Medicamentos aprovados pelo FDA no ano de 2005
Por: Bruna Sobrinho • 14/9/2015 • Projeto de pesquisa • 1.898 Palavras (8 Páginas) • 329 Visualizações
2005
Pranlintida: Pranlintida é um fármaco hipoglicêmico usado em pacientes com diabetes tratados com insulina. É sintético de amilina, hormônio neuroendócrino sintetizado pelas células beta do pâncreas que contribui para o controle da glicose durante o período pós-brandial. A meia-vida do fármaco é de aproximadamente 48 minutos sendo metabolizado pelos rins. Estudos realizados em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2, que fazem uso de insulina, mostram que a administração de pranlintida resulta na redução da concentração de glicose no período pós-brandial, reduzindo a glicose flutuantes e também a ingestão de alimentos (CHRISTOPHER, 2007).
Micafungina: É um antifúngico intravenoso indicado no tratamento da candidíase invasiva e prevenção de infecções em doentes submetidos a transplante de medula óssea ou neutropênicos, que possuem deficiência de glóbulos brancos. Pertence ao grupo das “equinocandinas”, classe de antifúngicos que tem como mecanismo geral de ação a inibição não competitiva da β-(1,3)-D-glucano sintase, enzima responsável pela síntese da parede celular de fungos. O fármaco apresenta rápida distribuição nos tecidos (rim, fígado e baço), eliminação de 71% via fecal e 10% renal, não possuindo estudos que comprovem interação medicamentosa, vantagem em relação aos antifúngicos azóis. O antifúngico apresenta vantagens em relação a outros da mesma classe, pois é o único antifúngico aprovado para uso em recém-nascidos e ainda por não haver necessidade de prévia preparação para ser administrado (CORTES; RUSSI, 2011).
Entecavir: Fármaco análogo seletivo do nucleosídeo guanosina de uso oral, utilizado no tratamento da hepatite B crônica. Alguns estudos atuais mostram efeitos in vivo e in vitro contra o HIV também. Inibe seletivamente o vírus da Hepatite B (VHB) bloqueando as etapas do processo de replicação do mesmo. Indicado no tratamento de adultos e crianças a partir de dois anos, é o fármaco mais potente na inibição do vírus. Ativo em pacientes portadores do VHB resistentes à lamivudina, outra droga utilizada no tratamento dessa virose (FDA, 2005).
Exenatida: Primeiro fármaco de uma geração de antidiabéticos injetáveis capaz de promover a homeostase da glicemia. É indicado como tratamento auxiliar em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 que usam metformina, sulfonilureia ou uma combinação dos dois, e que não alcançam um bom controle glicêmico. É contraindicado em pacientes com doença gastrintestinal e insuficiência renal grave. A insulina produzida pelo pâncreas na diabetes tipo 2 não é suficiente para o controle da glicose no sangue, ou seja, a insulina não é utilizada de forma eficaz. Exenatida atua como agonista de GLP-1, hormônios produzidos pelo trato gastrintestinal, que estimulam a secreção de insulina ajudando no controle do nível de glicose no sangue. Age também aumentando a sensação de saciedade colaborando para perda de peso (CHACRA, 2006).
Tigeciclina: Medicamento da subclasse glicilciclina, produto semissintético derivado de tetraciclinas, primeiro nessa classe de antimicrobianos. As alterações na estrutura das tetraciclinas permitiram a tigeciclina a manter atividade contra organismos resistentes a tetraciclina. Possui estrutura semelhante à da minociclina, sendo utilizado para tratamento de infecções por staphylococcus aureus resistentes à meticilina. Foi aprovado para o tratamento de infecções de pele e infecções intra-abdominais complicadas. Apresenta uma potente ação microbiana e largo espectro de ação frente a diversas bactérias tanto Gram positivas quanto Gram negativas. A tigeciclina atua se ligando à subunidade 30S do ribossomo bacteriano bloqueando a entrada de RNA aminoacil transferase impedindo a síntese de proteínas por deter a incorporação de aminoácidos nas cadeias peptídicas limitando o crescimento microbiano. Recentemente o FDA emitiu um comunicado alertando quanto ao uso ilimitado desse antibiótico, uma vez que este fármaco foi ligado a um risco de morte de 2,5% em comparação com 1,8% para outros antibióticos (LOPES, 2006).
Tipranavir: Aprovado pelo FDA nos Estados Unidos é um novo e potente inibidor de protease, via oral, podendo ser usado em pessoas infectadas por vírus resistentes a outros representantes da classe. Tipranavir é usado no tratamento de pacientes de dois anos ou mais, que tenham o vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1), vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e que não tenham mais opção de tratamento (CUNICO; GOMES; JUNIOR, 2008).
Ramelteona: Primeiro membro de uma nova classe de hipnóticos que atua como receptor seletivo de melatonina nos receptores MT1 e MT2. A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, que antecipa um sono mais consolidado podendo ser utilizada em insônias de idosos e indivíduos com irregularidade durante o sono. Estudos mostram que reconhecendo o metabolismo de melatonina e suas ações durante o sono propiciou a síntese de novos fármacos no tratamento de insônia, como ramelteona que, em comparação com melatonina, tem seis vezes mais afinidade para MT1 e quatro vezes mais afinidade para MT2 mostrando-se mais efetivo em promover e manter o sono. Administrado via oral, esse fármaco é rapidamente absorvido alcançando concentração máxima após uma hora sendo que a dose recomendada para o tratamento de insônia é de 8 mg antes de dormir. Ramelteona é uma das novas drogas hipnóticas que não atuam no receptor GABA, caracterizando-se um avanço em relação aos hipnóticos tradicionais (METS et al., 2010).
Nepafenaco: Suspensão oftalmológica indicada no tratamento de dor e inflamação associada com cirurgia de catarata. Nepafenaco um pró-fármaco que, após aplicação tópica, penetra na córnea sendo assim convertido pela hidrolase do tecido ocular em anfenaco, a forma ativa. Medicamentos dessa classe têm propriedades analgésicas, antipiréticas e antiinflamatórias. Nepafenaco é o único medicamento da classe a ser de uso tópico e, segundo estudos, apresenta ação antiinflamatória superior aos AINE’s convencionais. O fármaco ativo age inibindo a ação da enzima ciclo-oxigenase, responsável pela produção de prostaglandinas, substâncias envolvidas no processo de inflamação. Nepafenaco reduz as complicações causadas por cirurgias oculares como inflamação, dores e inchaço. Segundo estudos realizados com o fármaco, apenas aproximadamente 3% dos pacientes manifestaram efeitos secundários, porém nenhum deles grave (CASTRO et al., 2014).
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