Resumo de Fluidos e Eletrólitos
Por: GehCazagrande • 19/1/2016 • Trabalho acadêmico • 1.635 Palavras (7 Páginas) • 966 Visualizações
Fluidos e Eletrólitos
Fluido intracelular (correspondem a 2/3 da água total e é rico em K, MG, P ptns).
Fluido extracelular (correspondem a 1/3 da água total, rico em Na e Cl). O espaço extracelular é dividido em dois compartimentos: intersticial (água no tecido linfático); intravascular.
ACT (água corporal total) = fluido extracelular + fluido intracelular.
Os compartimentos são separados por membranas semipermeáveis: o intracelular do interstício é separado pela membrana celular; e o interstício do intravascular pelo endotélio.
Fluido transcelular: água presente no peritôneo, articulações, tubo digestivo, pleura. O acúmulo de água nessa região é chamado de terceiro espaço (perda interna de água).
Eletroneutralidade em cada compartimento: soma dos cátions = soma dos ânions.
O principal cátion do meio intracelular é o K e o principal ânion é o fosfato. O principal cátion do meio extracelular é o Na e o principal cátion é o Cl.
Torça entre compartimentos: a troca entre os compartimentos é controlada por duas forças: pressão hidrostática e pressão coloidosmótica. A pressão hidrostática corresponde a compressão do líquido intravascular, líquido dentro do vaso faz pressão para sair. Pressão coloidosmótica é a pressão exercida pelos fluidos impermeáveis a barreira endotelial, pressão para o líquido voltar para dentro do vaso.
Em um indivíduo saudável essas duas forças estão em equilíbrio.
As diferenças de composição iônica entre os dois setores resultam do transporte ativo realizado pela bomba Na/K ATPase. O valor do sódio no plasma é usado para determinar a osmolaridade do espaço extracelular.
A quantidade de proteínas é maior no compartimento intravascular que no intersticial, porque a membrana capilar não é permeável a ptns.
Desidratação: decorre da deficiência de entrada ou excesso de perda. A desidratação se caracteriza por sede, oliguria, perda de peso, hipotensão, taquicardia, pulso fraco, febre, diminuição da elasticidade da pele, coma.
Choque: choque cardiorrespiratório; cardiogênico; hipovolêmico. Quando um pessoa com PA alta sofre um acidente tem uma maior chance de ter choque.
FLUIDOS TERAPÊUTICOS
- Soluções cristaloides: formada de água e eletrólitos. (solução salina; ringer lactato; soro glicosado)
- Soluções colóides: soluções com alto PM, capaz de exercer a pressão coloidosmótica.
- SOLUÇÕES CRISTALÓIDES:
Solução salina isotônica: é cloreto de sódio a 0,9% com tonicidade igual ao do fluido intracelular. Esta solução não vai modificar a transferência entre os fluidos. Ela aumenta o volume do fluido extraceluar.
Uso: utilizada como substituinte para o fluido extracelular (quando se tem diminuição do volume sanguíneo); qualquer caso de depleção de água corporal; mais utilizado em período pré-operatório, reposição no choque, queimadura (perda de eletrólitos e água); hipotensão e hiponatremia. Existem os protocolos de reposição hídrica em caso de choque, aumenta-se o volume do sangue e a perfusão dos tecidos.
Efeitos adversos: a adm de grandes volumes pode causar hipernatrima e acidose hiperclorêmica, ppc em pacientes no período operatório.
Solução Salina hipertônica: é o cloreto de sódio a 3%. Possui uma tonicidade maior que o fluido intracelular. Ela aumenta o volume e a osmolaridade do fluido extracelular, com isso, tende a sair água do meio intracelular para o extracelular, pra igualar as concentrações, a osmolaridade do meio intracelular irá aumentar.
Uso: em caso de grave hiponatremia. Raramente utilizado devido ao alto potencial de causar desequilíbrio da água entre o fluido intra e extracelular.
Solução Salina hipotônica: cloreto de sódio a 0,45%. Apresenta uma tonicidade menos que a fluido extracelular. Tende a retirar água do meio extracelular p o meio intracelular, aumentando o volume plasmático e diminuindo a osmolaridade.
Uso: pacientes hipertônicos com depleção primária do fluido extracelular; pacientes com volume reduzido; o sódio sérico deve ser rigorosamente controlado; o uso de diuréticos em excesso pode causar um quadro de hipertonicidade.
Ringer Lactato: é um expansor de volume isotônico. Apresenta uma composição mais próxima dos fluidos corporais e menor risco de desenvolver distúrbios eletrolíticos. É um fluido isotônico e possui Na, K, Cl, Mg, HCO3. Fornece reposição para o fluido extracelular e o lactato pode fornecer como um tampão para regular o pH.
Uso: período operatório; queimaduras e desidratação. É muito mais eficaz para o tratamento de queimaduras que a solução salina (pois possui uma maior quantidade de eletrólitos).
Efeitos adversos: em grandes volumes pode causar alcalose, devido ao lactato; e pacientes com insuficiência hepática pode ter dificuldade de metabolizar o lactato.
Interações: o R.L. não é bom para pacientes com hipercalemia grave; e o Ca presente no R.L. pode se ligar ao citrato presente em alguns anticoagulantes e formar coágulos, no caso de transfusão.
Soro Glicosado: é um dextrose em água a 5%, normalmente isotônica. Muito utilizado em pequenos volumes para diluir medicamentos; hipernatremia grave. E em maiores concentrações (10, 25, 50%) é usado para tratar hipoglicemia.
OBS: a adm de solução salina hipo e hipertônica deve ser feita com cuidado.
O excesso do tratamento de reposição hídrica, independente do líquido e da tonicidade pode levar a sobrecarga de líquidos, particularmente em pacientes com problemas cardíacos (IC) ou renais.
- SOLUÇÕES COLOIDOSMÓTICAS:
Não se dissolvem como soluções verdadeiras. Não atravessam facilmente a membrana, permanecem no espaço intravascular, aumentando a pressão coloidosmótica. Desloca o fluido do compartimento intersticial para o plasma. O agente oncótico normalmente é um açúcar ou uma proteína que é metabolizado, após sua metabolização só resta o líquido que será hipotônico. O uso de grandes volumes é mais susceptível a produzir sobrecarga hídrica que as soluções cristaloides. A adm em grandes volumes e com um metabolito que sofra rápida metabolização leva a piora do quadro de edema. Por isso, deve-se adm o mínimo possível de volume.
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