Parasitologia Clamydia
Por: EltonNico • 19/5/2017 • Trabalho acadêmico • 2.625 Palavras (11 Páginas) • 337 Visualizações
INTRODUÇÃO
Existem apenas três tipos de Chlamydia. São elas: Chlamydia trachomatis, Chlamydia pscittaci e Chlamydia pneumoniae. E todas elas causam doenças aos seres humanos. A espécie Trachomatis causa cegueira e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A espécie Pneumoniae causa doenças respiratórias semelhantes à pneumonia causada por Micoplasmas. A espécie Psitaci causa ornitose (doença respiratória) e é transmitida pelas aves.
A bactéria Chlamydia trachomatis tem como causa uma doença sexualmente transmissível (DST). Ela afeta os órgãos genitais masculinos ou femininos. Assim como os vírus e as rickettsias, a Chlamydia é um parasita intracelular obrigatório. Pode produzir esporos, o que torna sua disseminação mais fácil.
No Reino Unido, o número de novos diagnósticos tem vindo a aumentar todos os anos desde meados da década de 1990, e agora se tornou o STI mais comumente diagnosticado.
Chlamydia é chamada, a doença "silenciosa" porque as maiorias das pessoas que contraíram a doença não sentiram quaisquer sintomas perceptíveis. Cerca de 50% dos homens e 70-80% das mulheres que contraem a infecção por clamídia não terá nenhum sintoma e muitos casos de clamídia permanecem sem diagnóstico.
Entre 2007 e 2008, o número de casos confirmados de clamídia aumentou de 121.791 para 123.018. Jovens com menos de 25 anos são mais susceptíveis de serem infectadas, 65% (80.258) do total de novos diagnósticos de clamídia feitas em 2008 foram em pessoas entre as idades de 16 e 24 anos.
Segundo a OMS, a doença responde por 25% das causas de infertilidade, sendo 15% nas mulheres e 10% nos homens. No Brasil, cerca de 10% das jovens na faixa de 15 anos a 24 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são identificadas com a doença, de acordo com estudo elaborado em 2011 pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Ciclo de Vida
Todas as Chlamydias compartilham um único ciclo de vida característico do gênero [Figura 1]. Esse organismo é transmitido como uma forma extracelular não replicante, conhecida como corpo elementar, que adere e é fagocitado por uma célula epitelial hospedeira. Uma vez dentro da célula epitelial, o corpo elementar se transforma em um organismo intracelular replicante – o corpo reticulado, que se divide por fissão binária junto aos vacúolos ligados à membrana, denominados inclusões. Decorridas aproximadamente 36 horas, os corpos reticulados se condensam em corpos elementares, a inclusão se rompe e os corpos elementares se dispersam para infectar as células epiteliais adjacentes ou serem transmitidos a outros hospedeiros. Um aspecto exclusivo da inclusão clamidial reside em sua habilidade de resistir à fusão dos lisossomos. O mecanismo dessa resistência ainda é desconhecido. O meio intracelular também fornece ao organismo os nutrientes necessários e serve de refúgio contra os mecanismos de defesa imune do hospedeiro.
[pic 1]
Figura 1. Ciclo de vida da Chlamydia. (a) A Chlamydia é transmitida como uma forma extracelular não replicante conhecida como corpo elementar. O corpo elementar adere e é fagocitado por célula epitelial hospedeira. (b) Uma vez dentro da célula epitelial, o corpo elementar se transforma em um organismo intracelular replicante – o corpo reticulado. (c) Corpos reticulados se dividem por fissão binária junto aos vacúolos ligados à membrana, que são denominados inclusões. (d) Decorridas aproximadamente 35-40 horas, a inclusão se rompe e os corpos elementares são liberados para infectar células epiteliais adjacentes ou serem transmitidos a outros hospedeiros.
PATOGÊNESE
A patogênese da C. trachomatis associada aos danos tubários ainda não é totalmente compreendida. Dois mecanismos foram propostos: o primeiro, mais importante e provável, seria desencadeado por uma infecção persistente que causaria uma doença crônica de baixo grau de resposta imune, que ataca e destrói as células do hospedeiro; o segundo propõe que a própria C. trachomatis poderia danificar as células epiteliais tubárias do hospedeiro quando conclui o seu ciclo de replicação e corpos elementares são liberados por citólise. O último mecanismo não parece desempenhar um papel importante em infecções crônicas porque a persistência é caracterizada pela replicação reduzida do patógeno, que permaneceria por longos períodos em fase dormente.
SINAIS E SINTOMAS
A enfermidade causa dor durante a micção e pode ter como consequência a infertilidade. Em torno de 75% das mulheres e 50% dos homens infectados não apresentam sintomas. Caso os sintomas apareçam, eles geralmente se manifestam entre 1-3 semanas depois da contaminação através do sexo.
Nas mulheres a bactéria inicialmente infecta o cérvix ou a uretra. Mulheres que apresentam sintomas podem ter secreções vaginais anormais e sensação de queimação ao urinar. Quando a infecção se espalha do cérvix às trompas de Falópio, algumas mulheres ainda podem não apresentar nenhum sintoma, outras têm dores no abdômen inferior e na parte de baixo das costas, náusea, febre, dor durante o sexo e sangramento entre os ciclos menstruais. Infecção por Chlamydia no cérvix pode se espalhar para o reto.
Mulher infectada pela Chlamyda trachomatis durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical na hora do parto, o recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite (oftalmia neonatal) e pneumonia.
Homens com sintomas podem ter secreções no pênis ou sensação de queimação ao urinar. Homens também podem ter coceira ao redor da abertura do pênis. Dor e inchaço nos testículos são incomuns.
Homens ou mulheres que tiveram intercurso anal receptivo podem adquirir infecção de clamídia no reto, o que pode causar dor na região, secreções ou sangramento. A Chlamydia também pode infctar a garganta de homens e mulheres que tiveram sexo oral com parceiros infectados.
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