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Tendências do Diabetes Mellitus no Brasil: O Papel da Transição Nutricional

Por:   •  1/8/2022  •  Resenha  •  862 Palavras (4 Páginas)  •  123 Visualizações

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Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional

O Diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica caracterizada por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de insulina, em sua ação ou em ambas, podendo levar à disfunção de vários órgãos e progressivas complicações, além de maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O DM é classificado em tipo 1 e 2, sendo este último o responsável por 90% dos casos.

O DM tipo 2, juntamente com a obesidade, são considerados graves problemas nutricionais, de proporções epidêmicas mundiais. O excesso de adiposidade, particularmente de localização abdominal, pode aumentar em dez vezes o risco de aparecimento de DM tipo 2, fato que tem aumentado os números da doença em vários países, inclusive no Brasil.

O aumento da incidência e da prevalência do DM tipo 2 no Brasil, tem relação com as modificações no consumo alimentar da população local, ou seja, a diminuição do consumo de alimentos ricos em fibras e o aumento da ingestão de gorduras saturadas e açúcares, associados ainda a um estilo de vida sedentário. O impacto do aumento dos custos nos sistemas de saúde e suas complicações em termos de saúde pública tornam o controle dos indivíduos com a doença em evolução um dos maiores desafios dos serviços de saúde no país.

Idade, sexo e suscetibilidade genética são fatores de risco não modificáveis associado ao desenvolvimento desta doença. Entretanto entende se que fatores modificáveis como a dieta, o sedentarismo, o uso de tabaco, o consumo de álcool, as dislipidemias, a hipertensão arterial e o sobrepeso estão

fortemente associados com o desenvolvimento de DM tipo.

A crescente prevalência de sobrepeso e obesidade traz, por consequências, morbidades associadas as quais, também estão se tornando problemas de saúde de destaque. O DM tipo 2 apresenta cerca de 90% de seus casos atribuídos ao excesso de peso e constitui-se um grave problema de saúde pública por sua elevada prevalência, acentuadas morbidade, mortalidade e repercussões sócio-econômicas decorrentes de suas complicações.

As cidades das regiões Sul e Sudeste, consideradas de maior desenvolvimento econômico do país, apresentam maiores prevalências de DM e de tolerância à glicose diminuída.

A principal mudança na estrutura econômica associada com a transição nutricional é a troca da economia pré-industrial e agrária pela industrialização, em função da introdução acelerada da tecnologia. A nova demanda profissional requer atividades com pouco gasto de energia, tornando o trabalho cada vez mais sedentário. O novo estilo de vida da população favorece a uma busca a “praticidade” na alimentação, baseada em produtos industrializados (congelados, resfriados, empanados, recheados e outros) e refeições rápidas (fast-foods), que normalmente apresentam maior densidade energética.

O padrão de consumo dito “ocidental”, caracterizado pela alta ingestão

de carnes vermelhas, produtos lácteos integrais, bebidas adocicadas e sobremesas, tem sido associado ao risco de desenvolvimento de DM tipo 2, doenças cardiovasculares e a obesidade. Em contrapartida, a dieta denominada “prudente”, caracterizada pelo alto consumo de frutas, verduras, legumes e cereais integrais é capaz de predizer um risco reduzido para a doença em questão.

O aumento de casos da DM tem relação com as modificações no consumo alimentar da população brasileira, ou seja, baixa frequência de alimentos ricos em fibras, aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta, associadas a um estilo de vida sedentário.

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