteriana e a formação de complexos mais ou menos insolúveis, alteram a dissolução e a absorção dos nutrientes. Os alimentos entram no intestino em momentos diferentes de acordo com a natureza do bolo alimentar, estimulam mais ou menos a secreção da bile. Os ácidos e sais biliares, devido às suas propriedades tensoativas e capacidade de formar meios coloidais, aumentam a solubilidade e facilitam a absorção de nutrientes e drogas. Esse mecanismo explica que tomar certos medicamentos lipossolúveis durante as refeições gordurosas aumenta a absorção.

Por exemplo, o estado nutricional pode aumentar ou atrasar a digestão, a função do fígado e do pâncreas e afetar o metabolismo ou a biotransformação da mucosa intestinal e no fígado.

Portanto, quando a dieta é principalmente proteica, ou quando a dieta contendo açúcar e gordura, a meia-vida plasmática de muitos medicamentos será reduzida, pois os aminoácidos irão aumentar o desempenho enzimático do sistema do citocromo P450 hepático, enquanto os açúcares e os ácidos graxos produzirão o oposto e o efeito é no mesmo sistema enzimático.

Devido à hipoalbuminemia, a interação competitiva das proteínas plasmáticas pode ser exacerbada em um estado de subnutrição. Do ponto de vista clínico, a interação entre alimentos e medicamentos é muito importante quando a eficácia do tratamento é reduzida, os efeitos tóxicos são aumentados ou ou quando resultarem em má absorção e quando o estado nutricional é comprometido ou a desnutrição existente é agravada. Devido à existência de doenças crônicas e ao uso de múltiplos medicamentos, essa situação tem despertado particularmente o interesse dos idosos.

Exemplos de interações entre alimentos e medicamentos:

-Fármacos com ácidos fracos:

Como ácido acetilsalicílico, aminoglicosídeos, barbitúricos, diuréticos, penicilinas, sulfonamidas, visto que resíduos alimentares alcalinos tornam a urina alcalina, sua excreção pode ser aumentada principalmente por meio da dieta alcalina.

- Bases fracas:

A excreção de Amitriptilina, anfetamina,